Aumento de queimadas em Valadares: bombeiros e imunologista alertam sobre danos ao meio ambiente e à saúde da população

Faltam apenas dois dias para o início da primavera e as oscilações climáticas já sinalizam um período de instabilidade à vista. Os acontecimentos dos últimos quatro dias, inclusive, comprovam que essas mudanças repentinas de tempo podem causar, também, prejuízos inesperados.

No final da semana passada, o Corpo de Bombeiros atendeu a duas ocorrências de incêndio florestal. Uma em Mathias Lobato (na quinta-feira, 15) e a outra na região do pico da Ibituruna, em Valadares (sexta-feira, 16). De acordo com o cabo Vinicius Castelo Branco, que atuou no combate às chamas em Mathias Lobato, o incêndio naquele local pode ter começado por um motivo simples: queima de lixo.

“Quando a gente percorreu a mancha, a gente vislumbrou que havia um amontoado de lixo, que possivelmente teria sido o início do incêndio. E esse incêndio, devido ao período de estiagem, alastrou de forma descomunal. A gente teve uma área queimada lá de aproximadamente 500 hectares, envolvendo seis fazendas e mais um assentamento sem terra. Ficamos lá o dia inteiro no combate, tentando cercar o incêndio, e contamos com o apoio e boa vontade das fazendas e conseguimos controlar o incêndio sem maiores danos”, relatou o militar.

Confira, portanto, imagens do incêndio que tomou grande proporção em Mathias Lobato na última quinta-feira (15):

VÍDEO: Corpo de Bombeiros

Cabo Vinicius Castelo Branco (CBMMG)

Ibituruna

Já no pico da Ibituruna, na última sexta-feira (16), os bombeiros – em trabalho conjunto com brigadistas do Instituto Estadual de Florestas (IEF) – agiram a tempo de impedir que o incêndio tomasse maior proporção.

A causa de incêndio na região não foi informada.

Após esses acontecimentos, veio a chuva do fim de semana que tranquilizou a população. No entanto os bombeiros pedem aos moradores que mantenham atenção e cuidados redobrados, pois este continua sendo um período de seca.

Cresce número de queimadas em Valadares

Além disso, dados fornecidos pelo Corpo de Bombeiros apontam que o número de incêndios na vegetação teve um aumento expressivo desde o início do ano. De acordo com o levantamento, o índice de ocorrências saltou de 7 (janeiro) para 165 (agosto). Ainda conforme o balanço, a quantidade de queimadas na região quase dobrou no mês de agosto em comparação a julho, sendo grande parte em âmbito urbano – o que os militares veem como uma situação preocupante.

“A gente sabe que existe a ‘cultura do fogo’, é o modo mais fácil. Porém a gente pode ver um crescimento exponencial de incêndios na medida do passar do ano. Por quê? Se eu coloco fogo em um lote, em janeiro, estou tendo chuva. Esse incêndio não vai se alastrar, ele se comporta de maneira diferente, tanto por questão de vendo quanto por questão de umidade do ar, da vegetação. Nesta época [atual], ele tem um comportamento agressivo. Então esse mesmo lote que você queimou em janeiro com ‘sucesso’, você queima ele hoje e ele alastra. A gente perde o controle”, advertiu o cabo Castelo Branco.

Prejuízos à saúde da população

Contudo se engana quem acredita que as queimadas afetam somente a vegetação ou moradores das regiões de mata. Aliás o médico imunologista Aloísio Proba afirma que esse problema chega facilmente à população da cidade por meio da poluição do ar. Segundo o imunologista, é comum que pacientes que já convivem com problemas respiratórios sofram ainda mais neste período.

“A fumaça tem uma função irritante no aparelho respiratório. Então à população em geral, ela causa uma certa irritação, como a inflamação da mucosa, parte interna do nariz, da garganta e dos brônquios. Nas pessoas que são mais sensíveis, principalmente os alérgicos, essa irritação é muito mais acentuada. É capaz de provocar rinites, crise de asma, de bronquite, sinusite, infecção de garganta. Então esse período do ano, com essas queimadas, a incidência dessas doenças aumenta muito. Principalmente nas crianças e nos idosos”, explicou o médico.

Portanto saiba como se cuidar para prevenir o acometimento de doenças respiratórias:

VÍDEO: DRD/TV Leste

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