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Climatologista explica fenômeno que causou forte tempestade e apagão em Valadares

Climatologista explica fenômeno que causou forte tempestade e apagão em Valadares
FOTO: Reprodução/ Redes Sociais

GOVERNADOR VALADARES – Sem luz, sem água, sem sinal de telefone e com muitos estragos pelas ruas da cidade. O final de semana em Governador Valadares foi um caos para os mais de 100 mil moradores que foram afetados diretamente e indiretamente pela tempestade no último sábado (20). 

A combinação de chuva intensa e concentrada mais ventos que chegaram até 75 km/h resultaram em um cenário de devastação com inúmeras árvores derrubadas, imóveis danificados. Além de cabos de energias rompidos e ruas interditadas. A estação meteorológica em Governador Valadares registrou no sábado (20), às 17h, chuva de 17,4 mm e ventos de 2,6 m/s. A rajada de vento, ou seja, o vento mais forte, entre 17h e 18h, foi de 19 m/s, o que representa 68/4 km/h. No mesmo período, a Cemig também informou que registrou na cidade a rajada de vento de 75 km/h. Essa variação entre os números acontecem, principalmente, porque o volume de chuva e a intensidade dos ventos podem variar de um local para outro dentro da área urbana.

Instabilidade atmosférica

De acordo com a professora de Geografia/Climatologia Daniela Martins Cunha, as chuvas de sábado foram resultado da instabilidade atmosférica. “Ou seja, nesta época do ano, as altas temperaturas ocasionam o aquecimento das superfícies. E, consequentemente, a subida do ar facilitada pelas baixas pressões atmosféricas. Sendo que o ar mais úmido do verão em altos níveis da atmosfera resfria-se rapidamente formando nuvens de chuva. Especialmente as nuvens cumulus nimbus, as quais ao crescerem muito verticalmente podem ocasionar as chuvas de granizo”, explicou a professora do Instituto Federal de Minas Gerais, em Governador Valadares. 

A instabilidade atmosférica é muito comum durante o verão. E, além disso, é responsável pelas chuvas isoladas em formato de pancadas com ventos muito fortes, raios e trovões. Além disso, outro fator que contribuiu para o fenômeno foi o estabelecimento de baixa pressão sobre o Oceano Atlântico, próximo ao litoral da região Sudeste. Juntou-se a isso também a passagem de uma frente fria sobre a região oceânica. Ambos enviando mais umidade para a área continental, descreveu Daniela Cunha. 

Previsões e projeções

Ainda conforme a professora, a previsão do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) já indicava a possibilidade de pancadas de chuvas isoladas para todo o Leste de Minas. “Essas tempestades mais severas são comuns durante o verão, quando a atmosfera tende a ficar mais instável. Historicamente, já tivemos em Governador Valadares tempestades como essas responsáveis pela queda de árvores, energia elétrica e destelhamentos. Inclusive na estação meteorológica já ocorreram registros de ventos até mais fortes”. 

Portanto de olho no que vem por aí, a previsão para os próximos dias ainda é de que essa instabilidade atmosférica permaneça com a possibilidade de chuvas isoladas. “Para os próximos dias, com os solos e vegetação mais úmidos, associados às temperaturas elevadas, a tendência é de continuidade da instabilidade atmosférica as quais poderão gerar as chuvas isoladas, chuvas em determinados pontos da cidade e em outros não. Ou em um município e outro não. Também em formato de pancadas, as típicas tempestades de final de tarde e início da noite. Sendo essa uma tendência para Governador Valadares e demais municípios da Bacia do Doce”, informou Daniela Cunha. 

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