Escolas públicas de Valadares ainda não estão liberadas para retorno presencial, afirma Superintendência Regional de Ensino

(Foto: Juninho Nogueira )

Com a liberação do Comitê Extraordinário Covid-19, a Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE-MG) autorizou para esta segunda-feira (5) a retomada das atividades presenciais nas escolas públicas localizadas em cidades mesmo na onda vermelha do plano Minas Consciente. 30 escolas de Governador Valadares estavam na lista das instituições liberadas para retornar, mas, conforme comunicado emitido pela Superintendência Regional de Ensino em Governador Valadares (SRE-GV), esse retorno não irá acontecer sem a avaliação do Plano de Retomada das Aulas Presenciais da Prefeitura.

De acordo com a Secretaria de Estado de Educação, o retorno dos alunos para as salas de aula está previsto para a próxima segunda-feira, dia 12 de julho. Nesta semana, por enquanto, retornariam ao ambiente escolar os trabalhadores da educação.

No entanto, na manhã desta segunda-feira (5), a superintendente regional de Ensino, Sandra Márcia, encaminhou um comunicado geral para os diretores das escolas estaduais de sua circunscrição informando que nenhuma instituição irá retornar com as atividades presenciais sem o aval de segurança da Comissão Interna de Saúde e Educação da Prefeitura.

“Informo que, em função do Decreto N° 11.449, de 01 de julho de 2021, da Prefeitura Municipal de Governador Valadares, publicado no Diário Eletrônico da Prefeitura de Governador Valadares em 02/07/2021, as escolas estaduais desse município não irão retornar presencialmente, até que tenhamos a aprovação do nosso Plano de Retomada pela Comissão Interna de Saúde e Educação do Município de Governador Valadares. Solicitamos que as escolas estaduais de Governador Valadares aguardem essa resposta, que será enviada pela SRE/GV”

Sandra Márcia Ferreira
Superintendente Regional de Ensino de Governador Valadares

O que diz a Prefeitura de Valadares

De acordo com a Secretaria Municipal de Educação (SMED), a retomada das aulas presenciais só é permitida após avaliação do Protocolo Municipal para Retomada das Aulas Presenciais. Ou seja, as instituições de ensino enviam esse protocolo e a Prefeitura, através de uma comissão, analisa se as instituições têm ou não condição de retornar de forma presencial.

Em Valadares, apenas as escolas da rede privada estão funcionando de forma presencial. A Prefeitura não informou qual é o prazo para as escolas enviarem esse protocolo.

“O retorno das aulas está vinculado ao cumprimento do Protocolo Municipal para Retomada das Aulas Presenciais Durante o Enfrentamento da Pandemia da Covid-19. As escolas municipais já apresentaram o protocolo e só não retomaram as atividades devido a uma liminar judicial. Já as escolas da rede privada que apresentaram o plano de retomada estão funcionando desde a aprovação do plano. Assim como as escolas municipais e privadas, as da rede estadual também devem apresentar o plano de retomada das aulas durante o enfrentamento da pandemia da Covid-19 junto à Secretaria Municipal de Educação. Sendo aprovado, a escola poderá funcionar.”

SECOM/GV

Conforme a SEE-MG, as escolas estaduais de Governador Valadares que já têm permissão para retomar as atividades presenciais são as seguintes: CIE Dr. Raimundo Soares de Albergaria Filho, E.E. Alexandre Peixoto da Silva, E.E. Antônio Job da Cruz, E.E. Bom Pastor, E.E. Carlos Luz, E.E. de São Vítor, E.E. Dona Adelaide Malzone Hugo, E.E. Dona Arabela de Almeida Costa, E.E. Doutor Antônio Ferreira Lisboa Dias, E.E. Euzébio Cabral, E.E. Frei Angélico de Campora, E.E. Israel Pinheiro, E.E. Labor Club, E.E. Marçal Ciríaco da Silva, E.E. Marcos Geber Sírio, E.E. Nacle Miguel Habib, E.E. Pedro Faria, E.E. Prefeito Joaquim Pedro Nascimento, E.E. Presidente Kennedy, E.E. Presidente Tancredo Neves, E.E. Professor Nélson de Sena, E.E. Professor Paulo Freire, E.E. Professora Josefina Carmélia Reis, E.E. Rotary Club, E.E. São Francisco de Assis, E.E. São José, E.E. São Tarcísio, E.E. Secretário Levindo Coelho, E.E. Vicente José Soares e E.E. Vila Isa.

Para o diretor da Escola Estadual Abílio Rodrigues Patto, Ronaldo Castro, nem todas as instituições de ensino do município têm condição sanitária de retornar presencialmente. “O retorno das aulas presenciais se faz necessário. Deverá acontecer de forma gradual e segura, seguindo todos os protocolos sanitários recomendados. A SEE/MG tem se esforçado para que isso aconteça, inclusive fazendo repasses financeiros para as instituições escolares. A vacinação dos servidores tem avançado na primeira dose, mas ainda não estamos imunizados totalmente. Temos mais de três mil escolas estaduais, prédios diferentes. Nem todos estão com as condições ideais desse retorno. Mesmo com repasse de verbas, diretores escolares enfrentam dificuldades com excessos de demandas para serem executadas com prazos curtos, em várias frentes de trabalho”, disse.

Listagem que amplia retorno às atividades nas unidades da rede estadual indica volta dos alunos a partir de 12 de julho

Ronaldo defende a imunização de pelo menos 75% da comunidade escolar para um retorno mais seguro. “Todas as medidas estão em andamento, mas, ainda assim, a decisão mais assertiva seria o retorno com toda a comunidade escolar imunizada pelas duas doses da vacina.Temos muitos servidores acima de 60 anos, do grupo de risco. Os prédios escolares, nem todos possuem estrutura adequada, janelas”, afirma.

Sindicato dos professores ameaça paralisar as atividades em Minas

Após a Secretaria de Estado de Educação autorizar a retomada de aulas em todas as cidades que estão na onda vermelha, os professores da rede pública estadual podem aderir a uma “greve sanitária” a qualquer momento. A medida vai ser avaliada em reunião marcada para a esta quarta-feira (7), conforme anúncio feito pelo Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG). 

Anteriormente, só estavam liberadas as escolas localizadas nas ondas amarela e verde. A mudança só foi possível graças à melhoria dos índices epidemiológicos em Minas Gerais. Entretanto, o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG) continua contra o retorno presencial sem que haja vacinação em massa dos trabalhadores da educação.

“O governo do estado de Minas Gerais quer fazer da escola um grande tubo de ensaio e assim verificar a possibilidade de contaminações em massa pelo vírus. Não estamos dispostos a colocar a nossa vida e nem a dos nossos estudantes em risco. O Sind-UTE/MG defende a educação e prima pela vida. Queremos a volta presencial às aulas quando houver imunização de toda a população”, afirmou o diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Educação subsede Governador Valadares (Sind-UTE/GV), Rafael Toledo.

O embate entre professores e governo estadual não tem prazo para terminar. Por um lado, o sindicato dos docentes sugere que as famílias não enviem seus filhos às escolas. Do outro lado, o governo do estado defende que o retorno presencial foi planejado, com todo o cuidado, para garantir o cumprimento dos protocolos sanitários.

“A volta às aulas neste momento é um sinal de alerta máximo de perigo iminente que pode e deve ser evitado. Basta bom senso, cuidado com pessoas, investimento em vacinação e menos falácia”, manifestou-se o Sindi-UTE/MG em nota.

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