Kátia Reis Gonçalves, de 40 anos, é da cidade de Almenara, mas cresceu aqui em Governador Valadares. Antes de se eleger como vereadora trabalhou no segmento comercial da cidade. Incentivada pelo marido, o ex-vereador José Roberto da Neiva Ferreira, entrou na vida política.
“Ajudar os menos favorecidos me fez entrar para a vida política. Acho que nós mulheres merecemos ocupar espaços na vida pública. Veja a Câmara Municipal de Governador Valadares. Somos 21 vereadores. E só eu e a vereadora Gilsa somos mulheres. A mulher tem uma visão mais ampliada da sociedade e é mais afeita ao diálogo, além de ter maior conhecimento de causa sobre pautas femininas. Já demonstramos também ter qualificação semelhante à dos homens para ocupar quaisquer funções. A política precisa e deve ser assunto de mulher”, diz Kátia Gonçalves, vereadora do PDT.
Acesso à formação política
A parlamentar acredita que é necessário fortalecer a liderança feminina dentro da comunidade e ampliar o acesso à formação política, a fim de promover uma participação mais qualificada das mulheres no ambiente político.
“Todos nós devemos lutar por melhores condições de vida da nossa população. Hoje estou exercendo um cargo eletivo. Fui eleita com 1.522 votos. Por isso quero fazer um trabalho cada dia melhor. Conto com o apoio especialmente das mulheres para que possamos fazer mais. Estou sempre à disposição no meu gabinete para levar suas vozes a todos e quero que saibam que juntas poderemos fazer muito mais. E que o dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, seja comemorado todos os dias, pois todo dia é nosso dia”.
Gilsa Maria dos Santos, de 43 anos, nasceu e foi criada em Governador Valadares. Professora de História, por meio da formação educacional e por influência da participação da família, principalmente, das mulheres, entrou na vida política.
“De 21 cadeiras, nós só temos 2 mulheres, então, estamos sub-representadas. Se somos a maioria [da população] era primordial que tivéssemos a maioria ou um número significativo discutindo. Nós não somos nem um sétimo da casa. Então olhar dessa forma é entender que um cargo representativo ele leva voz de grupos, agrupamentos, da sociedade para dentro da Câmara. Para defender não só os interesses desse mesmo coletivo, mas equilibrar a força da dinâmica social”, afirma Gilsa Maria dos Santos, vereadora do PT.
Capacidade de pensar
A parlamentar acredita na potência da mulher para integrar, atuar e influenciar nas decisões políticas por meio da capacidade de pensar a cidade de maneira mais ampla. “Eu acredito que as mulheres têm potencialidade de pensar o coletivo e a coletividade. […] Ninguém precisa temer o poder de uma mulher ou o poder de ocupar um espaço que uma mulher tem. Porque ela nunca vai pensar nela mesmo, ela sempre vai pensar de maneira coletiva, ela sempre vai chamar outros para estar do seu lado. Ela sempre vai se colocar à frente dos desafios que os companheiros e companheiras passam, então, é acreditar que as mulheres são capazes de transformar, porque elas já mostraram isso diversas vezes. A gente tem mulheres significativas que transformam os lugares onde ocupam. Eu gostaria que as mulheres ocupassem mais espaços e mostrassem cada vez mais o seu poder de tomada de decisão”.