Dia Nacional da Ciência é celebrado com evento on-line

UFJF é uma das instituições que participam das diversas transmissões ao vivo que ocorrerão durante o dia

Ciência e Cultura: muitas vezes vistas como opostas, na realidade possuem mais semelhanças do que diferenças. Para discutir o vínculo entre as duas áreas, a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) participa nesta quarta-feira (8), do “Dia Nacional da Ciência” e do “Dia Nacional das Pesquisadoras e dos Pesquisadores”, promovidos pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).

“Será um dia de diálogo e congraçamento com a população que, por meio de seus diversos coletivos, tem contribuído na construção e transmissão de conhecimentos e saberes primordiais para nossa e de todas as vidas que habitam o planeta”, ressalta o professor Luciano Mendes, secretário regional da SBPC Minas, um dos organizadores do evento.

UFJF no Dia da Ciência

O Centro de Ciências da UFJF é um dos organizadores do evento em Minas Gerais. Como parte da programação, foram produzidos quatro vídeos que serão exibidos nas redes sociais da SBPC e da UFJF. Eles fazem parte do eixo temático “A Ciência e os espaços de Cultura e Arte”, no contexto acadêmico. “Os vídeos têm como meta mostrar as atividades desenvolvidas no Centro de Ciências, e que devido ao período de isolamento social não estão podendo ocorrer presencialmente”, revela Elói Teixeira, diretor do Centro de Ciências da UFJF.

O evento começou às 9h com a exibição do vídeo “Química dos Elementos”, por Elói Teixeira ; às 11h, foi exibido o vídeo “Obesidade no contexto da Covid-19”, por Rodrigo Hohl, do Departamento de Fisiologia da UFJF; às 13h, será a hora da “Geometria nos Mosaicos”, por Marco Escher, Coordenador do Laboratório de Ciências e Educação Matemática (LaCEM); e às 15h, “Observatório Astronômico do Centro de Ciências”, por Cláudio Teixeira, Coordenador de Astronomia do Centro de Ciências.

Ciência e os espaços de Cultura e Arte

Seguindo a programação, às 17h, Elói Teixeira participa da live “Ciência e os espaços de cultura e arte: museus, saberes e inclusão social” no canal Ciência de MG do Youtube. Reconhecidos como lugar de guarda de patrimônio e memória, os museus também cumprem outros papéis na produção de circulação de conhecimentos. Por isso, o canal vai reunir pesquisadores e gestores de museus mineiros para conversar sobre a atuação dessas instituições na promoção da ciência e da cultura.

“A ideia da live é exatamente mostrar a intrínseca relação que existe entre ciência e cultura e a importância dos museus para a inclusão social”, destaca Elói Teixeira, que representará o Centro de Ciências da UFJF no evento.

As Culturas pelo Olhar da Ciência: cultura africana e cultura negra

História é ciência? E cultura tem história? O que conhecemos sobre a história das culturas negras e africanas no Brasil e no mundo? Às 18h, no canal do Youtube do Museu da Gerdau, Hebe Mattos e Fernanda Thomaz, professoras do Departamento de História da UFJF, discutem sobre o tema. De acordo com Hebe, os historiadores da cultura têm se mostrado os cientistas sociais com mais capacidade de previsão nesses tempos de crise. “Somos profissionais que pensamos a mudança no tempo, em muitos casos em uma perspectiva decolonial e na confluência de várias disciplinas. A história não é a mestra da vida como já se disse, mas é uma ferramenta boa para pensar as impermanências e descontinuidades do vivido”, destaca. 

De acordo com Fernanda Thomaz, a conversa será basicamente sobre a história como ciência e sua relação com a cultura, cada uma concentrada na sua área, no seu campo de estudo. “Vou abordar como a noção que temos de ‘África’ foi construída, o que está diretamente ligada com a cultura, sobretudo com a construção de identidade e relação de poder. Vou falar sobre minha pesquisa em Moçambique, quando trabalhei com pluralidade de justiça, com a relação cultural. Vou abordar minha vivência com a cultura local, o que me fez compreender a relação com o passado em uma sociedade muito díspare da minha, uma sociedade muçulmana, matrilinear. Entender as práticas culturais modificou minha forma de analisar as fontes históricas. A relação de gênero nas práticas culturais das sociedades africanas me levou a desconstruir estereótipos, refletir sobre os conceitos de gênero extremamente ocidentais e não universais”, reflete.

A live é uma iniciativa da Rede Mineira de Comunicação Científica (RMCC) com o Museu da Gerdau. De acordo com Bárbara Duque, representante da UFJF na RMCC, o princípio da Rede é promover e difundir a cultura científica para fortalecer o acesso a este conhecimento como direito primordial à cidadania. “Além de incentivar o intercâmbio de experiências entre as instituições parceiras, organizamos eventos para sensibilizar a população sobre a importância do debate com base no conhecimento científico. Buscamos com este encontro, provocar a reflexão sobre a ciência como cultura e a cultura como ciência”, aponta.

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