Trabalhadores deste forte setor precisaram se reinventar para garantir o sucesso
O setor de artesãos e trabalhos manuais é um forte movimentador da economia local, sobretudo de cidades distantes de grandes centros comerciais. Segundo dados do Sebrae e da Fundação Getúlio Vargas (FGV), este setor é o segundo nicho econômico mais afetado pela pandemia da covid-19, ficando atrás apenas do turismo.
A artesã Elaine Fernandes Bezerra trabalha com artesanato desde os 12 anos. Ela produz materiais em crochê, costura criativa e até pintura. Durante a pandemia, sentiu os impactos nas vendas e precisou se reinventar. “Com a pandemia ficou tudo muito parado né. Eu vi que o artesanato não estava tendo muito saída naquele primeiro momento. As pessoas estavam com um pouco de medo de vir aqui. Aí senti a necessidade de reinventar alguma coisa, e sempre gostei de fazer geleia para minha casa. Eu busquei um curso de geleia artesanal para agregar valor ao artesanato que eu já fazia”, explica.
De acordo com ela, a alternativa foi um sucesso. Por mês, costuma receber cerca de 30 encomendas. “Eu vendo para restaurantes, porque tem pessoas que servem como acompanhamento, cestas de café da manhã, padaria…”, ressalta.
Já Clarissa Ribeiro foi professora de dança por 16 anos e usava o artesanato para complementar a renda. Nos últimos dois anos de pandemia, transformou o que era extra em fixo. Hoje em dia, ela costuma receber cerca de 100 encomendas, entre bolsas, caixas, quadro e crochê.
O artesanato, para ela, é tradição de família. “Uma coisa que eu aprendi com minha família, que tem muitas mulheres habilidosas. Minhas avós, minhas tias… E todas essas técnicas foram coisas que eu aprendi desde a infância. Eu adorava brincar no quartinho de costura da minha avó, com as linhas dela, as agulhas…”, conta.
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