O número de pessoas rigorosamente isoladas diminuiu em 2,8 milhões da segunda para a terceira semana de agosto, passando de 44,4 para 41,6 milhões, de acordo com a edição semanal da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – Pnad Covid-19, divulgada ontem (11) pelo IBGE. A pesquisa também estimou em 4,5 milhões a população que não fez restrição na semana de 16 a 22 de agosto. O número representa estabilidade em relação à semana anterior.
No mesmo período, aumentou em 1,9 milhão o número de pessoas que reduziram o contato, mas continuaram saindo ou recebendo visitas. Para a coordenadora da pesquisa, Maria Lúcia Vieira, os dados apontam uma flexibilização do isolamento por parte da população.
“De alguma forma, as pessoas estão flexibilizando as medidas de isolamento social, uma vez que aumenta o percentual de pessoas que estão tendo medidas menos restritivas e diminui o percentual daquelas que aplicam medidas mais restritivas de isolamento“, explica.
Esse grupo vem aumentando pela terceira semana seguida. Da primeira para a segunda semana de agosto, 2,9 milhões de pessoas a mais afirmaram ter reduzido o contato, embora continuassem saindo ou recebendo visitas. Já a população que ficou em casa e só saiu por necessidade básica se manteve estável na terceira semana de agosto. São 87,6 milhões de brasileiros nessa situação.
37,7 milhões de estudantes tiveram atividades escolares
A Pnad Covid-19 mostra também que o país tinha cerca de 46 milhões de estudantes matriculados em escolas ou universidades na terceira semana de agosto. Destes, 37,7 milhões tiveram atividades escolares em seus domicílios no período. É um aumento de cerca de 921 mil pessoas em comparação com a semana anterior.
“Por outro lado, 7,3 milhões de pessoas não tiveram atividades escolares para realizar nessa semana. Esse número representava 15,9% da população de 6 a 29 anos de idade que frequentava a escola”, diz Maria Lúcia. No mesmo período, houve uma queda de 454 mil no número de pessoas que alegaram estar de férias e, por esse motivo, também não tiveram atividades escolares disponibilizadas.
Estabilidade no mercado de trabalho
A pesquisa estimou a população desocupada do país em 12,6 milhões na terceira semana de agosto, o que representa estabilidade em relação à semana anterior.
“Há uma estabilidade geral nos indicadores de mercado de trabalho, mas olhando as variações, em termos de tendência, foi observada uma variação positiva na força de trabalho, que se deu em função do aumento no contingente da população ocupada”, explica a pesquisadora. O número de pessoas ocupadas chegou a 82,7 milhões, o que representa estabilidade em relação à semana anterior.
Já a população fora da força de trabalho também ficou estatisticamente estável em 75 milhões. “Na população fora da força, entre aqueles que gostariam de trabalhar, mas não tinham procurado trabalho justamente alegando a pandemia como o principal motivo, houve uma redução de cerca de 582 mil pessoas”, destaca Maria Lúcia.