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Manifesto internacional pede combate à censura direta e indireta de livros

FOTO: Freepik

Cinco organizações internacionais que advogam pelo do setor do livro assinaram um manifesto pela liberdade de expressão, leitura e publicação. O documento convoca governos e cidadãos a agir para que essas liberdades sejam respeitadas e deve ser apresentado em eventos internacionais ao longo do ano.

O manifesto é publicado em meio a discussões sobre a perseguição a livros no Brasil, com a retirada do livro “O Avesso da Pele” de escolas estaduais e a recente polêmica envolvendo o Prêmio Sesc, e no exterior, com cruzadas como as que querem proibir livros LGBTQIA+ em escolas nos Estados Unidos.

“A verdadeira liberdade de leitura significa poder escolher entre a mais ampla gama de livros que compartilham a mais ampla gama de ideias”, diz o manifesto.

“A comunicação irrestrita é essencial para uma sociedade livre e uma cultura criativa, mas traz consigo a responsabilidade de resistir ao discurso de ódio, falsidades deliberadas e distorção de fatos. Autores, editores, livreiros e bibliotecas fazem uma contribuição essencial para garantir essa liberdade.”

O texto salienta que a censura nem sempre é formal. “O risco de autocensura devido a pressões sociais, políticas ou econômicas permanece alto, afetando cada parte da cadeia, do escritor ao leitor. A sociedade deve criar o ambiente para que autores, editores, livreiros e bibliotecários cumpram suas missões livremente.”

O texto foi assinado pelo Fórum Internacional de Autores, o IAF, pela PEN Internacional, que representa escritores, a Associação Internacional de Editores, a IPA, a Federação Europeia e Internacional de Livreiros, a EIBF, e a Federação Internacional de Associações e Instituições Bibliotecárias, a IFLA.

No Brasil, se juntam a elas a Câmara Brasileira do Livro, CBL, a Associação Brasileira da Indústria Gráfica, Abigraf, a Associação Brasileira de Autores de Livros Educacionais, Abrale, a Associação Brasileira de Direitos Reprográficos, ABDR, a Associação Nacional de Livrarias, ANL, a Liga Brasileira de Editores, Libre, e o Sindicato Nacional do Editores de Livros, SNEL.

A declaração ainda pede o apoio de autores, editores, livreiros e bibliotecários que queiram apoiar a causa. O manifesto está disponível para assinaturas neste link.

Leia o documento na íntegra.

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DECLARAÇÃO INTERNACIONAL SOBRE A LIBERDADE DE EXPRESSÃO, E AS LIBERDADES DE PUBLICAÇÃO E LEITURA

Com o objetivo principal de proporcionar acesso a uma ampla variedade de obras escritas para todos, nos unimos para apoiar as liberdades de expressão, publicação e leitura. Acreditamos que a sociedade necessita de cidadãos esclarecidos que, com base em conhecimento e informação precisos, façam escolhas e participem do progresso democrático. Autores, editores, livreiros e bibliotecas têm um papel a desempenhar nisso que deve ser reconhecido, valorizado e validado.

A verdadeira liberdade de leitura significa poder escolher entre a mais ampla gama de livros que compartilham a mais ampla gama de ideias. A comunicação irrestrita é essencial para uma sociedade livre e uma cultura criativa, mas traz consigo a responsabilidade de resistir ao discurso de ódio, falsidades deliberadas e distorção de fatos. Autores, editores, livreiros e bibliotecas fazem uma contribuição essencial para garantir essa liberdade.

Sujeitos aos limites estabelecidos pelo direito internacional dos direitos humanos, os autores devem ter garantida a liberdade de expressão. Através de seu trabalho entendemos nossas sociedades, construímos empatia, superamos nossos preconceitos e refletimos sobre ideias provocativas.

Da mesma forma, livreiros e bibliotecários devem ser livres para apresentar a gama completa de obras, em todo o espectro ideológico, para todos. Não devem ter essa liberdade restringida por governos ou autoridades locais, indivíduos ou grupos que buscam impor seus próprios padrões ou gostos à comunidade em geral, mesmo quando isso é feito em nome da “comunidade” ou de sua maioria.

Para que livreiros e bibliotecários apresentem a mais ampla gama de obras escritas, deve haver a liberdade de publicação. Editores devem ser livres para publicar aquelas obras que consideram importantes, incluindo aquelas que são ortodoxas, impopulares, ou que possam ser consideradas ofensivas por alguns em grupos específicos.

É responsabilidade e missão dos editores, livreiros e bibliotecários, através de seu julgamento profissional, dar pleno significado à liberdade de leitura, proporcionando a todos acesso às obras dos autores. Editores, bibliotecários e livreiros não endossam necessariamente todas as obras que disponibilizam. Enquanto editores e livreiros individuais tomam suas próprias decisões editoriais e seleções, o acesso aos escritos não deve ser limitado com base na história pessoal ou afiliações políticas do autor.

O risco de autocensura devido a pressões sociais, políticas ou econômicas permanece alto, afetando cada parte da cadeia, do escritor ao leitor. A sociedade deve criar o ambiente para que autores, editores, livreiros e bibliotecários cumpram suas missões livremente.

Portanto, conclamamos governos e todos os outros interessados a ajudar a proteger, defender e promover as três liberdades acima –de expressão, de publicação e de leitura por lei e na prática. FOLHAPRESS

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