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Mesmo com queda em incidência de arboviroses, Valadares permanece com altos registros de chikungunya

Mesmo com queda em incidência de arboviroses, Valadares permanece com alto registros de chikungunya
FOTO: Leonardo Morais/ Prefeitura de Valadares

Até esta quarta-feira (24), três pessoas morreram de chikungunya e outras 12 mortes com suspeita de dengue estão em investigação no município

GOVERNADOR VALADARES – O primeiro trimestre de 2024 marcou o aumento vertiginoso dos casos de arboviroses em todo o país, principalmente em Minas Gerais. De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde, a transmissão da dengue pelo Aedes aegypti registrou mais de meio milhão (519.863) de casos confirmados da doença e 296 mortes em Minas até esta quarta-feira (24). Em Governador Valadares, já foram registrados quase 8 mil (7.979) casos prováveis de dengue, um pouco mais de 7 mil (7.374) de chikungunya e 23 de zika. Com esses números, Valadares é a 3ª cidade em Minas com o maior número de casos prováveis de chikungunya. Além disso está entre os 20 municípios mineiros com mais casos prováveis de dengue.

Números em Governador Valadares

Para entender melhor o que esses números representam é necessário se ater não apenas ao momento atual, mas também analisar o retrospecto da incidência de arboviroses no primeiro trimestre deste ano. Segundo os dados do Painel de Monitoramento de Arboviroses em Minas Gerais, os casos das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti em Valadares começaram a subir no final do mês de janeiro.

Entre os dias 25 de fevereiro e 2 de março – semana epidemiológica 9 – houve o pico dos registros de arboviroses. Naquela semana foram 1.448 casos de dengue e 1.325 de chikungunya. Contudo os registros só começaram a realmente cair e estabilizar no final do mês de março. Momento em que foram notificados menos de 700 casos de arboviroses por semana. Até esta quarta-feira (24), três pessoas morreram de chikungunya e outras 12 mortes com suspeita de dengue estão em investigação no município. Na avaliação do Departamento de Vigilância e Saúde, da Secretaria Municipal de Saúde, a tendência é de queda nos registros de arboviroses principalmente por causa do fator climático. 

“A gente acredita que a tendência agora é de redução, até porque nós ainda estamos em período de sazonalidade, que vai até maio. Além disso, a gente tem também fatores climáticos, como o fim do período das chuvas. E, com isso, a gente espera que comece nas próximas semanas a ter redução no número de casos”, disse Fabiana Almeida Leão, referência técnica em arbovirose, da gerência de epidemiologia no Departamento de Vigilância e Saúde. 

Chikungunya

Sobre o aumento dos casos no primeiro trimestre do ano, vale a pena dar destaque para os de chikungunya. Eles representam 48,2% das notificações de arboviroses em Valadares. Depois do pico de registros, os casos permaneceram recorrentes ao longo do mês de março.

“Nós nunca vamos ter epidemias seguidas de epidemias. Mas a gente tem um período, uns intervalos que têm uma epidemia e outros anos que a gente tem anos mais tranquilos. Então são vários fatores [que podem ser atribuídos ao aumento dos casos]. A gente tem a questão do clima mesmo; a relação ao que tá circulando de vírus no município, devido a suscetibilidade da população àquele vírus que tá circulando. A última epidemia que a gente teve, que foi mais de 17 mil casos de arboviroses, foi em 2017. Depois disso, a gente teve anos que foram consideráveis tranquilos, porque a gente continuou tendo casos, mas não houve casos igual a gente teve no ano de 2017. E agora, em 2024, nós tivemos esse boom de casos também. A gente tem acompanhado, no número de casos, essa transmissão simultânea da dengue e da chikungunya. Mas a gente observa, através dos exames laboratoriais específicos, que a maioria desses casos foram confirmados para chikungunya. Então a positividade desses casos está muito acima para chikungunya do que para dengue”, analisou Fabiana Almeida Leão.

Dengue x Chikungunya

Fabiana ainda explica que não há um fator específico em relação aos volumes de registros, mas que é possível verificar uma suscetibilidade maior da população de Valadares ao vírus da chikungunya. “A dengue tem 4 sorotipos, e a gente tem uma série histórica de dengue muito maior do que a de chikungunya. Neste momento está circulando o sorotipo 1 da dengue. A gente teve vários anos no passado com a circulação desse vírus. Então acaba que tem uma população que é mais suscetível a chikungunya do que o sorotipo 1 da dengue”, completou. 

