EXCLUSIVO: André Merlo quer soluções mais definitivas para a cheia do rio Doce

FOTO: Prefeitura de Valadares

Um ano depois de uma das maiores enchentes registradas em Governador Valadares, a população dos bairros ribeirinhos encontraram mais uma vez a água do rio Doce dentro de suas casas. O prefeito de Valadares, André Merlo (sem partido), contou com exclusividade ao DIÁRIO DO RIO DOCE os desafios da gestão municipal em lidar com os impactos da cheia do rio.

Na visão do chefe do Executivo do município, as cheias do rio Doce têm se tornado mais frequentes. Diante disso surge a necessidade de buscar soluções para amenizar os impactos da inundação. 

“Se antes tínhamos uma grande cheia a cada 10 anos, nos últimos tempos elas têm sido praticamente anuais […] O que temos trabalhado, agora, é na busca de uma solução mais definitiva para essa questão das cheias. Estamos preparando uma licitação para contratar um serviço especializado em drenagem e contenção de cheias. É um serviço de alto custo, mas também estamos buscando a parceria dos governos Estadual e Federal, bem como das empresas responsáveis pelo aumento das cheias. Temos inclusive uma ação na Justiça para que elas arquem com suas responsabilidades”, diz o prefeito, referindo-se ao desastre ambiental provocado pela Samarco, após o rompimento da barragem de Fundão, no dia 5 de novembro de 2015.

Na última terça-feira (10), André Merlo (à esquerda da foto) decretou situação de emergência devido a cheia do rio Doce – FOTO: Prefeitura de Valadares

Ao DRD, o prefeito André Merlo também destacou que cada enchente que atinge a cidade impacta nos trabalhos da administração municipal, que muitas vezes precisa deixar de lado outros planejamentos para atuar tanto no amparo aos afetados quanto, em seguida, para fazer a limpeza e recuperação das áreas atingidas.

“Além de direcionar os trabalhos de quase todas as secretarias para a enchente, há também a questão do custo para reparação dos prejuízos, que recai praticamente todo sobre a Prefeitura”, ressaltou André Merlo. 

Enchente de 2023

Entre o último domingo, dia 8, e essa sexta (13), foram ao menos 13 boletins da Defesa Civil com informações sobre o nível do rio Doce, em Governador Valadares. Nesse período de 5 dias, a inundação atingiu, direta e indiretamente, aproximadamente 15 mil pessoas que residem em cerca dos 23 bairros às margens do rio. Se somam aos números da enchente deste janeiro de 2023, os 465 desabrigados e 11 mil desalojados, segundo informações da Prefeitura de Valadares.

Cinco abrigos foram abertos em escolas do município para receber as familias atingidas pela enchente – FOTO: Prefeitura de Valadares

Na segunda-feira (9), às 21h, o rio atingiu na régua do Saae o seu maior nível registrado, em 2023, quando chegou a 3,45 metros. Durante a semana também vieram os primeiros sinais de que o rio Doce, de forma lenta, começava a retornar ao leito. Hora após hora o nível do rio vem diminuindo de centímetro a centímetro, até chegar ao registrado na manhã deste sábado (14) de 2,26 metros.

“Neste momento, enquanto o rio vai retornando ao leito, nossas equipes, com um efetivo de mais de 500 pessoas, trabalham muito para limpar e recuperar a cidade. Mas não queremos e nem podemos a cada ano despender tantos esforços e recursos na mitigação de prejuízos de cheias, enquanto poderíamos utilizá-los em outros setores e obras que a cidade precisa”, disse André. 

FOTO: Jheniffer Luiz/ Prefeitura de Valadares

Depois de uma semana intensa para os valadarenses, a enchente ainda deixa marcas na população e na gestão municipal. Ambas terão a tarefa de lidar com aquilo que o rio levou e também com o que deixou para trás. 

“Cada enchente que enfrentamos interfere em toda a rotina da administração municipal, assim como de toda a cidade, até porque, quanto maior a cheia, mais pessoas são impactadas. Na enchente do ano passado, por exemplo, foram mais de 60 mil [pessoas] diretamente atingidas. E cabe à prefeitura socorrer os munícipes impactados, muitas vezes deixando de lado outros planejamentos e parando tudo para atuar tanto no amparo aos afetados quanto, em seguida, para fazer a limpeza e recuperação das áreas atingidas”, disse o prefeito André Merlo. 

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