Por Crisolino Filho
Se existe uma máquina bonita, símbolo de potência e liberdade, esta máquina é a motocicleta. Nenhum veículo automotor é tão vibrante quanto uma legítima Harley Davidson, ou possantes de 600cc e 1.000cc. Mas nem tudo são flores para quem escolhe a motocicleta como meio de transporte para o trabalho, lazer ou como esporte. Por isso é necessário distinguir o motociclista do motoqueiro. O motociclista, que necessariamente não é só aquele que pertence a um clube, tem como estilo obedecer educadamente às leis de trânsito. Já o motoqueiro é aquele que bagunça o fluxo e de um jeito que só ele sabe fazer. Não bastassem as bicicletas que andam em cima de passeios, na contramão, no meio da rua, numa clara demonstração de que existem ciclistas que não respeitam a própria vida. Como os ciclistas, grande parte dos “motoqueiros” anda aprontando.
Basta ver as estatísticas de acidentes, muitos deles seguidos de morte. Os números são assustadores. A coisa está mais para MORTECICLISMO do que para MOTOCICLISMO, e salve-se quem puder!
O trânsito de Governador Valadares está se tornando caótico; a mistura entre motoristas e motoqueiros velozes é explosiva. Como bicicleta não tem motor, seu concorrente direto é o pedestre, fato que causa arrepio, enquanto a concorrência direta dos motoqueiros é com os automóveis. É comum ver motoqueiro em altíssima velocidade cortar veículos pela esquerda, pela direita, tirar “fininho”. Outros aproveitam que a moto precisa de pouco espaço e se “enfiam” entre os veículos, passam ao lado como se surgissem do nada, param em cima de faixas e muito mais. As autoridades de trânsito deveriam olhar com mais rigor esse comportamento dos motoqueiros, que, não raro, pilotam no centro da cidade a mais de 100 km por hora. Para acontecer uma tragédia, basta uma encostadinha de uma moto num carro e se tem um cenário desolador. Com esse comportamento dos veículos de duas rodas, a cada dia que passa, dirigir está ficando muito estressante.
E sai da frente se aqueles entregadores “delivery” / “I-food” de pizzas, sanduÍches, almoço/janta, ou do tele-cerveja estiverem na pista. Quem quiser competir com eles deve providenciar um avião a jato. Mas tem motorista que não deixa por menos. Na competição entre eles, cometem muitas infrações, e a troca de insultos já é consuetudinária. Para alguns, pasmem, já se tornou um direito.
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Essa análise aqui pontuada sobre a polêmica Zona Azul se refere a quando ela está em atividade permanente, fora da pandemia de coronavírus. Entendemos que o resultado de sua contribuição é falha, quando observada a melhoria do sistema como um todo. A qualidade da pavimentação das vias, tanto no Centro quanto nos bairros, deixa muito a desejar. São buracos, mais buracos e muitos buracos, um piso notoriamente irregular, onde às vezes ruas asfaltadas sofrem reparos com calçamento “uni-stein”, uma verdadeira colcha de retalhos. Apesar de ter delimitado e expandido absurdamente as áreas de estacionamento, ultrapassando as ruas centrais, estão mantidas áreas exclusivas para estacionamento de motocicletas. Mesmo assim, muitos motoqueiros teimam em ocupar vagas destinadas aos carros. Por falta de atenção, ocupam um espaço onde dois automóveis poderiam estacionar, o que gera mau aproveitamento da vaga.
Pode ser que a empresa que explora o estacionamento rotativo não tenha atentado ainda para outras possibilidades na organização do trânsito. Até para controle e prestação de contas aos órgãos competentes, as vagas destinadas aos veículos deveriam ser numeradas e demarcadas no asfalto, como já acontece em muitas cidades brasileiras. O atual sistema passa a sensação de incompletude, como outras organizações públicas neste país. Da mesmice mesmo do Zona Azul, somente as plaquinhas indicando estacionamento pago, sempre instaladas num ritmo que nem a velocidade da luz é capaz de acompanhar.