O governo federal reconheceu a situação de emergência em 16 municípios do Espírito Santo, e de calamidade pública em mais dois. O reconhecimento federal, que facilita o acesso das prefeituras a recursos federais, para ações assistenciais e de restabelecimento de serviços essenciais, ocorre no mesmo dia em que o governo do estado reduziu, de alerta máximo para estado de observação, o nível de prontidão da Defesa Civil.
Com as duas portarias que o Ministério do Desenvolvimento Regional publicou, no Diário Oficial da União desta quinta-feira, sobe para 22 o total de municípios capixabas, onde o governo federal admite que as chuvas que atingem parte da Região Sudeste, desde o último dia 17, podem causar, ou já estão provocando, danos à saúde da população e prejuízos à prestação dos serviços públicos.
Na Portaria nº 189, a Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil, do Ministério do Desenvolvimento Regional, reconhece a situação de emergência nas cidades de Alegre, Apiacá, Bom Jesus do Norte, Cachoeiro do Itapemirim, Castelo, Divino de São Lourenço, Dores do Rio Preto, Guaçuí, Ibitirama, Irupi, Jerônimo Monteiro, Mimoso do Sul, Muniz Freire, São José do Calçado, Domingo Martins e Marechal Floriano.
Já na Portaria nº 190, é reconhecido o estado de calamidade pública em Conceição de Castelo e Iúna. Antes, a secretaria nacional tinha reconhecido o estado de calamidade pública em Alfredo Chaves, Iconha, Rio Novo do Sul e Vargem Alta.
Mais grave que a emergência, o estado de calamidade pública é decretado, quando há prejuízos efetivos para os serviços públicos e para a saúde humana. Com o reconhecimento federal da gravidade da situação, os gestores municipais podem contratar serviços temporários e efetuar compras consideradas essenciais, sem a obrigação de realizar processo licitatório.
O reconhecimento federal, também, permite às prefeituras pedir recursos da União para ações de socorro, assistência às vítimas, restabelecimento de serviços essenciais e reconstrução. Além disso, os moradores de áreas afetadas, diretamente prejudicados, podem acessar mais facilmente alguns benefícios sociais e auxílios, inclusive, financeiros, oferecidos pelos governos municipais, estaduais e federais.
Observação
Nesta manhã, a Coordenadoria de Proteção e Defesa Civil do Espírito Santo reduziu, de alerta máximo, para nível de observação, o plano de emprego da Defesa Civil estadual. No nível de observação, o risco de inundações, enxurradas e deslizamentos de terra é considerado moderado, enquanto, no grau de alerta, o risco é classificado de alto a muito alto. Segundo a assessoria do órgão, a decisão se deve ao fato de os boletins das agências de meteorologia indicarem menor probabilidade de chuva.
Em boletim divulgado nesta quinta-feira (30), o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastre Natural (Cemaden) diz que é alta “a possibilidade de eventos hidrológicos em todo o Espírito Santo, devido aos altos acumulados dos últimos dias, à continuidade de chuvas previstas para a região e à tendência de alta dos rios, das bacias dos rios Doce e Itapemirim. Segundo o Cemaden, é possível haver condições para continuidade da chuva, nos próximos dois dias, em toda a Região Sudeste.
Em todo o Espírito Santo, as chuvas das últimas duas semanas forçaram 14.765 pessoas a deixar suas casas. De acordo com a Secretaria estadual da Segurança Pública e Defesa Social (Sesp), 12.735 pessoas estão desalojadas, ou seja, tiveram que deixar suas casas e se abrigar na casa de parentes, amigos ou outras opções temporárias, e 2.030 pessoas ficaram desabrigadas, tendo que se acomodar em abrigos públicos, improvisados, na maioria dos casos, e em escolas ou igrejas. Nove mortes em função das consequências das chuvas foram registradas: quatro em Iconha, três em Alfredo Chaves, uma em Iúna e uma em Conceição do Castelo. (Alex Rodrigues/Agência Brasil)