7 de abril marca o calendário como data importante de combate ao bullying

Hoje, dia 7 de abril, é marcado pelo combate ao bullying. A data serve para colocar em pauta o assunto. É uma forma de chamar a atenção e conscientizar a sociedade sobre o contexto de violências repetidamente praticadas, especialmente nos ambientes estudantis.

Dados do IBGE apontam que, nas mais variadas formas de prática do bullying, um a cada dez adolescentes (13,2%) já passou por essa intimidação sistemática na internet. Quanto à violência presencial, 23% dos estudantes afirmaram ter vivido situações de humilhação por parte dos colegas de sala de aula, sendo boa parte das ações agressivas relacionadas a aparência física, raça ou cor e praticadas de diferentes formas.

Analisando os dados do IBGE, a professora e psicóloga Adriana Portugal explica que por muito tempo a prática do bullying foi normalizada na sociedade.

“É um cenário histórico. A gente está acostumada com a questão da brincadeira, tudo vira uma brincadeira, uma piada, um meme, que é uma coisa bem atual, e que não são encarados como ofensivos. É muito comum que haja brincadeiras de mau gosto”, explica a professora.

Para a professora Adriana Portugal, a melhor forma de lidar com o bullying é a prevenção e a conscientização sobre o assunto (Crédito: Igor França/ DRD)

Para reverter esse cenário, Adriana destaca a importância da intervenção dos pais e professores, quando uma ação de bullying é detectada no ambiente escolar, e reforça a necessidade de a vítima expor a situação de vulnerabilidade em que se encontra. Em caso de crianças mais novas, o olhar sobre esse assunto precisa ser redobrado.

“A criança normalmente não fala [sobre o bullying], ela vai demonstrar isso através do comportamento. Ela vai ficar mais arredia ou mais isolada, na sala de aula ela não vai interagir, na hora do intervalo ela não vai estar brincando normalmente. Você vai ver um semblante mais triste, embora ela não comunique verbalmente. A forma maior de ela comunicar é a mudança drástica no comportamento”, contou a psicóloga. 

Mas se engana quem acha que esse assunto é só coisa de criança. Em qualquer ambiente que tenha relações humanas a prática do bullying pode acontecer. O aluno do curso de psicologia Augusto Ramos acredita que na idade adulta o bullying aparece de forma mais velada.

“Dentro do ambiente escolar, ensino médio e ensino fundamental, eu percebia, na época em que estudava, [o bullying] de forma bem cotidiana, até de agressão física e de insultos morais. E, sendo bem sincero, no meu ambiente escolar isso era bem comum de certa forma. Quando eu vim para a graduação no ensino superior, percebi uma mudança muito grande, no sentido social mesmo, em que essa prática é colocada de forma mais velada”, disse Augusto.

Augusto conta que o bullying pode acontecer de formas sutis (Crédito: Igor França/ DRD)

A professora Adriana Portugal explica que o bullying possui uma configuração muito própria, bem diferente do que seria uma desavença ou desentendimento com outra pessoa. Há uma espécie de perseguição de quem pratica o bullying com a vítima.

“Às vezes a gente muda para bullying na universidade, bullying na escola, bullying nos ambientes corporativos, onde a gente fala de assédio moral e assédio sexual, mas são todas práticas de intimidação sistemática. Às vezes pode mudar o nome, e bullying ser vinculado a questão escolar, mas a gente encontra nas mais variadas idades e nos mais variados ambientes”, explica Adriana.

A psicóloga ainda alerta para as graves consequências de quem sofre esse tipo de violência, sendo a ação capaz de provocar desastres. “Desde a questão voltada para a autoestima, mas também dificultando os relacionamentos com o humano que sofre a prática de intimidação sistemática. Pode gerar problemas graves de ansiedade e depressão, pode levar a pessoa ao suicídio, em casos mais extremos.”

Em uma Universidade particular de Governador Valadares, neste mês acontece uma ação de combate e conscientização do bullying, além de oferecer espaço para atender eventuais questões envolvendo a intimidação sistemática.

“Esse é um setor da instituição [Espaço A3] que a gente vai trabalhar, a questão de atendimento e acessibilidade para os alunos. A gente tem uma equipe multidisciplinar que vai trabalhar principalmente os aspectos pedagógicos e psicológicos. E os alunos que tenham a necessidade de acompanhamento mais de perto, por algum motivo, vão ter neste espaço de acolhimento, para que se sintam seguros e tranquilos em sua jornada dentro da universidade”, disse Edmarcius Novaes, coordenador do Espaço de Acolhimento ao Aluno na universidade.

Edmarcius explica que o Espaço A3 foi criado para receber os estudantes da universidade (Crédito: Igor França/ DRD)

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