Dono de abatedouro, em Dom Cavati, foi parar na delegacia após flagrante no início de setembro
DOM CAVATI – O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) ofereceu à Justiça uma denúncia contra o dono de um abatedouro clandestino do município de Dom Cavati. O homem, de 48 anos, acabou preso em flagrante pela Polícia Militar de Meio Ambiente e encaminhado à delegacia no dia 1º de setembro deste ano. O flagrante aconteceu após um pedido de fiscalização da 2ª Promotoria de Justiça de Inhapim, comarca à qual pertence o município.
À época do flagrante, os militares compareceram ao estabelecimento, popularmente conhecido na região como “fábrica de linguiças”, por dois dias seguidos. Desse modo, no primeiro dia de fiscalização (31 de agosto), a polícia relatou ter se deparado com diversas irregularidades. Além da reclamação de vizinhos por causa do mau cheiro, a equipe registrou problemas como animais bovinos lesionados convivendo no espaço, alvará de licenciamento irregular e, por fim, caixas que armazenavam carnes impróprias para consumo. No dia seguinte (1º de setembro), a PM retornou ao estabelecimento para dar sequência às investigações.
Os militares, aliás, notaram que os animais vivos do dia anterior já estavam abatidos. Mas a carne estava armazenada em caixas para consumo e não para descarte como o dono do local havia dito. “A Polícia Militar de Meio Ambiente realizou fiscalização no local. Encontrando cerca de 700 quilos de carne bovina e subprodutos abatidos de forma irregular, cruel e clandestina, e em condições impróprias para o consumo”, recorda o MPMG.
Apreensão e descarte
De acordo com o Ministério Público, a polícia apreendeu a carne e a descartou em um aterro sanitário de Dom Cavati. “Além disso, conforme laudo pericial, efluentes e fragmentos de animais estavam sendo encaminhados in natura para uma rede coletora. Em seguida para o rio Caratinga. Sendo descartados sem nenhum controle, separação ou tratamento. Foi constatado, ainda, que no local acontecia o armazenamento transitório de couro e ossos de animais, e que os chorumes dessas atividades também eram encaminhados para o curso d’água”, detalha o Ministério Público.
Com base nisso, a Promotoria de Justiça denunciou o homem pelo crime de poluição com danos ao meio ambiente e risco de danos à saúde humana, além de produzir e vender material impróprio para consumo.