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Construção civil ainda sente os efeitos da pandemia e busca estabilidade

Desde 2019, quando os casos de covid começaram a se espalhar e serem registrados por todo o globo, a economia vive uma fase de pré e pós-pandemia. O setor de construção civil sentiu o impacto das medidas de restrições, da mesma forma que apresentou sinais de recuperação quando a circulação retornou à normalidade.

Em 2020 o segmento praticamente estacionou em produtividade. No ano seguinte, 2021, a demanda reprimida das obras paralisadas fez a balança desse mercado desequilibrar. Mas desta vez foi para o lado da oferta. Ou seja, pouco material de construção nos estoques das lojas e muitos clientes em buscas desses produtos. Porém neste ano de 2022, pelo menos neste primeiro semestre, o setor apresenta sinais de estabilidade. 

Investir em obra está mais caro

Contudo mesmo com a aparente melhora, quem trabalha na construção civil também sente os efeitos da inflação sobre os materiais de construção. Segundo dados do INCC – Índice Nacional de Custo da Construção -, investir em uma obra está mais caro quando comparado aos últimos 12 meses. O estudo realizado pela Fundação Getúlio Vargas aponta que o custo, desde material de construção até a mão de obra, acumula uma alta de 7,20% em 2022. E nos últimos doze meses chega a um índice de 11,75%. 

No mês de junho deste ano o índice registrou alta de 2,81%, sendo superior ao mês de maio, quando o índice foi 1,49%. Além dos materiais de construção, a alta no índice foi puxada ainda mais por causa do valor da mão de obra, que subiu 4,37% em junho, após variar 1,43% no mês anterior.

Todos esses conjuntos de números e dados têm refletido de forma concreta o momento que o segmento passa. Segundo Gizelly Souza, gerente comercial de uma loja de material de construção, em Valadares, os preços dos produtos vendidos na loja tiveram uma média de aumento de 30% entre 2021 e 2022. “Nós tivemos muitos aumentos. Inclusive é algo que a gente tenta se programar com o estoque maior para tentar não repassar isso para o cliente”, disse a gerente comercial.

Trabalhar na construção civil tem sido desafiador

Do lado de quem trabalha na construção de casas, lidar com o aumento de preço dos materiais de construção já não é uma novidade. Mas nos últimos anos tem sido cada vez mais desafiador. O construtor civil Leonardo Carvalho Cunha começou uma obra de uma casa em maio de 2021, com a previsão de ser entregue no início de agosto deste ano. Para ele, os efeitos da inflação nos materiais foram bem perceptíveis. “O valor que a gente fez de orçamento, inicialmente, era um. E no meio da obra muita coisa aumentou [o preço dos materiais de construção], principalmente, a ferragem”, disse o construtor civil. 

Construtor civil Leonardo Carvalho Cunha – Crédito: DRD/TV Leste

Embora com tantos altos e baixos, se apegar na possibilidade de uma reação mais positiva e otimista é a projeção que Gizelly Souza espera se tornar concreta nos próximos seis meses que virão pela frente.

“Nós sentimos uma queda nas vendas de  2021 para 2022. E agora do meio do ano para cá, nós estamos sentindo que essas vendas voltaram a crescer. Então a gente espera que até o final do ano a gente recupere essa perda. Nós esperamos um aumento de até 15% nas vendas até o final do ano”. 

Gizelly Souza, gerente comercial de uma loja de material de construção – Crédito: DRD/TV Leste

O que é o INCC?

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) é um indicador econômico que capta a evolução de custos de construções residenciais. Possibilita o acompanhamento da evolução dos preços de materiais e custos de mão de obra e serviços mais relevantes para a construção civil.

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