MARILAC – Murilo França, um menino de apenas seis anos da cidade de Marilac, no Vale do Rio Doce, acaba de se tornar o mais novo membro da Associação Mensa Brasil, uma organização voltada para pessoas com alto quociente de inteligência (QI). A filiação ocorreu após Murilo atingir um resultado no percentil 98 ou superior em um teste de inteligência validado pelo Conselho Federal de Psicologia — o que o coloca entre os 2% da população com os maiores índices de QI.
A Mensa Brasil é a filial nacional da Mensa Internacional, sociedade fundada em 1946 no Reino Unido com o objetivo de identificar e promover a inteligência humana em benefício da sociedade. Para ser aceito, é necessário comprovar alto desempenho intelectual em testes supervisionados. A associação conta atualmente com mais de 4 mil membros no Brasil, dos quais 322 estão em Minas Gerais.
O jovem Murilo destaca-se desde muito cedo. Segundo a mãe, Lilian Gabriele, os sinais de que o filho era uma criança fora da curva surgiram ainda nos primeiros anos de vida. “Assim que o Murilo começou a falar, nós já percebemos que ele era diferente. Ele sempre foi uma criança muito observadora, sempre gostou muito de livros. Com um ano e onze meses, ele já reconhecia todas as formas geométricas. A gente passava na rua, ele via uma placa de ‘pare’ e falava ‘hexágono’”, contou.
O interesse por números, letras e conhecimento em geral veio em sequência. Com apenas três anos, Murilo aprendeu a ler sozinho, sem o tradicional processo de alfabetização. “Ninguém sentou com ele para ficar juntando sílabas, a gente sempre incentivou com jogos educativos, que ele sempre se interessou, mas foi tudo muito natural para ele”, relatou Lilian.
Aos cinco anos, após uma avaliação com neurologista e psicóloga, Murilo foi diagnosticado com um QI de 131 — um resultado muito acima da média. Foi a partir desse laudo que Lilian conheceu a Mensa Brasil pelas redes sociais e decidiu encaminhar os documentos da avaliação para análise. “Esperei 60 dias, e quando eu recebi a notícia, fiquei muito feliz e emocionada porque, querendo ou não, é uma conquista. Expliquei para o Murilo o que era a Mensa e ele ficou muito feliz”.
Apesar de já ter vencido cognitivamente etapas da educação infantil, Murilo segue em turma regular. “Pela legislação educacional, o que nos foi passado é que eles não avançam a criança na primeira infância. Mas estamos estudando o avanço para os próximos anos, a partir do segundo ano do fundamental, sempre levando em consideração o desenvolvimento cognitivo e o emocional, para que ele possa estar em um espaço escolar que lhe garanta aprendizagem e que o faça se sentir bem”, explicou. Além dos estudos, Murilo leva uma vida ativa: pratica futebol, futsal e natação — modalidade que aprendeu ainda aos dois anos de idade.
A entrada para a Mensa Brasil, segundo a família, traz novas possibilidades para o desenvolvimento do garoto. “A Mensa é uma ótima oportunidade para o Murilo se desenvolver mais, aprender, trocar experiências. Eles oferecem suporte, promovem palestras, encontros e têm parcerias com instituições de ensino. É tudo muito novo para a gente, mas é muito gratificante ter essa oportunidade”, completou a mãe.