Agosto Lilás: órgãos da Segurança Pública realizam ação de prevenção e combate à violência doméstica em escola do bairro Santo Antônio

Na manhã deste sábado (6), a Escola Estadual Bom Pastor, localizada no bairro Santo Antônio, em Valadares, tornou-se um espaço inteiramente voltado à conscientização. Estiveram presentes na ação social pais, mães, familiares, alunos (entre crianças e adolescentes) e diversas autoridades que compõem a Segurança Pública do município.

Assim sendo, estiveram à frente da iniciativa órgãos como: Polícia Militar, Polícia Civil, Promotoria de Justiça, Defensoria Pública e Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Mas, apesar da seriedade do assunto tema, a programação destinada ao público presente foi leve e muito bem aproveitada.

Quem passou pela escola nesta manhã pôde contar com bazar solidário, cortes de cabelo, rodas de conversa (escuta ativa) e até mesmo assistência jurídica familiar e de proteção à mulher. Além disso, o público se divertiu bastante com apresentações do Clube do Circo e apreciou uma peça teatral do grupo de Teatro Katarriso.

Mulheres da comunidade e profissionais do setor jurídico estiveram na ação social desta manhã – DRD/TV Leste

Assistência jurídica

Por meio do serviço jurídico, inclusive, as mulheres já poderiam sair do evento com uma concessão de medida protetiva, em caso de denúncias. O Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc) também marcou presença no evento e seus representantes explicaram sobre o trabalho realizado pelas unidades:

“A gente cuida de várias ações, de uma maneira gratuita e que seja mais fácil. A gente busca um meio alternativo, para que a justiça seja feita mais rápido. Então, além dos acordos por meio de audiências, a gente consegue fazer com esse processo não seja tão demorado como na justiça comum. A gente faz vários tipos de ações, como guarda, pensão alimentícia, divórcio, investigação de paternidade. Tudo isso a gente faz por meio de uma audiência de conciliação ou de mediação. Um meio que seja rápido e bom para a população que, às vezes, não tem condição de arcar com um advogado e começar um processo do zero”, detalhou Mateus Martins Ribeiro, colaborador do Cejusc.

“Se, por exemplo, a vítima quer retirar medida ou quer denunciar que a medida existente está sendo descumprida, a gente faz essa mediação entre a vítima e o Judiciário”, complementou a psicóloga vinculada ao Cejusc Thaís Cristina.

Mateus Martins Ribeiro (colaborador do Cejusc) e Thaís Cristina (psicóloga) – DRD/TV Leste

Patrulha de Prevenção à Violência Doméstica (PPVD)

A cabo da Polícia Militar Cassiene Lopes aproveitou a ocasião para ressaltar o trabalho realizado pela Patrulha de Prevenção à Violência Doméstica (PPVD). A militar também falou sobre sua vivência enquanto mulher e profissional que age no combate à violência. “Enquanto mulher, as ocorrências com que a gente se depara são tristes, difíceis. Mas, enquanto policial, a gente precisa ser profissional. E no profissional, a gente busca a solução do conflito e prestar o devido auxílio a essa mulher vítima de violência”, destacou.

Ainda segundo a PM, após acionada, a equipe presta atendimento não somente à vítima, mas vai ao encontro do autor para conscientizá-lo e alertá-lo sobre as consequências do crime.

Segurança da mulher

Neste domingo (7), a Lei Maria da Penha completa 16 anos. Segundo a promotora da Vara de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, Carla Salaro, a campanha Agosto Lilás tem o propósito enfatizar a existência e o papel importante da lei no que diz respeito à segurança da mulher. “A gente promove essas ações com o objetivo de divulgar a Lei Maria da Penha, o conceito de violência doméstica, as formas de violência, a natureza cíclica da violência doméstica e também nossos canais de atendimento, para que as mulheres saibam onde buscar um socorro, um atendimento, em caso de necessidade”, informou a promotora.

Carla Salaro (Promotora da Vara de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher) – DRD/ TV Leste

Sobre a escolha do ambiente escolar para a ação, Carla Salaro afirma ser em razão do acesso às mulheres, que em grande parte são mães e, muitas vezes, não têm com quem deixar os filhos. Desse modo, a estratégia dos órgãos foi levar à comunidade uma programação capaz de incluir toda a família. Já a escolha dos primeiros bairros a serem atendidos está relacionada ao índice de registros de ocorrências de violência doméstica. “A gente tem eleito bairros onde o índice de violência doméstica é elevado”, pontuou.

Por fim, o juiz da Vara de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, Vinícius da Silva Pereira, falou sobre o trabalho incessante da Justiça em defesa das mulheres vítimas de violência: “Polícia Civil e Defensoria Pública também se fazem presentes neste evento, para encurtar esse caminho, sem que seja necessário procurar um juiz plantonista ou mesmo aguardar a segunda-feira. Nós vemos que, infelizmente, há uma escalada da violência contra a mulher, não só em Governador Valadares, mas em todo o país. E é necessário que, neste mês, venhamos combater esse tipo de violência e trazer uma maior conscientização para a população a respeito disso”.

Vinícius da Silva Pereira (Juiz da Vara de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher) – DRD/TV Leste

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