Associação Santa Luzia precisa da ajuda da comunidade

A Associação Santa Luzia foi criada há 54 anos e tem como objetivo abrigar idosos, deficientes físicos, deficientes visuais, que, por diferentes circunstâncias, estejam privados das condições mínimas para lutar por sua própria sobrevivência, que tenham sido abandonadas ou que vivam num ambiente familiar de comprovada e extrema carência. Atualmente, possui 102 internos. Ao longo de cinco décadas, a associação vem lutando para dar continuidade à qualidade dos serviços oferecidos, mas, de alguns anos pra cá, vem passando por algumas dificuldades, mesmo contando com ajuda da comunidade valadarense.

De acordo com o presidente da Associação Santa Luzia, Roberto Carlos Melo Pereira, antigamente eram atendidos cerca de 30 internos e, depois de uma reestruturação, o local passou a abrigar 102 internos. A partir daí, as despesas aumentaram. “Atualmente, a instituição, pela complexidade e o grande número de pessoas assistidas, tem um custo enorme. Antes tínhamos um quadro de mais de mil associados que contribuíam mensalmente, com as mais diversas quantias. Com o passar dos anos, esse quadro diminuiu de maneira assustadora. Hoje temos pouco mais de 300 contribuintes.”

A Associação Santa Luzia conta hoje com 65 funcionários, tanto da parte administrativa como na parte da saúde. “Todos os nossos internos são dependentes. Temos diversos acamados, dependentes de ser alimentados. O nosso quadro é extremamente complexo. São 65 funcionários, como enfermeiros, técnicos em enfermagem, nutricionistas, psicólogo, fisioterapeutas e funerários administrativos. Temos convênios com médicos e dentistas. Então, isso tudo gera um custo muito grande. Sem contar as despesas com luz, transporte, gasolina, higiene, entre outros. Por isso a necessidade do apoio da população neste momento”, disse o presidente.

Roberto Carlos ressalta que a realidade da instituição é sofrida. “Há cinquenta anos atendíamos crianças, adolescentes e idosos, por causa da carência da época, mas agora já estamos selecionando, porque não podemos ter todos juntos no mesmo local; tornou-se inviável. Temos internos aqui desde a criação da associação. Porém, os internos que estão aqui, seja criança ou adulto, têm que continuar aqui. Os órgãos de fiscalização encaram a Santa Luzia como casa de saúde. Nós não somos hospital, não somos clínica, mas desenvolvemos algum trabalho nesse sentido, por isso temos vários funcionários habilitados. Estamos vivendo em uma realidade sofrida. Há 25 anos resolvemos ampliar a instituição e hoje temos uma área de três mil metros. Depois da reestruturação, parece que de alguma forma a população vê as instalações e pensa que não estamos precisando tanto, mas a ideia de mudar a instituição é para poder dar um atendimento melhor aos nossos internos. Esse pensamento, de alguma forma, vem trazendo sérios problemas. Investimos na infraestrutura para um atendimento de qualidade e agora, mais do que nunca, precisamos da ajuda da comunidade”.

Antônio Rosa, carinhosamente chamado como Tonhão pelos colaboradores da Associação Santa Luzia, chegou ao local com 13 anos e é portador de uma deficiência motora. Cinco décadas depois ele permanece na instituição. Com um sorriso estampado no rosto, conta como é bom ser acolhido lá. “Quando cheguei aqui eu não andava. Depois, por algum problema, tive uma das pernas amputada. Passei a andar em cadeira de rodas. Hoje não ando e nem sento, mas sou muito feliz aqui. Tudo que tenho está aqui. Se não tivesse vindo pra cá, poderia estar morto. Obrigado, Associação Santa Luzia, por tudo. Amo todos vocês”, declarou-se.

por Angélica Lauriano | angelica.lauriano@drd.com.br

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