Furto de celular acaba em morte no bairro JK 1

A vítima é Rodrigo Ferreira de Souza, de 37 anos - FOTO: Divulgação do Comando Geral

A vítima é um morador de rua, que pode ter sido confundido com o verdadeiro autor e acabou morto com uma facada próxima ao coração, quando dormia em um sofá na calçada da rua Nossa Senhora de Guadalupe, ao lado do albergue municipal

De acordo com informações repassadas para a PM por testemunhas, a autora do crime, identificada no boletim de ocorrência como C.G.S., 37 anos, ao chegar de uma festa, ainda durante a manhã, teria saído para comprar cerveja e, no trajeto, foi abordada por um morador de rua conhecido da família dela. Em seguida, o rapaz pediu o celular emprestado para fazer uma ligação, porém ao devolver o aparelho, ele entregou apenas a capa e fugiu do local antes que a vítima percebesse.

Inconformada com o furto do seu celular, a mulher retornou na parte da tarde ao local do furto, armada com uma faca, e se aproximou de Rodrigo, questionando sobre o aparelho celular dela. Após uma breve discussão entre os dois, a autora se apossou da faca e golpeou algumas vezes a vítima, atingindo o tronco próximo ao coração e a mão esquerda.

O Samu foi acionado e chegou a socorrer Rodrigo, mas ele morreu ainda dentro da ambulância e foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML).

Alguns moradores de rua atearam fogo em objetos em via pública, como forma de protesto à morte de Rodrigo

Ainda segundo a PM, uma testemunha teria visto, ainda pela manhã, o momento em que a autora pegou uma porção de droga e, após usá-la, foi abordada pelo homem que teria furtado o aparelho celular dela. Minutos depois, a mulher retornaria dizendo que havia sido roubada, mas teria ido embora e retornado somente na parte da tarde para acusar Rodrigo.

Uma testemunha ouvida pela reportagem do DRD informou que Rodrigo não havia furtado o celular da mulher, e ele estava dormindo no momento em que a autora surgiu armada e passou a golpear a vítima.

Depois do crime C. foi para sua residência, que fica próxima, e lá foi localizada pelos policiais militares, que lhe deram ordem de prisão em flagrante. Ela não aceitou ser conduzida ao hospital para passar por uma avaliação médica. Posteriormente foi conduzida para a Delegacia de Polícia, onde prestou esclarecimentos ao delegado de plantão, sendo acompanhada pelo seu advogado, Ian Abreu Ferreira.

Conflito entre moradores e pessoas em situação de rua

Esta relação conflituosa entre os moradores de rua, que se aglomeram próximos ao albergue, já vem se arrastando há algum tempo. A reportagem do DRD ouviu alguns residentes e comerciantes próximo ao local do crime.

Alguns dos entrevistados relataram a insatisfação com a quantidade de pessoas que se aglomeram naquela região, visto que o albergue não tem capacidade para suportar todo mundo que vai para lá, por isso, a maior parte das pessoas se hospedam nas ruas, onde fazem suas necessidades fisiológicas, praticam sexo, consomem drogas e grande quantidade de bebidas alcoólicas diariamente. Consequentemente, acumulam grande sujeira no local, causando um terrível mau cheiro, que acaba incomodando os moradores das proximidades.

Abaixo-assinado ao MP

Recentemente, um grupo de moradores se uniu e produziu um abaixo-assinado, que foi encaminhado ao Ministério Público. No documento, pedem providências para que os moradores de rua sejam acomodados em um local mais apropriado, mas tal iniciativa não surgiu nenhum efeito prático.

Os residentes foram questionados, também, pela reportagem, sobre a relação ser harmônica ou conflituosa com os moradores de rua. A maior parte dos entrevistados disse que os moradores de rua já vivem lá há um tempo e, por isso, não causam confusão com a vizinhança. Entretanto, mesmo que em sua minoria, existem aqueles que aparecem com certa frequência. Eles se drogam, praticam furtos nas residências, assaltam os pedestres e tiram a tranquilidade dos populares.

No entanto, a maioria dos entrevistados afirmou que Rodrigo, a vítima do homicídio, era um rapaz tranquilo, não furtava na região, não usava drogas, apenas bebia e, provavelmente, o crime teria acontecido por engano. O suspeito de ter furtado o aparelho celular seria um homem que vai ao local esporadicamente, sempre causando algum problema. e ninguém consegue intimidá-lo.

As pessoas que não conseguem vaga no albergue acabam montando moradia provisória nas proximidades do local

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