Procon GV divulga pesquisa de agosto da cesta básica nos supermercados do município
Além da pandemia, o Brasil também enfrenta o aumento da inflação, que afeta os preços de serviços, bens e produtos, entre eles os itens da cesta básica. O Programa Municipal de Defesa do Consumidor de Governador Valadares (PROCON/GV) realiza todos os meses pesquisa de alimentos que compõem uma cesta básica. O estudo reúne quatro estabelecimentos comerciais, com análises de preços de 39 produtos de diferentes marcas. De acordo com o órgão, no mês de agosto houve aumento de 33,53% no preço da batata e 17,79% no preço da cebola. Em relação a valores, a maior alta foi no preço da carne. O DRD conversou com um economista, que explicou os motivos das recentes altas.
Menos carne no prato
Na última quarta-feira (1), o Programa Municipal de Defesa do Consumidor de Governador Valadares (PROCON/GV) divulgou a pesquisa de agosto, com dados coletados nos dias 30 e 31. Na maioria dos estabelecimentos pesquisados houve variações nos preços dos alimentos. Ao comparar os preços das carnes, por exemplo, o quilo do contrafilé apresentou uma diferença de até R$ 7,91 entre os supermercados. O aumento da carne bovina já está pesando na escolha do consumidor valadarense, que com a inflação foi obrigado a diminuir o consumo de carne.
Segundo a pesquisa, o alho foi o campeão de variações nos preços, já que o quilo pode custar de R$ 12,90 a R$ 29,90. A pesquisa do Procon GV ainda inclui ovos, hortifrutigranjeiros, açúcar, achocolatado, café, extrato de tomate, farinha de mandioca e de trigo, fubá, leite, macarrão, margarina, óleo de soja, arroz, feijão, sal, biscoitos, pão francês e produtos de higiene.
Em termos percentuais, houve alta de 33,53% no preço da batata, 25,28% na banana e 17,79% no preço da cebola. Esses foram os principais aumentos percentuais. O outro destaque é para o açúcar, que aumentou R$ 1,78 em relação ao mês anterior (julho). De acordo com a pesquisa do Procon GV, o preço de uma cesta básica em Valadares está entre R$ 654,80 e R$ 543,79.
Veja o resultado da pesquisa completa do Procon GV de preços das cestas básicas neste link.
De acordo com o economista e assessor de investimentos Lucas Gonçalves, as previsões para a inflação podem piorar ainda mais neste ano. “A inflação no atual momento econômico é, sem dúvida, o indicador que mais traz incertezas no mercado financeiro, bem como gera receios a todos os investidores sobre o Brasil. E isso pode ainda piorar, a depender do volume de chuva que incidir sobre nosso país a partir de agora, visto que uma política de racionamento incrementaria ainda mais os preços de toda a cadeia produtiva. E com toda a integração econômica, qualquer incremento de combustíveis ou energia gera um impacto na cadeia produtiva até o produto final”, disse.
Segundo o economista, buscar alternar a escolha de alimentos mais em conta e pesquisar valores antes de entrar no supermercado valem a pena.
“Buscar produtos substitutos e modificar o perfil de escolhas quanto à alimentação e à boa pesquisa de preços são alternativas para tentar mitigar os efeitos da inflação”
Lucas Gonçalves, economista
Para o economista, a inflação impulsionada pela alta no dólar e aumento das commodities foi sentida no orçamento das famílias. “Quanto aos alimentos, esse efeito se mostra mais tangível; afinal de contas, podemos comparar os preços desses produtos semanalmente ou mensalmente, visto que se trata de uma atividade recorrente e básica para todas as famílias. Com isso, essa escalada de preços observada neste ano foi muito sentida pelas famílias. A mesma foi baseada tanto na escolha dos produtores em vender inicialmente para fora, deixando o mercado interno como um plano B, como pela apreciação do dólar em relação ao real, intensificada recentemente com o aumento das commodities, e com essa possível piora, caso ocorra um racionamento de energia”, disse.
