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Dia Mundial da Bicicleta: Valadares continua sendo a cidade das bicicletas?

Apesar do aumento da frota de veículos, principalmente de motos, a bicicleta ainda é um meio de transporte bastante utilizado na cidade

Simples, prática e eficiente, a bicicleta é um meio de transporte secular, utilizado por milhões de pessoas a cada dia, seja para o lazer, a trabalho ou para atividade física. Nesta quinta-feira (3) é comemorado o Dia Mundial da Bicicleta, uma data que veio para lembrar dos benefícios de utilizar o veículo. Dentre as vantagens estão a melhoria no condicionamento físico, além da prevenção de problemas decorrentes do sedentarismo. O valadarense tem uma ligação íntima com a bike desde a década de 50, quando o município era conhecido como a “cidade das bicicletas”, pela quantidade de ciclistas que circulavam pelas ruas e avenidas.

Hoje, a cidade tem 32 km de ciclovias e, apesar do aumento da frota de veículos, principalmente de motos, a bicicleta ainda é um meio de transporte bastante utilizado. É bom lembrar que Valadares tem topografia favorável ao uso de bicicletas. A ruas são planas, com poucas ladeiras, e as avenidas são largas. Existem muitos grupos em GV que se reúnem para percorrer determinados trajetos nos entornos da cidade, cada um com sua bicicleta, não importa se mais sofisticada, com acessórios, ou simples, de barra circular.

Encontro de bicicletas antigas em Valadares (Foto: Nil Rodrigues)

Luiz Carlos Filho, o Luizinho, é um apaixonado por bicicletas. Não é pra menos. Ele é atleta profissional e dono de uma oficina de bicicletas na rua Benjamin Constant. Ele conta que a paixão pela bike começou cedo. “É uma relação de pai para filho. Meu pai sempre gostou muito de bicicletas e fazia viagens com os amigos na adolescência. Depois passou a competir, e aí eu fui gostando daquilo também. Comecei com 8 anos de idade no BMX e fui passando por diversas modalidades do ciclismo. São mais de 30 anos no mundo da bicicleta, pedalando e conhecendo vários lugares, fazendo grandes amigos, além do bem-estar físico e mental que ela proporciona. Gosto de praticar a modalidade mountain bike (ENDURO), que consiste em subir uma montanha e descer pelas trilhas técnicas da mesma. Meu lugar preferido para praticar essa modalidade é o pico da Ibituruna”, contou.

A paixão pela bike começou cedo na vida do Luiz Carlos Filho, o Luizinho

Para Luizinho, andar de bike é assunto sério. Ele deu algumas dicas para quem é iniciante em aventuras mais longas. “Para começar no ciclismo é necessário procurar uma pessoa de bom conhecimento, que lhe mostre como comprar uma bike que vá lhe ajudar nos exercícios do dia a dia sem lhe trazer problemas mecânicos e andar sempre acompanhado de amigos que já praticam esse esporte. O ciclismo, em geral, é um esporte maravilhoso, que quando iniciado se torna um ciclo vicioso muito gostoso. A cada dia você irá querer pedalar mais e ir mais longe, conhecer novos lugares, estar em contato com a natureza. É bom demais”, disse.

A valadarense Iara Caetano também adotou a prática do ciclismo. “Sempre pedalei com minha família quando era criança, apenas por diversão, e há três anos atrás comecei a competir. Pedalar é um novo estilo de vida que adotei; me leva a lugares maravilhosos, que passam uma sensação inexplicável, sem contar que melhora a saúde em várias áreas, principalmente mental e corporal.”

Mas engana-se quem pensa que pedalar é uma atividade mais econômica. Pode até ser em alguns casos. Mas quando a paixão pelo ciclismo aumenta, é preciso investir alto se quiser ir mais longe. “Um bicicleta comum hoje custa em média R$600 até R$900, que a pessoa vai do trabalho para casa. Uma bike para usar como exercício ou até numa trilha esporádica você vai encontrar em média entre R$1.000 e R$1.800. Agora uma bike profissional custa entre R$7.000 até R$8.000“, explicou Luizinho.

O ciclismo se tornou também uma opção romântica para casais em Valadares. Tem aqueles casais que preferem pedalar para apreciar as paisagens; outros se aventuram e cortam o asfalto rumo a outras cidades. É o caso de Juliana Faula e José Alves, que pedalam juntos sempre que podem. “Há dois anos e oito meses comecei a pedalar com meu esposo. Antes tinha uma vida sedentária e alguns problemas de saúde; não gostava de praticar exercício. No início não foi fácil, pois tinha que me adaptar a pedalar. Comecei com percursos leves, como Ilha dos Araújos e pontilhão de Derribadinha. Sentia algumas dores no corpo, vontade de desistir, achava o trajeto muito longo. O que me motivou a continuar pedalando foi meu esposo. Ele sempre dizia que eu ia conseguir. Depois de muita insistência, fui tomando gosto e criando mais resistência, e assim conseguia ir a trajetos mais longos. A sensação que nos trazia era de liberdade, alegria, ânimo e muitos outros sentimentos que poderia citar que só quem pedala sabe como é. A pedalada em casal nos promoveu momentos únicos, experiências novas e nos aproxima cada vez mais”, relata Juliana.

O casal Juliana Faula e José Alves não perde um final de semana

“Saímos juntos para pedalar praticamente todos os fins de semana, e desde então virou parte da nossa rotina. Então, posso afirmar que o pedal me trouxe bem-estar e melhorou minha qualidade de vida”, disse Juliana.

“Uma bicicleta para cada valadarense”

Nas décadas de 50 e 60, Governador Valadares era dominada pelas bicicletas. Era costume dizer que “Era uma bicicleta para cada valadarense”. Tinha até corrida de bicicleta na rua 7 de Setembro. Os “bicicleteiros” saíam de frente oficina da Casa Perim, que pertencia à família Perim. A oficina ficava na Israel Pinheiro, perto da Casa Byrro.

Competidores saíam de todos os cantos para participar das corridas de bicicletas. Os modelos que se destacavam na época eram Raleigh barra aro 28, Humber 1940 e Bauer alemã.

Corrida de bicicletas em Valadares no ano de 1950 (Crédito: Fotos antigas de Governador Valadares)
Antiga oficina de bicicletas Casa Perim (Crédito: Fotos antigas de Governador Valadares)
Recorte de matéria da revista Manchete do Rio de Janeiro no final da década de 50 que destaca a quantidade de bicicletas em Valadares (Foto: Arquivo Haruf Salmen)

Bicicleta cai no gosto da população e as vendas disparam na pandemia

De acordo com pesquisa da montadora de bicicletas GTSM1, a procura por esportes ao ar livre se tornou uma das opções mais desejadas da população durante a pandemia.

A venda de bicicletas em 2020 teve um aumento de 50% em relação ao ano anterior, segundo dados da Aliança Bike, associação que reúne 3/4 dos fabricantes, montadores e importadores de bicicletas no Brasil. A explosão de vendas ocorrida no último ano, e que continua em 2021, se deu em razão de diversos fatores somados, incluindo o fechamento das academias e a dificuldade na utilização do transporte público em razão da pandemia. Segundo a pesquisa, o aumento do número de ciclovias nas cidades tem incentivado as pessoas a procurar mais as bicicletas, já que pedalar nos centros urbanos ficou mais seguro. A tendência é que 2021 continue muito promissor para o mercado de bicicletas.

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