Delegado da PF avalia o aumento de emissão de passaportes em Valadares

Delegado também comentou sobre o trabalho da PF no combate ao crime de promoção de migração ilegal

A Polícia Federal de Minas Gerais (PF) comunicou recentemente que o Estado teve um grande aumento nas solicitações de passaportes.De acordo com o órgão, em janeiro deste ano foram emitidos 7.944 desses documentos. Em abril, o número subiu para 14.100 passaportes. Em entrevista ao DRD, o delegado Daniel Vianna Ottoni, chefe da Delegacia da Polícia Federal (DPF/GVS) em Governador Valadares, atualizou o número da emissão de passaportes no município. De acordo com ele, de janeiro até abril deste ano foram aproximadamente 5.500 passaportes emitidos na cidade.

O delegado Daniel Vianna Ottoni afirmou que é provável que o número de emissão de passaportes aumente nos próximos meses. “Só em abril foram emitidos 1.200 passaportes de Valadares. De janeiro até abril foram aproximadamente 5.500 passaportes emitidos. Houve, sim, um aumento, e com tendências de aumentar, à medida que as restrições sanitárias da pandemia forem diminuindo. Tem de levar em conta que não atendemos só Governador Valadares. Esses números dependem de cada unidade. São 183 municípios atendidos nas regiões Leste e Nordeste de Minas”, disse.

De acordo com a PF, em abril foram emitidos 14.100 passaportes em Minas Gerais

Governador Valadares é conhecida mundialmente pela migração de moradores, especialmente para os Estados Unidos, mas a maioria tenta a “sorte” através de travessias ilegais na fronteira daquele país com o México. Os responsáveis por guiar essas travessias são conhecidos como coiotes. São parte de um esquema milionário para atravessar os migrantes para dentro dos Estados Unidos. “60% dos brasileiros presos nas fronteiras do México com os Estados Unidos são daqui da região”, disse Ottoni.

O delegado ressaltou que muitos ainda insistem em arriscar a vida atravessando a fronteira em busca do sonho de uma vida financeira melhor. “Deixemos bem claro que a Polícia Federal combate o crime de promoção de migração ilegal. As pessoas que promovem isso e lucram em cima de outras pessoas cometem o crime contra a dignidade humana. São valores altíssimos que eles cobram das pessoas, que muitos não têm de onde tirar, mas preferem se arriscar a morrer em uma travessia longa e perigosa, e possivelmente podendo ser deportados. “É um risco grande de correr. Só existe uma forma de emigração, a legal. Por que arriscar na mão de um coiote, que não tem o mínimo interesse pela vida alheia e não oferece garantia de nada?”, questiona.

Mudança de governo não facilita entrada de imigrantes

Na última sexta-feira (21), um avião fretado pelo governo dos Estados Unidos (EUA) pousou em Belo Horizonte com 30 brasileiros deportados por imigração ilegal. O número de deportados foi confirmado pelo Itamaraty (Ministério das Relações Exteriores) e também pela concessionária que administra o Aeroporto Internacional de Confins, na região metropolitana da capital mineira. 

Este foi o primeiro voo de deportação de brasileiros durante o governo de Joe Biden, que assumiu a Presidência dos Estados Unidos em janeiro.

Para o delegado, a mudança de governo nos Estados Unidos trouxe a “ilusão” de que entrar no país ficou mais fácil do que no governo do ex-presidente Donald Trump. “A política americana continua igual. Os coiotes mentem dizendo que o governo americano flexibilizou as regras e que agora está mais fácil de entrar. O número de prisões não diminuiu; é uma propaganda falsa dos coiotes. Mas o preço continua alto. Portanto, não mudou nada”, afirma.

“Cai-cai” continua dando dor de cabeça no Leste de Minas

Milhares de emigrantes, entre eles valadarenses, também tentam entrar nos Estados Unidos através de um esquema que ficou conhecido como “cai-cai”, quando o adulto ingressa ilegalmente no país acompanhado de criança ou adolescente, buscando evitar a deportação imediata. Muitas operações da PF tiveram como alvo cidades da região Leste de Minas, entre elas, é claro, aparece Governador Valadares. A PF continua com o combate a esse tipo de crime. “São muitos casos acontecendo ainda, mas atuamos nesses casos estrategicamente”, ressaltou Ottoni.

Por fim, o delgado fez um alerta para os valadarenses que ainda colocam a vida em risco para entrar ilegalmente nos Estados Unidos. Para o delegado, investir em educação e cursos profissionalizantes é o caminho mais vantajoso para alcançar uma vida estabilizada no futuro. “O alerta é para que as pessoas não acreditem em promessas falsas; não vale a pena correr esse risco. Acho que as pessoas precisam se educar mais, procurar mais informações sobre isso, procurar se profissionalizar por aqui, porque existem outras formas de ganhar dinheiro e ter um vida estabilizada e honesta em seu próprio país sem precisar ser um forasteiro ilegal em outra sociedade. Nem toda saída se resume a colocar a sua vida e de sua família nas mãos de um coiote por uma coisa que é totalmente incerta. Da nossa parte, iremos continuar coibindo esse tipo de tráfico ilegal. A gente sabe da representatividade da cidade quando se fala em emigração, mas não acredite nesse profissional que ganha dinheiro às custas dos outros vendendo uma promessa falsa. Ao invés de se arriscar com isso, corra atrás do visto de trabalho regular. Jovens hoje que são formados em tecnologia da informação trabalham de forma remota no Brasil ganhando em dólar em outras empresas do mundo. Não caiam nessas promessas, e invistam em educação”, orienta.

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