Município é autorizado a passar para a Onda Amarela e amplia flexibilização do comércio
por THIAGO FERREIRA COELHO e MASSILLON NEVES
O governo estadual autorizou Governador Valadares a passar para a “Onda Amarela” do programa Minas Consciente, e o Município ampliará a flexibilização para abertura do comércio durante a pandemia do coronavírus. O anúncio, nesta quinta-feira (13), foi feito pelo prefeito André Merlo (PSDB), em cerimônia ao lado do governador Romeu Zema (Novo).
Segundo André, um ofício já havia sido elaborado, pleiteando a adesão aos protocolos da “Onda Amarela”, com abertura de serviços não essenciais – como salões de beleza, lojas de artigos esportivos e centros de formação de condutores. No entanto, destacou o prefeito, a permissão estava prevista pelo governo estadual.
“Antes de entregar o ofício, a gente foi surpreendido que haverá uma nova análise nos próximos 15 dias, e nesses 15 dias Valadares já tem permissão para passar para a Onda Amarela. É um presente muito bom para a economia de Valadares”, declarou André.
Zema esteve em Valadares para entregar 14 respiradores, que possibilitarão ampliar a quantidade de leitos de UTI na região. Ao lado de André Merlo, o governador também concedeu títulos de regularização fundiária urbana a moradores da região. No ato simbólico, na Prefeitura, foram concedidos três títulos. Mas, ao todo, 893 pessoas serão beneficiadas com a regularização de seus imóveis.
“A regularização fundiária traz dignidade a essas pessoas, com segurança para quem recebeu esses títulos. O Estado deu um apoio muito importante para potencializar a entrega de mais de 800 títulos na nossa cidade. Os títulos estão prontos, na rua Bárbara Heliodora. Os beneficiados sabem onde é, e já podem buscar seus títulos”, afirmou o prefeito.
Leitos de UTI
Juntamente com os 14 respiradores invasivos, Romeu Zema anunciou a entrega de seis bipaps, quatro cardioversores e nove respiradores de transporte, que beneficiarão o Hospital Municipal e o SAMU. Em uma semana em que o governo estadual foi questionado pela quantidade de recursos investidos na saúde, Zema afirmou que Minas Gerais ampliou a capacidade de leitos de UTI.
“Nos últimos cinco meses nós conseguimos ampliar os leitos de UTI em todo o Estado, em mais de 1650 unidades. Hoje, nosso sistema de saúde está muito mais fortalecido do que era no início do ano. Um dos legados que essa pandemia deixará é um sistema de saúde mais forte. Infelizmente, temos tido perdas de vidas. Mas não por falta de atendimento”, disse o governador.
Hospital Regional
Romeu Zema também voltou a afirmar que a construção do Hospital Regional será retomada ainda em 2020. A volta às obras já tinha sido anunciada em abril, mas a liberação de recursos – da Fundação Renova, como parte da reparação pelo rompimento da barragem da Samarco em Mariana – ainda dependia de decisão judicial. No início deste mês foi publicado edital para continuar a construção.
“Devido a complicações, a questões internas da Fundação Renova, o processo ficou paralisado. Mas, semana passada, tivemos já a confirmação, através da Justiça Federal, que o hospital terá obras iniciadas ainda neste ano de 2020, com previsão de que daqui a dois anos teremos condição de entregá-lo para a região”, disse Zema.
Protestos
Dois protestos foram realizados em frente à Prefeitura de Governador Valadares na manhã e na tarde desta quinta-feira. Antes da solenidade com Romeu Zema, representantes do ramo de academias de ginástica e profissionais de Educação Física se manifestaram pela reabertura do setor.
“A única maneira de aumentar a imunidade do corpo humano é através da atividade física, que nós proporcionamos de maneira técnica e científica em nossas academias, com profissionais devidamente qualificados para tal. E nos foi tirada a condição de trabalho. Somos cerca de 200 academias em Valadares, com centenas de profissionais da educação física que não têm como trabalhar”, afirmou Alessandro Máximo Lima, organizador da manifestação.
No início da tarde, representantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) que moram no Assentamento Oziel, em Governador Valadares, repudiou o despejo de mais de 450 famílias do Quilombo Campo Grande, em Campo do Meio, no Sul de Minas.
“Repudiamos o despejo em plena pandemia e em qualquer outra época. A produção de alimentos saudáveis vem do campo, da agricultura familiar. A vida dessas famílias, o desenraizamento delas, a retirada das moradias, retirada da escola”, declarou Terezinha Sabino, liderança do MST em Governador Valadares, que lamentou o envio de tropas da Polícia Militar para o despejo no Quilombo Campo Grande.
