O número de crianças que viajavam sozinhas e foram recolhidas pelas autoridades na fronteira dos Estados Unidos com o México provavelmente atingiu um recorde histórico em julho. O registro de pessoas que atravessaram o local em famílias atingiu o segundo maior total já registrado.
As informações foram divulgadas por um funcionário de imigração na segunda-feira, dia 02.
Os aumentos bruscos de junho foram impressionantes porque as travessias geralmente diminuem durante a época do calor sufocante – e às vezes fatal – do verão.
De acordo com David Shahoulian, secretário assistente de fronteira e política de imigração do Departamento de Segurança Interna, as autoridades estimam que foram apreendidas mais de 19.000 crianças desacompanhadas no mês passado, ultrapassando a alta anterior de 18.877, em março.
“O número de pessoas encontradas em unidades familiares em julho foi de 80.000”, disse Shahoulian em relação ao levantamento que ainda não foi concluído.
A atividade adotada pela imigração ilegal ficou fortemente concentrada nos setores Del Rio e Rio Grande Valley, no sul do Texas, respondendo por mais de sete em cada 10 pessoas que chegaram em grupos familiares.
No setor do Vale do Rio Grande, o “epicentro do aumento atual”, os agentes realizaram cerca de 78.000 interceptações em julho, maior que 59.380 em junho e 51.149 em maio.
As revelações do governo chegam em meio a um processo judicial movido por grupos de defesa dos imigrantes para acabar com a autoridade do governo de expulsar famílias na fronteira sob alegação de evitar a propagação do coronavírus.
Na segunda-feira, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (DCD, sigla em inglês) renovou esses poderes de emergência, conhecidos como Título 42 e nomeados por uma lei de saúde pública de 1944. O Departamento de Segurança Interna disse que continuaria a impor a proibição de pedidos de asilo para adultos sozinhos e famílias, apesar da pressão crescente de grupos pró-imigração. Crianças desacompanhadas estão isentas.
“O Título 42 não é uma autoridade de imigração, mas uma autoridade de saúde pública, e seu uso contínuo é ditado pelo CDC e regido pela análise dos fatores de saúde pública”, disse o departamento em um comunicado.