O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) obteve a condenação do ex-delegado regional de polícia de Varginha Wellington Clair à pena de 19 anos, um mês e 25 dias de reclusão e 3 meses de detenção, em regime inicial fechado, pela prática dos crimes de corrupção passiva, organização criminosa e prevaricação. Na denúncia oferecida pelo MPMG, ele é apontado como líder de uma organização criminosa que recebia propinas em diversos serviços prestados no Detran-MG.
Em 2020, o MPMG, por meio da Promotoria de Justiça de Elói Mendes, com apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) – núcleos Varginha e Pouso Alegre, deflagrou a Operação “Ilusionista”, resultado da continuidade de diversas investigações realizadas nos anos de 2019 e 2020 envolvendo a prática dos crimes no Detran.
Como resultado da denúncia oferecida, a sentença determinou, além da pena privativa de liberdade, que o ex-delegado pague multa e repare os danos morais coletivos no valor aproximado de R$470 mil. Terá, ainda, que devolver R$247.500,00, reconhecidos como propina recebida. A perda do cargo de delegado de Polícia também foi decretada pelo Poder Judiciário.
As ações penais contra os demais indivíduos apontados como membros da organização criminosa, policiais civis, servidores públicos e despachantes, prosseguem em andamento. Da decisão de primeiro grau cabe recurso.
Crimes praticados
As investigações apuraram pagamento de propina a policiais civis e servidores do Detran para favorecimentos em investigações envolvendo desmanches de veículos; retirada das anotações de sinistro dos documentos de veículos montados com peças produto de crime; que fossem atestadas falsamente vistorias não realizadas; agilização na expedição de documentos veiculares e autorização para que emplacamentos e lacrações ocorressem fora do órgão de trânsito.