Descoberta em Valadares oficina de desmanche de caminhões roubados

Um caminhão suspeito de ser roubado foi localizado nas investigações do Gaeco em Valadares. FOTO:Divulgação/PM

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e a Polícia Militar, com o apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do estado do Espírito Santo, cumpriram nesta quarta-feira, 20, oito mandados de prisão e 13 de busca e apreensão na chamada Operação Trivium. A operação apura crimes de roubo de carga, lavagem de dinheiro, organização criminosa, receptação qualificada e falsidade ideológica e documental em Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro, estados onde os mandados foram cumpridos.

A investigação teve início depois de levantamentos realizados pela Polícia Militar, que descobriu uma oficina de desmanche de caminhões e carretas em Governador Valadares, no Vale do Rio Doce. A partir daí, as apurações evoluíram e foi identificada uma verdadeira organização criminosa com atuação nos três estados.

Ao longo dos trabalhos, que duraram cerca de um ano, foi possível diagnosticar que os dois líderes do grupo criminoso são oriundos de Governador Valadares. Ainda foi possível identificar a forma como praticavam os roubos: os envolvidos acompanhavam as carretas/caminhões até que elas estacionassem, ocasião em que cometiam os crimes.

A organização criminosa também tinha uma estrutura definida de lavagem de dinheiro, sendo constatado que um dos líderes do grupo abriu uma conta bancária em Governadores Valadares, valendo-se de documento falso, e ali movimentava parte dos valores oriundos dos delitos que praticava.

A escolha do objeto a ser roubado era por “demanda dos consumidores”, também alvos desta operação, podendo ser tanto o próprio caminhão/carreta ou a carga. Em um dos crimes, os envolvidos subtraíram uma carreta que continha uma carga de chocolate e doces oriunda do estado do Espírito Santo. Como tais produtos não estavam “encomendados”, os criminosos efetuaram a doação de parte deles para que uma igreja da cidade, possivelmente, realizasse uma rifa beneficente.

De acordo com o apurado, cerca de 24 roubos foram cometidos pela organização desde 2007. Contudo, a maior parte dos roubos que praticaram não possui registro, o que indica que este número é muito maior, segundo os investigadores. Inclusive, em um dos crimes, foi roubada uma carga de projetores avaliada em R$ 24 milhões.

Os objetos apreendidos serão analisados por equipes do MPMG e da Polícia Militar, os quais vão averiguar o envolvimento de outras pessoas nos crimes, inclusive servidores públicos dos estados envolvidos.

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