Prefeitos enfrentam Covid-19 e queda brutal de arrecadação

Em reunião na ALMG, eles pediram apoio para a habilitação de novos leitos e a aquisição de equipamentos e insumos

Aumento da contaminação e das mortes pela Covid-19 e queda brutal na arrecadação municipal devido à redução da atividade econômica. Essas foram as grandes preocupações apontadas por prefeitos de cinco cidades-polo de quatro macrorregiões de saúde de Minas Gerais.

Eles participaram, de forma remota, de Reunião Especial no Plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), nessa quarta-feira (17). E deram um panorama do enfrentamento à pandemia do coronavírus no interior, conforme destacou o presidente da ALMG, deputado Agostinho Patrus (PV).

Para Antônio Carlos Guedes Almas, prefeito de Juiz de Fora (Zona da Mata), todos os gestores municipais têm o mesmo sentimento. “Esperávamos vencer, no último ano de mandato, a crise financeira dos municípios, mas aí veio a pandemia”, lamentou.

Com 43 mortes e mais de 900 casos confirmados da doença, Juiz de Fora sofre com o aumento expressivo de internações, da ordem de 20%. Por esse motivo, Almas pediu apoio para que o município consiga habilitar mais leitos junto ao Ministério da Saúde.

O prefeito foi questionado, por meio de pergunta do deputado Bartô (Novo), sobre a efetivação de 31 leitos já habilitados pela União. Segundo ele, esses leitos já estão em uso. “Tínhamos 108 antes da pandemia. Hoje temos 157, com 78% de ocupação. Se não fosse por esses leitos, já estaríamos em colapso”, afirmou.

Já o deputado Fernando Pacheco (PV) perguntou sobre a possibilidade de construção de um hospital de campanha, uma vez que Juiz de Fora é sede de uma macrorregião com 94 municípios e 1,6 milhão de pessoas. Almas, porém, afirmou que os hospitais da cidade têm espaço físico para 800 novos leitos.

O deputado pôs em dúvida o planejamento do Estado para a pandemia, diante da falta de leitos e de equipamentos e insumos. Ele ainda destacou que aproximadamente 90% dos municípios mineiros não têm UTI.

Salários – Em Juiz de Fora, a queda na arrecadação já chega a R$ 39 milhões, considerando apenas abril e maio. Segundo o prefeito, o recurso federal esperado, que é de R$ 51 milhões, em parcelas, não será suficiente, já que a pandemia continua. “Já tivemos que escalonar os salários dos servidores pagos em junho”, alertou.

Realidade no Vale do Aço justificaria lockdown, diz prefeito

Com dificuldades sanitárias e econômicas semelhantes, Nardyello Rocha de Oliveira, prefeito de Ipatinga (Região Metropolitana do Vale do Aço), disse que a cidade atende a 35 municípios da região. Segundo ele, o Hospital Municipal tinha 10 leitos de UTI, abriu outros 10, todos para Covid-19, e eles já estão ocupados.

Já os leitos de enfermaria, que somavam 16, foram ampliados para 55, e 80% estão ocupados. Ele também anunciou a compra de dez respiradores, mas salientou que o Vale do Aço tem números que indicam a necessidade de lockdown, ou seja, fechamento total. Por isso, pediu ao Governo de Minas um novo plano de contingenciamento.

A presidenta da Comissão de Assuntos Municipais e Regionalização, deputada Rosângela Reis (Pode), reforçou a necessidade de os municípios monitorarem a situação para decidirem sobre a flexibilização das atividades. “Já são mais de 580 municípios atingidos em Minas. Temos que buscar soluções junto aos governos estadual e federal”, afirmou.

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