Valadares permanece com altos registros de chikungunya – FOTO: Freepik

Chikungunya tem duração maior

O volume de casos de chikungunya requer atenção, porque os efeitos da doença têm se mostrado com uma duração de tempo maior e sintomas mais incapacitantes em comparação à dengue. “A clínica acaba sendo um pouco diferente na fase inicial da doença, porque elas na fase inicial têm formas muito parecidas, mas a chikungunya, como ela tem um potencial de cronificar, o paciente vai apresentar dores articulares por muito mais tempo, e são dores incapacitantes. Ele acaba que é um paciente que sente uma dor que não permite realizar as atividades diárias dele. É um paciente que tem dificuldade de caminhar, necessita de ficar de repouso; a dor é muito intensa. Então é mais uma característica da chikungunya, essa dor que fica muito tempo”, explicou Fabiana Almeida. 

Ações preventivas

Para tentar amenizar os impactos das arboviroses, a Secretaria Municipal de Saúde tem focado em ações preventivas e de fiscalização junto com os agentes do Centro de Controle de Zoonoses. A preocupação maior é com as regiões mais populosas e que apresentam um índice elevado de arboviroses. Ou seja os bairros Altinópolis, Turmalina e Santa Rita.

“Em relação ao controle do mosquito, os agentes estão fazendo as vistorias dos imóveis e a equipe de borrifação está também diariamente borrifando o fumacê. Além disso, os pontos estratégicos são vistoriados de 15 em 15 dias, e os bairros hoje que são mais problemáticos são Altinópolis, Turmalina e Santa Rita”, disse José Batista dos Anjos Júnior, médico veterinário do Centro de Controle de Zoonoses. 

 Cronograma de Visitas dos Agentes de Endemias em Governador Valadares
DiaBairros
Quarta-feira (24)Jardim do Trevo, Santa Paula, Turmalina
Quinta-feira (25)Jardim Ipê, Asteca, Atalaia
Sexta-feira (26)Vila Mariana, São Geraldo, Lourdes
Sábado (27)Floresta, Santos Dumont 2

De acordo com as informações da Zoonoses, as infestações de arboviroses incidem em sua maioria nos imóveis, de forma que os depósitos predominantes são os pratinhos de planta, depois os ralos e o reservatório de água que fica no chão.

Dia D de combate ao mosquito Aedes aegypti acontecerá neste sábado em GV
FOTO: Prefeitura de Valadares

“40% dos focos hoje estão nos pratinhos de planta. Então se a pessoa retirar esse pratinho ou colocar areia até a borda, a gente reduz a infestação do mosquito quase pela metade. Outro grande problema de Valadares são os ralos – eles acumulam água o ano todo, e o cano de escoamento não fica no fundo. Então a pessoa precisa jogar ali uma água fervente uma vez por semana e telar. Outro foco de infestação do mosquito são os reservatórios de água que ficam no chão. O ideal é colocar um pano ou uma tela e prender com elástico, que fica fácil a pessoa tirar e usar novamente”, explicou José Batista dos Anjos Júnior. 

Conscientização

Para reforçar as ações de prevenção, uma instituição de ensino superior em Governador Valadares mobilizou uma ação de conscientização sobre arboviroses. A iniciativa faz parte dos projetos de extensão do curso de Administração da AlfaUnipac. Segundo o  tutor de Administração, Rodrigo Vinícius Fernandes de Matos, a mobilização contou com apresentações teatrais, divulgação de informações sobre arboviroses e a participação de agentes de endemia orientando sobre ações preventivas.  

“Um grupo do curso de Administração fez um trabalho de conscientização na terça-feira (23), na porta da faculdade, onde teve panfletagem, divulgação sobre os cuidados com a arbovirose, quais são as melhores maneiras de prevenir. Foi uma conscientização da faculdade dos alunos de Administração no primeiro período, juntamente com a população. […] Acreditamos muito que o principal papel dessa mobilização foi informar à população sobre a parte de conscientização e como combater a proliferação do mosquito transmissor. Mostrarmos que cada um tem um papel ímpar nessa guerra. E que vamos conseguir vencer se todas as pessoas praticarem os cuidados preventivos, principalmente dentro de suas casas”, disse Rodrigo Vinícius Fernandes de Matos. 

FOTO: Arquivo Pessoal/ Rodrigo Vinícius

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