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Jovem com deficiência auditiva tira nota 1.000 na redação do Enem

FOTO: Equipe de marketing do Colégio Ibituruna

Samantha Britto de Souza quer cursar Medicina. A jovem foi aprovada em três universidades

Desde criança Samantha supera as dificuldades da deficiência auditiva para estudar e realizar seu sonho de ser médica. A jovem, que nasceu em Vila Velha/ES, se mudou para Valadares no ano passado, onde se matriculou no curso pré-vestibular do Colégio Ibituruna, o TOP, e alcançou a nota 1.000 na redação do Enem, cujo resultado saiu este ano.

Samantha Britto tem perda auditiva neurossensorial, nível moderado, CID H90, e começou a usar aparelhos auditivos entre os 7 e 8 anos. Apesar de sua evolução constante, o bullying sempre esteve presente em sua vida acadêmica.

“Sempre frequentei colégios públicos. No jardim de infância, quando iniciei minha alfabetização, eu ficava sem os aparelhos, e a cada ano evoluía mais e mais. Entre o ensino fundamental e médio eu sofria bullying nas escolas por causa da minha deficiência e devido aos meus problemas de socialização”, relembrou.

A jovem ainda conta que o acolhimento por parte da equipe pedagógica do colégio que frequentou foi importante para seu crescimento acadêmico. “Sofri muito com os colegas de turma no ensino médio, porém, a equipe pedagógica do campus onde eu estudava interveio no problema. Dessa forma, me senti muito acolhida pelos funcionários, além de receber um excelente suporte para o meu crescimento acadêmico”.

Em 2022, a jovem se mudou para Valadares e matriculou-se no curso pré-vestibular Ibituruna Top para prestar o Enem. Segundo ela, a rotina era cansativa, mas ela sempre soube onde queria chegar e teve o apoio de muita gente.

“Eu estudava por mapas mentais, leitura, resolução de questões, escrita de redação uma vez por semana e tirava dúvidas com professores do cursinho. Também fiquei longe das redes sociais, exceto WhatsApp e Youtube – sendo que no primeiro havia somente interação com a minha família. E o Youtube eu utilizei para estudar, muitas vezes. Ademais, desativei o Facebook, não tinha Instagram, Twitter e nem Tik Tok”, pontuou.

De acordo com a jovem, o cuidado com a saúde mental também foi essencial. “Tive apoio da psicóloga do cursinho, esse cuidado foi muito importante para que eu mantivesse as coisas em ordem”.

O coordenador pedagógico do Ibituruna Top, Hudson Roati, contou que o único pedido especial da aluna foi que reservassem uma carteira para ela. “A única adaptação, devido à perda auditiva foi reservar um lugar mais a frente. Rapidamente os próprios colegas já deixavam a carteira reservada. Ela é carismática e inspiradora. Esse foi seu único pedido e qualquer dificuldade foi superada com proatividade e empenho”.

Com a nota do Enem, a jovem foi aprovada em Medicina Veterinária na UFRRJ (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro), em Fonoaudiologia pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e Medicina pela Univale (Universidade do Vale do Rio Doce), com direito a bolsa integral.

Hudson Roati comemora o resultado da aluna e diz que ela é um exemplo a ser seguido. “A deficiência da Samantha não foi um limitador para seu desempenho. Ela foi dedicada desde o primeiro dia de aula. Não apenas na redação, mas em todas as áreas que envolvem o Enem. Um exemplo a ser seguido! Sempre atenta e tirando dúvidas com a nossa equipe, o que é fundamental”.

Diante do notão, a jovem se emocionou e agradeceu a Deus, aos pais e ao cursinho pelo apoio. “Nos primeiros momentos eu chorei demais, me tremi de emoção, sorri muito, gritei, pulei, agradeci muito a Deus por essa benção, agradeci demais ao meu pai adotivo, Haroldo de Carvalho Filho, à minha mãe Sirley de Souza Dias e ao Colégio Ibituruna Top por essa conquista”, contou.

Samantha ainda diz que espera servir de exemplo para todos os jovens do País, em especial à comunidade surda. “Espero que a minha conquista da nota máxima na redação do Enem 2022, apesar da minha deficiência auditiva, sirva de inspiração a todos os jovens do Brasil, principalmente, às pessoas da comunidade surda, para motivar a conquistarem seus objetivos na vida acadêmica, bem como quebrar o limite de que não conseguem chegar ao topo”.

A futura médica já sabe o caminho que deseja seguir. “Não tenho outra opção além de Medicina. Pretendo me especializar em Otorrinolaringologia, justamente pela minha própria inspiração, ou seja, pelos traços da minha deficiência auditiva”, afirmou.

“Para nós, Samantha é motivo de alegria e orgulho. Quando o nosso trabalho ajuda os jovens a atingirem seus sonhos, é sinal que tudo vale a pena. O Top e o Colégio Ibituruna têm uma missão muito grande e a nossa equipe ficou sinceramente emocionada”, finalizou o coordenador pedagógico.

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