Queridos irmãos e irmãs, a felicidade à lei de Deus é um dos temas centrais do antigo testamento, é quando nos deixamos conduzir pela graça de Deus, não para apenas ler o antigo testamento, mas para rezar a palavra de Deus, é interessante ver como o autor sagrado acentua a responsabilidade do homem diante de tal dever, não como obrigação, mas como projeto de vida. “Se quiseres, poderás guardar o mandamento e ter inteligência para fazeres a vontade de Deus… Diante de cada homem estão a vida e a morte: o que ele preferir, ser-lhe á dado (Eclo 15, 15-17).
Queridos irmãos e irmãs, rezando o texto Bíblico, é como se dissesse: quem pratica à lei divina possui a vida, e quem lhe volta as costas vai ao encontro da morte. Pois, precisamos cada vez mais, redescobrir, que, tanto a vida como a morte eterna são a pura consequência da sua escolha. O homem é livre, por conseguinte é responsável pelas próprias ações. O mal que faz é imputado unicamente a ele: “A ninguém ordenou Deus que fizesse o mal, a ninguém deu licença de pecar”.
Queridos irmãos e irmãs, o amor e a felicidade à lei constituíam toda a justiça e santidade do povo de Israel. Todavia, a lei não era ainda perfeita, e os homens demasiadamente a materializaram. Jesus vem e diz: “Não penseis que eu vim abolir a lei ou os profetas. Eu não vim abolir, mas cumprir”. (MT 5,17-37). Assim, Jesus ensina, que não é suficiente uma fidelidade material e externa à lei. É necessária uma fidelidade mais profunda, interior, que empenha a mente e o coração. “Ouvintes o que foi dito aos antigos… Eu porém vos digo…”. Essa frase, repetida cerca de seis vezes por Jesus, temos que evitar até simples palavras de desamor, de desprezo, de ressentimento contra o próximo. Quem conserva a ira ou rancor, contra o irmão, é como se o matasse dentro do coração; está morto para o seu amor, foi excluído de sua benevolência, de sua convivência.
Queridos irmãos e irmãs, Jesus nos mostra que não basta abater-se dos atos materiais contra a lei, cumpre eliminar também os pensamentos e desejos maus, porque neles consente já pecou “em seu coração”, matou ou continua a matar o irmão ou cometeu adultério, conforme as situações que enfrentamos ao longo da caminhada. A superação e o aperfeiçoamento da lei antiga constituem justamente numa delicada atenção à pureza interior, à justiça não somente a conduta externa que podem todos ver, mas nos movimentos profundos do coração e da mente, vistas por Deus: que conhece o nosso interior, muito antes que pedimos.
Quando caminhamos pelos textos bíblicos do antigo testamento, vamos ver, que no antigo testamento, muitas e muitas vezes os profetas haviam falado neste sentido. Mas somente Jesus, sabedoria eterna, “Deus de Deus luz da luz; Deus verdadeiro de Deus Verdadeiro; gerado e não criado…”; daria a última perfeição; na lei e nos profeta. Para poder compreendê-la e vive-la a tal nível, é preciso percorrer um caminho, deixou-nos penetrar pela sabedoria do evangelho que não é sabedoria deste mundo, mas “sabedoria divina”, misteriosa e oculta’’ (1 cor 2,7). Uma sabedoria, que se compreende a partir da cruz de Cristo, de onde Deus, que nos faz recomeçar a cada dia, fazendo opção pela essência do amor de Deus, que nos conduz para um projeto de um amor maior, por Deus e pelo próximo.
Fraterno abraço
Pe. Gilberto Faustino Braz