População adulta é a que menos se vacina contra o sarampo

A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) reforça a importância da vacinação para evitar o sarampo. A maior preocupação é com os adultos acima de 30 anos, uma vez que a cobertura vacinal desse público está abaixo do esperado.

A coordenadora de imunização da SES-MG, Eva Lídia Medeiros, explica que a única forma de se proteger contra o sarampo é a imunização. A vacina indicada contra a doença é a Tríplice Viral, que também protege contra a rubéola e a caxumba e está disponível em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS) do Estado.

“No grupo de adultos de 30 a 39 anos, 1.124.064 pessoas tomaram a primeira dose da vacina contra o sarampo. Isso representa uma cobertura de apenas 36,81%. Aqueles que não se vacinaram ou não têm como comprovar a vacinação precisam se dirigir a uma unidade básica de saúde para se imunizar”, explica a coordenadora de imunização da SES-MG.

Graças à Campanha Nacional contra Sarampo de 2018 (ocorrida em agosto), a meta recomendada para a tríplice foi alcançada entre as crianças de 1 ano a menores de 5 anos. Nesse público, a cobertura vacinal chegou 97,49%, com um total de 1.001.522 doses aplicadas, portanto, acima da meta mínima, que é de 95%.

A campanha teve como objetivo levar aos postos de saúde todas as crianças menores de cinco anos, para que a situação vacinal de cada uma fosse verificada. Na época, todas as crianças dentro da faixa etária recomendada para a vacina receberam uma dose da tríplice viral, independentemente de já terem as duas doses recomendadas, desde que não tivessem sido imunizadas nos últimos trinta dias.

A doença

O sarampo é uma doença infecciosa viral aguda de alta transmissibilidade que pode ser contraída por pessoas de qualquer idade. A transmissão da doença ocorre de pessoa para pessoa, através de gotículas do nariz, boca ou garganta de pessoas infectadas pelo vírus.

Entre os principais sintomas estão febre, manchas avermelhadas pelo corpo (exantemas), tosse, coriza, conjuntivite (olhos vermelhos e lacrimejantes), fotofobia (sensibilidade à luz) e pequenas manchas brancas dentro da boca (manchas de Koplik). A doença também pode apresentar complicações graves, incluindo encefalite, pneumonia e até óbito, principalmente em crianças desnutridas e menores de um ano de idade.

Casos suspeitos

Conforme dados do último boletim epidemiológico do sarampo, 439 casos suspeitos foram notificados e, destes, 348 foram descartados laboratorialmente. 91 ainda se encontram em processo de investigação, aguardando pesquisa laboratorial das amostras pela Fundação Ezequiel Dias (Funed). Das análises realizadas até o momento, 18 casos suspeitos apresentam amostras soropositivas/reagentes ou inconclusivas para anticorpos lgM em primeira coleta oportuna, pertencentes aos seguintes municípios: Belo Horizonte (3 casos), Caratinga (1 caso), Carmo da Mata (1 caso), Conceição das Pedras (2 casos), Itanhandu (1 caso), Jequitinhonha (1 caso), Juiz de Fora (1 caso), Santa Helena de Minas (1 caso), Santa Juliana (1 caso) e São Roque de Minas (1 caso).

No dia 21/1 foi registrado um caso suspeito de sarampo, de um paciente residente na cidade de Betim e que está internado em um hospital particular de Belo Horizonte. Trata-se de um italiano de 29 anos que veio para o Brasil há cerca de 15 dias. O paciente não soube informar se já foi vacinado contra o sarampo e nem relatou se teve a doença na infância.

Ações de controle e bloqueio vacinal, que são independentes de todas as confirmações laboratoriais, foram iniciadas imediatamente após a notificação do caso. Algumas medidas foram tomadas para impedir a transmissão da doença: bloqueio vacinal no ambiente hospitalar, na residência em Betim e na empresa em que o homem trabalha.

Os últimos casos autóctones confirmados de sarampo no Estado ocorreram em 1999 (9 casos). No ano de 2013 foram confirmados dois casos de sarampo de residentes do Estado, ambos importados (contágio ocorrido na Flórida-EUA).

Para Janaína Almeida, diretora de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), o Programa Nacional de Imunizações do Brasil é um dos maiores do mundo, ofertando 45 diferentes imunobiológicos para toda a população. “Há vacinas destinadas a todas as faixas-etárias e campanhas anuais para atualização da caderneta de vacinação. A imunização é a principal medida de prevenção e controle de uma série de doenças e, por isso, é necessário que o viajante mantenha o cartão de vacina atualizado”.

Conheça os esquemas de vacinação contra o sarampo por idade:

  • Aos 12 meses de idade, a criança deverá receber a primeira dose da vacina tríplice viral (que protege contra o sarampo, a rubéola e a caxumba);
  • Aos 15 meses de idade, deverá receber a segunda dose com a vacina tetraviral (contra o sarampo, a rubéola, a caxumba e a catapora/varicela) ou a vacina tríplice viral e a de varicela monovalente;
  • De 2 a 29 anos, caso não tenha nenhum registro de dose da vacina tríplice ou tetraviral, deverá receber duas doses com intervalo de no mínimo 30 dias da primeira dose;
  • De 30 a 49 anos, caso não tenha nenhum registro de dose da vacina tríplice ou tetraviral, deverá receber apenas uma dose;
  • Após 49 anos de idade, não é necessária a vacinação, porque é considerada imune;
  • Profissionais de saúde (médicos, enfermeiros, dentistas e outros), independentemente da idade, devem ter duas doses válidas da vacina tríplice viral documentadas;
  • Profissionais de transporte (taxistas, motoristas de aplicativos, motoristas de vans e ônibus), profissionais do turismo (funcionários de hotéis, agentes, guias e outros), viajantes e profissionais do sexo devem manter o cartão de vacinação atualizado conforme os esquemas vacinais.

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