Nova ponte do São Raimundo deve ficar pronta até 2026

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Segundo a EcoRioMinas, concessionária da BR-116, duplicação do perímetro urbano de Valadares deve começar pela ponte

GOVERNADOR VALADARES – A duplicação da ponte do São Raimundo é uma velha história que nos últimos anos tem ganhado novos capítulos. Como uma boa novela brasileira não falta drama e comédia – gêneros aparentemente opostos, mas que compartilham uma linha tênue fácil de ser confundida – e a população de Valadares assiste (e às vezes também participa) de perto do enredo desta história. Se não houver contratempos, a previsão é que o final desta novela aconteça até setembro de 2026.

Neste novo capítulo, a EcoRioMinas, concessionária responsável pela administração do trecho da BR-116, apresentou o rascunho do projeto do que um dia poderá ser a duplicação do trecho dos quase 13 km da rodovia que corta o perímetro urbano de Valadares. No auditório do INSS, na rua Afonso Pena, representantes da EcoRioMinas tornaram público o que está sendo planejado para, enfim, começar a duplicação da rodovia. O encontro aconteceu na última quinta-feira (11) e contou com a participação de representantes de associações de bairros, movimentos sociais, vereadores, universidades e institutos federais, Polícia Rodoviária Federal, do deputado federal Leonardo Monteiro (PT-MG), de outros políticos locais e do comércio.  

Nos capítulos anteriores, a EcoRioMinas já havia informado ao DRD que as obras na ponte do São Raimundo tinham possibilidade de começar ainda no 1º semestre deste ano. O que favoreceu a expectativa positiva para a data foi a emissão de uma licença ambiental do Ibama para o projeto. Entretanto ainda tem muita história para ser contada.

Esboço do projeto

Neste novo capítulo, a concessionária apresentou o esboço do projeto de duplicação, o que é chamado de anteprojeto. Essa é uma etapa que antecede a execução da obra. Então o que temos, de fato, no momento, é que será construída uma nova ponte para dar acesso à região do Vila Isa. A obra está incluída no projeto de duplicação que se estende do Km 409, próximo ao posto de parada da Gontijo, até o Km 421, na região das pedreiras, saindo do perímetro urbano e entrando na zona rural de Governador Valadares. O custo da obra tem um orçamento aproximado de R$ 350 milhões e duração de dois anos (24 meses) e será executada pela empresa privada e não por órgãos públicos.

Além disso, o projeto também compreende não apenas a duplicação, mas também a implementação de vias marginais, retornos, passarelas, drenagens e dispositivos de seguranças ao longo dos 13 km. Mas para que o projeto saia do papel é preciso que a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) aprove todo o estudo e planejamento da obra. 

“Nós estamos trabalhando no projeto com o aspecto de atender o contrato de concessão. Agora, se identificando necessidade de adequação, como alteração de local de passarela, isso tem que ser tramitado pela concessionária, que vai encaminhar o pleito à ANTT, para que seja avaliada a viabilidade técnica e assim ver se é possível alterar ou incluir alguma coisa na obra”, explicou o diretor-superintendente da EcoRioMinas, Júlio César Amorim.

Dinâmica da execução

Sobre a realização da obra, o diretor-superintendente da concessionária explicou qual será a dinâmica para a execução do projeto a partir do momento em que todo o processo burocrático for superado. “Nós estamos trabalhando para fazer a obra não atacando em todas as frentes, porque nós sabemos que isso traria um grande desconforto no trânsito. Então estamos trabalhando, até junto com a Prefeitura, no sentido de causar o menor impacto possível. Sabemos que algum impacto durante a obra vai acontecer, mas estamos trabalhando para mitigar o máximo possível. Uma dessas iniciativas é não começar as obras em todos os trechos ao mesmo tempo. Vamos trabalhar por etapas, para que isso sirva de mitigação de impacto”.   

Durante a reunião, o gerente de Engenharia, Jean Zolleti Correia, falou sobre o andamento do projeto da duplicação e deu detalhes sobre o que neste momento está previsto ser implementado neste trecho da rodovia. “A etapa que precede a obra é uma etapa de licenciamento ambiental, que já está na mão do Ibama, e também temos liberações que compreendem a desapropriação de áreas e desocupação de faixas de domínio. Na região da ponte, nós temos uma rede de energia nas imediações e ela está exatamente onde nós devemos construir uma nova ponte. Então é necessário que façamos um remanejamento dessa rede, junto com a concessionária de energia. Já está sendo tratado o assunto e isso deve acontecer nos próximos meses”, disse o engenheiro.

Dúvidas e sugestões

A apresentação do anteprojeto também foi uma oportunidade de esclarecer dúvidas e propor sugestões de melhorias no planejamento de obras da rodovia. Entre os assuntos discutidos, o que foi alvo de críticas está relacionado à localização e a quantidade de passarelas e retornos na rodovia. Vale a pena destacar também que a duplicação ao longo do trecho da rodovia gerou preocupação do impacto social, econômico e de mobilidade dos moradores dos bairros Vila Rica, Jardim Pérola e Vila Isa. Como se trata ainda de um esboço de um projeto, as adaptações no planejamento ainda podem ser feitas e devem ser analisadas pela EcoRioMinas e ANTT, juntamente com o Poder Público municipal e Federal.

“Nosso prazo contratual para toda essa duplicação de todo esse trecho de Valadares incluindo a ponte é setembro de 2026. Então nós temos a expectativa de 24 meses de obra se começar em setembro agora em 2024. Estamos até tentando antecipar para termos uma margem de tempo e trabalhar com um pouco mais de calma, mas para isso precisamos superar algumas etapas importantes, principalmente do ponto de vista ambiental, das licenças ambientais, porque temos um cronograma muito rígido e muito apertado para que essa obra fique pronta em setembro de 2026. Para isso estamos tentando antecipar todas as providências possíveis para minimizar os riscos de atrasos da obra”, disse Júlio César Amorim.  

Com o decorrer dos capítulos, a novela da duplicação da BR-116 começa a apresentar algum tipo de frescor/ novidade para quem há tanto tempo acompanha esse tipo de história.  “De fato, há uma descrença da população na realização dessa obra, principalmente, da construção da nova ponte do São Raimundo. Até [pelo] fato de a gente ter várias obras paradas aqui em Governador Valadares, como é o caso da BR-116, ali da ponte, da obra parada lá do aeroporto, a obra parada do saneamento básico, da estação de tratamento de esgoto, a obra parada da universidade federal, então, nós temos várias obras paradas e isso acaba criando certa frustração na população. Por isso, é um desafio para nós podermos colocar essa obra agora em condição de iniciar. O que estava pendente é o licenciamento ambiental, nós já adiantamos esse processo em Brasília, a licença prévia já saiu, já foi autorizada, falta só o licenciamento definitivo que a gente espera que até maio esteja concluído, para, que, então, a empresa esteja em condição de iniciar a obra da ponte do São Raimundo aqui em Governador Valadares”, disse Leonardo Monteiro (PT), deputado federal que promoveu o encontro com os representantes da EcoRioMinas.