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Japoneses enfrentam filas por água e comida após terremoto que matou 55

FOTO: Divulgação

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O número de mortes provocadas por um terremoto no Japão no primeiro dia do ano aumentou para 55 nesta terça-feira (2), enquanto socorristas ainda conduziam operações à procura de de sobreviventes.


O epicentro do sismo ocorreu em Ishikawa, no centro-norte do arquipélago. Com a luz da manhã, autoridades puderam constatar a extensão da destruição provocado pelos tremores na província, com edifícios ainda fumegantes, casas demolidas e barcos de pesca afundados ou arrastados para a costa em diversas cidades.


“Foram confirmados danos muito extensos, incluindo vítimas, desabamentos de prédios e incêndios”, declarou a jornalistas o primeiro-ministro do país asiático, Fumio Kishida. “Precisamos correr contra o tempo para resgatar os afetados.”


Imagens aéreas mostraram a devastação causada por um incêndio perto de Wajima, onde um edifício de sete andares colapsou. A maioria das casas da cidade costeira de Suzu também desabou. “A situação é devastadora, e 90% das casas foram destruídas completa ou parcialmente”, disse o prefeito de Suzu, Masuhiro Izumiya.


Mais de 30 mil domicílios ainda estão sem energia elétrica na região, uma situação que preocupa devido às baixas temperaturas registradas durante a noite. Muitas localidades também seguem sem água potável.


O tremor de magnitude 7,6 sacudiu Ishikawa às 16h10 do horário local (4h10 em Brasília). “Foi um choque muito violento”, disse à AFP Tsugumasa Mihara, 73, enquanto aguardava na fila para receber água junto com centenas de outros habitantes de Shika. “Que maneira horrível de começar o ano”, completou.


Enquanto isso, serviços locais continuam comprometidos, com o fechamento de rodovias nas áreas próximas do epicentro, e a suspensão da linha de trens de alta velocidade entre Tóquio e Ishikawa.


Moradores da capital, que fica a 300 km da província afetada, chegaram a sentir os tremores na madrugada do Ano-Novo, e um evento com a presença do imperador Naruhito e sua família foi cancelado sob essa justificativa.


O ministro da Defesa, Minoru Kihara, informou que mil militares estão preparados para ir à região, e que outros 8.500 foram mobilizados.


A Agência Meteorológica do Japão informou que, depois do terremoto inicial, foram registradas 155 réplicas, a maioria delas com magnitudes superiores a 3. Autoridades haviam emitido alertas de tsunami depois que ondas de 1,2 metro foram registradas em Wajima, mas estes foram desativados na manhã da terça.


Situado no chamado “cinturão de fogo” do Pacífico, o Japão é um dos países do mundo onde os terremotos são mais frequentes. As normas de construção são rígidas, os edifícios costumam resistir a fortes tremores e a população está habituada a situações do tipo.


A última vez que um tsunami grave alcançou a costa do Japão foi em 11 de março de 2011. Na ocasião, a nação insular registrou um tremor de magnitude 9,0 seguido de uma enorme onda que matou quase 20 mil pessoas, devastou cidades no nordeste do país e levou três reatores nucleares a derreterem em Fukushima – o pior acidente do tipo registrado no mundo desde o ocorrido na planta de Tchernóbil, na então União Soviética, em 1986.

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