No Dia Mundial da Educação, alunos e pais falam sobre mudanças com o ensino remoto

Com a pandemia, levar e absorver o ensino se tornaram tarefas ainda mais complicadas para todos os envolvidos no universo acadêmico. Neste 28 de abril, em que se celebra o Dia Mundial da Educação, alunos e pais falam sobre as principais modificações e dinâmicas encaradas durante o ensino remoto.

De acordo com informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), quase 1,4 milhão de crianças e adolescentes entre 6 e 17 anos estiveram fora da escola em 2020. Os dados foram levantados para analisar os impactos causados pela pandemia ao longo do ano.

Alguns alunos sentiram o despreparo ao ter de lidar de forma repentina com a tecnologia como principal instrumento para estudos, conforme conta o estudante Kayo Almeida, de 16 anos. “Não sabia bem como lidar com algumas ferramentas do ensino remoto e nos primeiros meses fiquei um pouco perdido.”

Kayo Almeida

Além de enfrentar dificuldades com as novas plataformas de ensino, para uma parcela dos estudantes a insatisfação e a desmotivação se tornaram grandes vilãs no decorrer do período de aprendizado. “Apesar do trabalho dos professores na minha escola estar sendo excelente, eu me sinto insatisfeita com a minha própria desmotivação e com a minha dificuldade pra focar nas aulas remotas e no ensino à distância”, afirma Camilly Gonçalves, de 16 anos.

Camilly Gonçalves

Parte dos alunos também cita o aumento do cansaço durante os momentos de aulas online em relação às presenciais, por conta do tempo passado em frente a um aparelho eletrônico, além do excesso de atividades em algumas matérias.

“Pode ser um pouco contraditório, porém, para mim é muito mais cansativo ficar duas horas na frente de um computador vendo uma aula do que duas horas dentro de uma sala de aula. Além de que os professores estão passando muito mais trabalhos e provas para preencher o tempo vago, e acaba tornando mais cansativo ainda”, pontua Daniel Lucas Alves, estudante de odontologia.

Daniel Lucas Alves

O constante esquecimento de realizar as atividades

Muitas pessoas procuraram formas de conservar a qualidade do ensino-aprendizagem semelhante ao presencial, mesmo durante a pandemia, para manter uma rotina mais leve, mas algumas acabam se perdendo em meio a diversos blocos de anotações físicos e de agendas online.

Na opinião de Alexia Pinheiro, estudante de engenharia ambiental e sanitária, seguir pequenas táticas para manter o ensino mais leve funciona. Entretanto, algumas vezes foi necessário ter atitudes mais rígidas. “Tentei me organizar por lista de afazeres, como algumas pessoas recomendaram, mas eu nunca me lembrava de checar. Então, tomei medidas drásticas e coloquei um alarme pra cada tarefa da faculdade”, conta.

Tempo de adaptação e organização também para os pais

Com crianças e adolescentes em casa por mais tempo, alguns pais e responsáveis também tiveram de se adaptar com a nova rotina de estudos e analisar o andamento do desempenho escolar.

Renata Koury

Mãe de dois adolescentes e uma criança, Renata Koury conta que os ajustes com a rotina têm sido diários, e nota que o desempenho dos filhos em casa não se compara ao do ensino na escola. “Acho que estamos nos adaptando até hoje… Todo dia uma situação nova, mas a maior dificuldade é com fatores externos, que não podemos controlar: barulho na rua, dos vizinhos, dos cachorrinhos daqui de casa. Não é o mesmo empenho aqui em casa em comparação ao ensino presencial. Barulhos externos, internet ruim e dificuldades em algumas matérias afetam muito o aprendizado em casa”, analisa.

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