Associação Brasileira de Psiquiatria lança campanha de prevenção ao suicídio

FOTO: Freepik

GOVERNADOR VALADARES – A campanha Setembro Amarelo, que tem por objetivo ampliar a conscientização sobre o suicídio e promover a prevenção, foi criada a partir do Dia Mundial da Prevenção do Suicídio, comemorado nesse domingo (10). Neste ano, a data tem como tema “Criar esperança através da ação”. Enfatizar a necessidade de uma abordagem coletiva e incentivar a população a buscar ajuda especializada.

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 700 mil pessoas morrem por ano devido ao suicídio, o que representa uma a cada 100 mortes registradas. O número, para o psicólogo clínico Fernando Barbosa, mostra a importância de abordar o assunto de forma aberta e honesta. “O Setembro Amarelo surge como um momento para despertar o ser humano e estimulá-lo a buscar e a oferecer ajuda. Vem também com a ideia de quebrar tabus, reduzir estigmas relacionados ao suicídio e, principalmente, a apontar caminhos que ajudem ao encontro do sentido da vida”.

Fenômeno multifatorial

A psicóloga Elizabeth Diaz explica que o suicídio é um fenômeno multifatorial, mas, em grande parte dos casos, as pessoas que tentaram o suicídio tinham algum transtorno. “Os transtornos mentais são fatores de risco. 98% das pessoas que tentam suicídio tinham algum transtorno, como depressivo, de ansiedade, transtorno de bipolaridade ou borderline. Todos os transtornos aumentam a probabilidade de tentativa de suicídio. Em especial se a pessoa não fizer tratamento corretamente”, conta a psicoterapeuta.

De acordo com Elizabeth, existem pessoas que chegam à tentativa de suicídio e sequer têm consciência de que precisam de tratamento. Isso pode acontecer por uma série de fatores, como negação da doença, vergonha ou, principalmente, por falta de acesso a serviços de saúde.

Entender a dor do outro

Fernando Barbosa conta que quem tem intenção de ajudar alguém que está passando por isso deve, sobretudo, entender a dor do outro e não agir com julgamentos. “Para ajudar é preciso primeiro não ignorar a pessoa achando que é frescura ou vontade de aparecer. Além de não fazer julgamentos morais, religiosos e sexuais tais como ‘demonizar’ a pessoa”, diz. “Ter compaixão é o principal, afinal, cada um sabe o tamanho da sua dor”.

Como profissionais que tratam da mente, estudam e analisam os processos e comportamentos, os psicólogos são agentes destaques na data, uma vez que por meio do acolhimento, eles buscam mostrar um sentido para viver. “Não é um trabalho fácil e é de uma enorme responsabilidade. Uso ferramentas que a teoria das escolas da psicologia têm e todas as técnicas para poder ser eficaz na ajuda a esse paciente. Porém quando estou diante de casos assim, recorro sempre à frase dita pelo psiquiatra Carl Jung: ‘Ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana’”, diz Fernando.

De acordo com Elizabeth, é importante ficar atento aos sinais de alerta. As pessoas que pensam em suicídio podem apresentar alterações de comportamento, como isolamento social, mudanças de humor, perda de interesse nas atividades que gostavam de fazer, impulsividade, abuso de substâncias e automutilação. “Por isso, caso você perceba que alguém está em risco, converse com ela. Mostre que você se importa e que está ali para ajudá-la. Se você não sabe como ajudar, procure ajuda profissional. Um psicólogo ou psiquiatra pode orientar você e a pessoa em risco”, diz.

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