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Esportistas valadarenses divergem sobre realização da Copa América no Brasil

As discussões sobre a realização do evento vieram à tona desde a confirmação do país como a nova sede do evento

Após desistência de Colômbia e Argentina para sediar a Copa América 2021, o Brasil surgiu como solução para a realização do torneio, sendo confirmado na última segunda-feira (31) como a nova sede. Com isso, a discussão da viabilidade de a competição ser no Brasil está na boca do povo, com opiniões divergentes entre favoráveis e contrárias à realização do evento no país. O DRD ouviu três ex-jogadores e um jornalista sobre o que acham dessa decisão de o Brasil sediar em cima da hora uma competição internacional em meio à pandemia.

O número de mortos pela covid-19 passou no Brasil de 465 mil, além de a vacinação não ter atingindo a todos os públicos no país. Em contrapartida, os campeonatos estaduais e regionais aconteceram com os protocolos de segurança, como também estão sendo disputados os jogos do Campeonato Brasileiro, Copa do Brasil, Libertadores, Sul-Americana, além das eliminatórias sul-americanas. A Seleção Brasileira tem jogo marcado na sexta (4), contra o Equador, no Beira Rio, em Porto Alegre.

O ex-jogador e também advogado Luiz Alves Lopes, o Luizinho, é contra a realização da Copa América no Brasil e disse que o país precisa passar ainda por um processo de reflexão sobre o momento que o país está vivendo. “Sou totalmente contrário, pois um erro não justifica outro. Têm acontecido abusos e desvalorização da vida por causa de outros interesses em nosso país. Daqui uns dias vão querer encher os estádios de torcedores. Creio que carecemos de uma reflexão profunda nesses momentos que estamos passando, independentemente de ideologia. Semana passada vi na ESPN Brasil um programa com participação do treinador uruguaio Óscar Tabárez. Cheguei a chorar pelo exemplo dele e sobre o que falou do futebol de seu país. O futebol brasileiro está lá embaixo e precisa de valores de todos os aspectos e uma melhor legislação. Sinto muita falta do posicionamento de cartolas e jogadores nessa situação. Creio que o Brasil está dando um exemplo negativo. Mesmo tendo outros campeonatos acontecendo, não justifica a realização da Copa América no Brasil por agora”, disse.

Luizinho entende que esse não é o melhor momento para realizar a Copa América no Brasil (Foto: Arquivo DRD)

O ex-jogador do Democrata e atualmente profissional de educação física e servidor público municipal Walber Cotta entende que a realização da competição no Brasil não é um problema, já que os jogos não terão público, além dos protocolos rígidos de segurança que serão aplicados. “Se nós estamos tendo aqui no Brasil os jogos do Campeonato Brasileiro, Copa do Brasil, Libertadores, Sul-Americana, além dos estaduais e regionais que foram disputados recentemente, não vejo problema nenhum de ter a Copa América em nosso país. Há um protocolo de segurança obrigatório da Conmebol que inclui jogos sem público e jogadores vacinados. Agora, se chegarmos ao entendimento de que não pode ter a Copa América no Brasil, temos que parar as outras competições e assim ser justos com todos. Acredito que o futebol segue e tem um protocolo seguro, além dos estádios que foram construídos para a Copa do Mundo de 2014, que são poucos aproveitados e seriam úteis nesta Copa América. Mesmo não tendo toda a população vacinada, mas como tem as competições acontecendo, além de não haver público nos jogos, não vejo problema na realização da Copa América aqui.”

Walber destaca que se outras competições são realizadas no Brasil atualmente, a Copa América não seria um problema (Foto: Arquivo Pessoal)

O ex-jogador Marcelo Alves, que jogou no Democrata, também tem o entendimento de que, se acontecem jogos de outras competições no país, a Copa América não seria problema. Para ele, é tudo uma questão política. “Está havendo uma polêmica muito grande devido o Brasil sediar a Copa América, haja vista que alguns países desistiram de ser a sede. A minha opinião é bem clara: se está havendo jogos do Campeonato Brasileiro, Copa do Brasil, Libertadores e Sul-Americana, não vejo porque não ter a Copa América aqui, claro, sempre respeitando todos os protocolos exigidos. Você vê comentaristas, artistas, jornalistas, políticos opinando e politizando a pandemia. Hoje somos obrigados a ficar em casa, enquanto outros são liberados para ficar em qualquer lugar. Quando vejo a grandeza da Copa América que será sediada aqui, com toda a estrutura já pronta, não vejo por que não aceitar, haja vista que há os protocolos a serem seguidos, além de os jogos não terem público. Tem o grupo que é a favor e outro que é contra. Acho que essa politização também acaba atrapalhando. A Copa América eu vejo como um entretenimento para o brasileiro sair do sufoco gerado por essa doença que tem nos afetado bastante.”

Marcelo Alves explica que a politização influencia nas opiniões contrárias ao evento (Foto: Arquivo Pessoal)

Já o jornalista e produtor cultural Tim Filho também enxerga a discussão política muito forte nesse momento de escolha da Copa América no Brasil, além de outras situações envolvidas, mas revela que está meio desligado e desinteressado de acompanhar essa competição. “Tenho acompanhado o futebol à distância, tanto que, se eu encontrar 80% dos jogadores da Seleção Brasileira, nem sei quem são. Essa polêmica em torno da Copa América tem um componente político muito forte, envolve a política partidária e as relações dos grandes grupos de comunicação, e o tema central que é a competição escapa para outras questões, como a pandemia do novo coronavírus. Sendo sincero, com o vírus ou sem o vírus, eu não me interesso pela Copa América.”

Sedes definidas

Na noite de ontem (1º), a Conmebol anunciou as quatro cidades brasileiras que receberão os jogos da competição: Brasília, Cuiabá, Goiânia e Rio de Janeiro. Embora a competição esteja prevista para se iniciar dia 13 de julho, as datas de início ainda serão confirmadas pela organização do evento, segundo o presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez, que lembrou que os jogos serão sem presença de público e com protocolos de segurança.

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