Boletim epidemiológico do sarampo

O sarampo é uma doença viral, infecciosa aguda, grave, transmissível, altamente contagiosa e comum na infância. A doença começa inicialmente com febre, exantema (manchas avermelhadas que se distribuem de forma homogênea pelo corpo), sintomas respiratórios e oculares.

No quadro clínico clássico, as manifestações incluem tosse, coriza, rinorreia (rinite aguda), conjuntivite (olhos avermelhados), fotofobia (aversão à luz) e manchas de koplik (pequenos pontos esbranquiçados presentes na mucosa oral). A evolução da doença pode originar complicações infecciosas com amigdalites (mais comum em adultos), otites (mais comum em crianças), sinusites, encefalites e pneumonia, que podem levar à óbito. As complicações frequentemente acometem crianças desnutridas e menores de um ano de idade.

A transmissão ocorre de pessoa a pessoa por meio de secreções (ou aerossóis) presentes na fala, tosse, espirros ou até mesmo respiração. Na presença de pessoas não imunizadas ou que nunca apresentaram sarampo, a doença pode se manter em níveis endêmicos, produzindo epidemias recorrentes.

Até o momento, foram confirmados 136 casos de sarampo. Quatro desses casos ocorreram no primeiro trimestre de 2019 e a cadeia de transmissão foi contida. A partir de junho de 2019 (SE 22 a 47), o número de casos suspeitos aumentou, totalizando 1.951 notificações provenientes de 279 municípios no Estado. Desses, 1.354 (69,4%) foram descartados, 471 (24,1%) estão em investigação e 126 (6,5%) casos foram confirmados, sendo detectados novos casos e cadeias de transmissão da doença.

Quatro (4) casos confirmados no primeiro trimestre de 2019 foram de residentes dos municípios de Belo Horizonte, Contagem e Betim, tendo essa cadeia, como caso índice, um viajante proveniente da Europa.

Os primeiros 70 casos confirmados no Estado, a partir do período epidemiológico de junho, foram relacionados à importação do vírus de doentes que estiveram no estado de São Paulo ou por contato direto com doentes provenientes das cidades de São Paulo (SP). A partir das investigações realizadas pelas vigilâncias locais nas últimas semanas, vem sendo detectados casos sem vínculo com importação.

Seguindo orientações do Ministério da Saúde, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) realizou, entre os dias 7/10 e 30/11, a campanha de vacinação contra o sarampo no Estado. Nesse ano, a estratégia de vacinação foi realizada em duas etapas, que contemplam os grupos mais acometidos pela doença, com o objetivo de interromper a circulação do vírus do sarampo no Brasil.

Ao longo da primeira etapa, que foi de 7/10 a 25/10, foi realizada vacinação das crianças de seis meses a menores de cinco anos de idade (4 anos, 11 meses e 29 dias) não vacinadas, e o Dia D de Mobilização ocorreu em 19/10.

Já na segunda etapa, realizada de 18/11 a 30/11, foi direcionada para os jovens adultos, com idade entre 20 e 29 anos, se vacinarem. Para essa fase, o Dia D de Mobilização ocorreu em 30/11.

No estado de Minas Gerais a cobertura vacinal das vacinas tríplice viral e tetraviral em menores de 5 anos de idade, atualizada em 29/11/2019 por meio do http://sipni.datasus.gov.br, demonstrou que a cobertura vacinal de crianças com uma dose (D1) está em 94,95%, e a faixa de idade com maior cobertura é a de 4 anos de idade, com 98,93%. A cobertura vacinal de crianças com duas doses (D2) está em 85,19%, e a faixa de idade com maior cobertura é a de 4 anos de idade, com 88,38%, e a menor é a de crianças com 3 anos de idade, com 81,5%.

 

Segunda etapa da campanha

Seguindo orientações do Ministério da Saúde, na segunda etapa da campanha, voltada para a faixa etária de 20 a 29 anos, foi utilizada como referência para a vacinação a estimativa de não vacinados contra o sarampo entre a faixa etária de 20 a 29 anos e não a cobertura vacinal, como foi feito anteriormente. Isso porque o registro nominal de vacinação é relativamente recente e a maior parte da população de adultos não foi registrada nominalmente no sistema. Assim, a única maneira de se estimar a proporção da população vacinada nesta faixa etária entre 20 e 29 anos é por meio de cortes etários.

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