Caminhoneiros valadarenses relatam dificuldades enfrentadas durante a pandemia

O fator financeiro é o que mais preocupa os motoristas, visto que as empresas diminuíram bastante a quantidade de pedidos, causando uma diminuição no número de viagens mensais

Com a pandemia da Covid-19, um setor que está sendo muito afetado é o de transportes. De acordo com uma pesquisa feita em maio pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), mais de 20 mil trabalhadores de carteira assinada no ramo dos transporte já haviam perdido seus empregos desde o início da pandemia.

Sendo assim, a equipe do DRD foi às ruas para descobrir os impactos causados com quem foi atingido diretamente pela pandemia: os caminhoneiros. O maior problema relatado por eles é o número de viagens mensais que diminuiu consideravelmente. Entretanto o motivo não é só pela questão financeira, pois as empresas também estão com receio de fazerem pedidos e eles chegarem infectados.

“Pra nós está sendo difícil. O prejuízo financeiro ainda acontece. Eu mesmo estou trabalhando menos, porque as empresas não estão vendendo ou querendo comprar. Por exemplo, se antes [da pandemia] eu fazia 5 viagens por mês, agora eu faço 2 ou 3 no máximo. A gente fica bem inseguro quanto a isso, além da nossa saúde. Então, pra nós está sendo muito difícil, por causa desta crise econômica”.

Antônio Marcos Ribeiro Santana, caminhoneiro, 49 anos.

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“Com certeza foi um impacto enorme e imensurável. A rotina mudou bastante por causa das medidas de segurança. Tivemos que nos adaptar com o uso da máscara, álcool em gel, a higienização completa. Fora que, está muito difícil trabalhar por questões de segurança mesmo, pois os clientes também têm o receio de pedir alguma mercadoria e ela chegar infectada. Muitos agendamentos estão sendo adiados e somente as cargas essenciais estão sendo transportadas. Então, a gente percebe que o serviço diminuiu bastante”.

Ilson Frossard, caminhoneiro, 31 anos.

“Já percorri vários lugares do Brasil e ainda estou nesta rotina, mas com menos frequência. Com certeza [a pandemia] atingiu toda a nossa classe, principalmente falando na questão financeira. Pois muitas empresas não estão podendo enviar as cargas, ou não estão recebendo-as no tempo correto para repassá-las. Mas temos que continuar trabalhando e tomar todos os cuidados possíveis, pois os supermercados, postos e outros serviços dependem de nós. Acredito que vai ser difícil recuperar a questão econômica do que esta pandemia está causando.”

James Brandão, caminhoneiro, 60 anos.

O DRD entrou em contato com a Federação dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Minas Gerais (Fettrominas) e com o Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas e Logística de Minas Gerais, mas não obteve resposta. A equipe não conseguiu contato com a representação da classe em Governador Valadares.

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