Eleições 2020 no 1º turno em MG: 504 prefeitos foram eleitos, 345 reeleitos e abstenção bate recorde

O 1º turno das eleições municipais de 2020 definiu os prefeitos(as) e vereadores(as) que irão administrar 849 cidades mineiras, mas o processo se deu em meio a um período turbulento: a pandemia do coronavírus.

O fenômeno causou reflexos tanto em relação ao baixo comparecimento do eleitorado, dada as preocupações com contágio, quanto acerca da resposta nas urnas às estratégias adotadas por prefeitos que tentavam a reeleição.

Segundo dados preliminares do TSE, mais de 34,2 milhões de brasileiros deixaram de votar, o que corresponde a 23,14% do eleitorado (147.918.483). Do total, 3.903.129 votaram branco (2,64%) e 7.032.920 (4,76%), nulo. Ou seja, o percentual real de não voto (abstenções + votos brancos + votos nulos) foi de 30,54%.

Apesar do número recorde de candidatos nas eleições de 2020, não foi observada uma grande renovação nos mandatos nas prefeituras de Minas Gerais.

Apesar de ter havido mais candidatos aos cargos no Executivo e Legislativo, a baixa participação dos eleitores pode ter impactado nos resultados. Do total, foram 345 prefeitos reeleitos, o que corresponde a 40,63% do total. Em 2016, a taxa de reeleição foi menor, de 24%.

Em relação ao número de mulheres eleitas para o executivo municipal, também não foram observadas grandes mudanças e a representação continua pequena, sendo que foram eleitas prefeitas em 62 municípios mineiros (7,3%).

No Brasil, o percentual aumentou, totalizando 12,2% das lideranças dos municípios que serão exercidas por mulheres. Para o segundo turno, cinco candidatas ainda se mantêm no páreo. Nas eleições passadas, o percentual final ficou em 11,6%.

Dos 11 municípios mineiros aptos a ter segundo turno, apenas quatro não foram decididos em primeiro turno: Contagem, Juiz de Fora, Uberaba e Governador Valadares.

Em relação aos partidos políticos, o resultado das urnas mostrou que o fim das coligações nas eleições proporcionais, estabelecida pela reforma eleitoral de 2017, teve como principal consequência a redução no número de partidos representados nas Câmaras Municipais em pequenas cidades.

Levantamento feito pelo jornal Estado de Minas mostra que 25 partidos elegeram ao menos um candidato.

Cenário

O cenário que os prefeitos vão encontrar é desafiador, dado o impacto econômico do isolamento social, decorrente da pandemia. Em entrevista ao jornal Hoje em Dia, o presidente da Associação Mineira de Municípios (AMM), Julvan Lacerda, destacou que não apenas os vencedores da eleição devem ter dias difíceis em 2021.

“Estamos num cenário incerto. Este ano houve injeção de recursos tanto públicos quanto privados na economia dos municípios, por causa da pandemia, que deram certa estabilidade às prefeituras”, diz.

“A hora que esse dinheiro não estiver mais sendo injetado, com as despesas sempre aumentando e as receitas estagnadas, tanto quem tem boa arrecadação própria, como os mais ricos, quanto os que dependem de repasses constitucionais – aliás, a maioria das cidades mineiras está nessa situação –, vão sofrer”, completa, lembrando que as prefeituras maiores teriam, talvez, um pouco menos de dificuldades.

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