Foram mais de 94 milhões de m³ de saldo virtual irregular com madeira da Amazônia
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) identificou uma série de empresas localizadas na Região Metropolitana de Belo Horizonte/MG com saldo virtual discrepante de madeira no Sistema Integrado de Informações Ambientais (CAF/SIAM) – sistema estadual de controle de madeira e carvão nativo. O estado de Minas Gerais possui um sistema próprio, não adotando o sistema federal – o Documento de Origem Florestal (DOF).
Dentro do sistema foram identificadas 21 empresas que possuem mais de 140 mil m³ de saldo de madeira nativa proveniente da Amazônia e 94 milhões de m³ de carvão de madeira de espécies nativas. A operação, que se encerrou sexta-feira (08/10), está fiscalizando os estoques das empresas para retirar o crédito excedente do sistema.
A ação teve início após análises realizadas a partir de desdobramentos da Operação Angustifolia (com foco na exploração de madeira de Araucária), em que levantou-se a suspeita de que empresas que operam com madeira nativa da Amazônia possuiriam acúmulo indevido de crédito no CAF/Siam.
Por meio de análise dessa base de dados, o Ibama teve acesso ao saldo virtual de todas as empresas cadastradas no sistema e verificou que algumas das empresas na região Metropolitana de Belo Horizonte apresentavam volume de madeira e carvão nativo muito acima do quantitativo possivelmente presente nos seus pátios.
Essa situação possibilita a realização de fraudes a partir do volume excedente de saldo no sistema: qualquer madeira pode ser enviada da Amazônia sem saldo ou com saldo não correspondente à carga, mas, ao chegar às madeireiras que possuem carga excedente, essa madeira passa a ser legal.
Outra possibilidade é o envio de saldo virtual para acobertar madeiras sem crédito em outros estados, o que pode ser favorecido pelas dificuldades de integração entre os sistemas de controle Federal e Estadual.
Assessoria de Comunicação do Ibama
Superintendência do Ibama em Minas Gerais