Corte de 17 árvores no Vila Isa gera reclamações

De acordo com o secretário de Obras e Serviços Urbanos, Carlos Chaia, objetivo é a revitalização do local

A Prefeitura de Governador Valadares, através da Secretaria Municipal de Obras e Serviços Urbanos (SMOSU), realizou um trabalho de corte de 17 árvores de espécies diversificadas na quarta-feira passada (9) na avenida Engenheiro Roberto Lassance, no bairro Vila Isa. Após o corte, os trabalhos continuam sendo feitos para a reestruturação do local, que passará por uma revitalização.

Os cortes das árvores geraram desconforto e reclamações. O proprietário de uma empresa de publicidade na região do Vila Isa, Rogério Dias, ficou inconformado com as cenas que presenciou. “Fiquei estarrecido com o que vi ontem na avenida Engenheiro Roberto Lassance, no Vila Isa. Amo esta região pela sua beleza e onde tenho negócios. Como cidadão, eu me senti desrespeitado e resolvi fazer um vídeo para compartilhar minha indignação com toda a comunidade valadarense. Aliás, o que vi e filmei foi algo tão agressivo, que minha pergunta é: o que motivaria um gestor a cometer essa barbárie? Trata- se de um crime ambiental cometido à luz do dia. Enquanto o mundo luta pela defesa do meio ambiente, aqui em Valadares corta-se árvore indiscriminadamente. Além do crime, precisamos muito delas, porque nos ajudam a suportar o calor. Bela maneira de comemorar o Dia da Árvore, que será agora, dia 21, marcando a chegada da primavera”, disse.

Desabafo de Rogério Dias postado nas redes sociais (Vídeo: Rogério Dias)

Procurado pelo Diário do Rio Doce, o secretário municipal de Obras e Serviços Urbanos, Carlos Chaia, explicou que toda obra da SMOSU é feita com base em estudos técnicos. “Estamos vivendo um momento político e as pessoas estão querendo aproveitar a oportunidade para falar que estamos fazendo procedimento indevido. Nós temos uma metodologia, temos profissionais na Secretaria Municipal de Obras e Serviços Urbanos. Quando tem a demanda, o profissional vai ao local, faz uma avaliação e produz um relatório de visita técnica. Toda autorização de poda é dada por escrito e aprovada por profissional competente”, disse.

Cópia do Relatório de Visita Técnica (Foto: Fábio Velame)

Sobre o corte de árvores no bairro Vila Isa, Carlos Chaia revelou que a situação das árvores era crítica e foi necessário fazer esse tipo de trabalho. “Temos o relatório técnico, o engenheiro assinou e estamos trabalhando dentro da lei. De acordo com o relatório, tinha raiz descendo, mas não alcançava a profundidade necessária. As raízes acabaram entrando na horizontal, e isso compromete a pavimentação. Ainda nos deparamos com árvores mortas, doentes e com brocas. O trabalho está sendo feito para revitalizar. Nós não queremos destruir, queremos melhorar o local com a revitalização.”

Situação de como estavam as raízes de uma das árvores cortadas (Foto: Fábio Velame)

Segundo Carlos Chaia, no processo de revitalização será feito o plantio de 20 árvores novas, sendo 10 mudas de ipê-roxo e 10 de pau-brasil, além de uma área de lazer, ciclovia, espaço para caminhadas e outras melhorias. “Fizemos reuniões com a Associação de Bairros do Vila Isa ano passado na Prefeitura e apresentamos o projeto de revitalização do local, para valorizar ainda mais o bairro. Queremos terminar isso até o mês de novembro, e vamos ter mutirão para finalizar esse trabalho.”

Imagens em 3D do projeto de revitalização do local (Fotos: Divulgação)

Questionado sobre cortes em outras épocas da gestão que também geraram reclamações, Carlos Chaia contou que o trabalho é feito com responsabilidade. “Nós estamos falando de uma gestão dentro de três anos e nove meses que está trabalhando com responsabilidade. Governador Valadares é muito quente e realmente necessita de plantio de árvores, e essa gestão já plantou 20 mil árvores. Ainda vamos plantar mais 10 mil na época das chuvas. Não trabalhamos para destruir, trabalhamos para ter equilíbrio. Como exemplo, na Ilha dos Araújos nós tiramos 11 árvores, pois tinha um investimento elevado em certo local do bairro. Veículos de carga pesada tinham que entrar no estabelecimento e tiveram que até modificar a rede da Cemig para ter acesso. Em contrapartida, plantamos 300 mudas no mesmo bairro.”

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