Já parou para pensar no quanto você gasta com a compra do mês? Quanto da sua renda é destinada a alimentação? O Procon de Governador Valadares tem realizado todo mês pesquisa de preço dos principais alimentos da cesta básica. E, através dos dados, é possível acompanhar mensalmente a variação dos preços dos alimentos, assim como o gasto mensal mínimo de uma pessoa adulta para fazer a compra do mês.
“O Procon de Valadares utiliza como parâmetro o decreto lei que o DIEESE [Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos] utiliza para formular o cálculo da cesta básica. Então, deste decreto já existem todas as estimativas médias de consumo, de um trabalhador adulto, em que seja o suficiente para que ele possa se alimentar de forma digna durante um mês”, explica o economista do Procon-GV, Matheus Sales.
De acordo com os métodos da pesquisa, a chamada Cesta Básica de Alimentos seria suficiente para o sustento e o bem-estar de um trabalhador em idade adulta, contendo quantidades balanceadas de proteínas, calorias, ferro cálcio e fósforo. Sendo assim, a cesta básica é composta por: carne, leite, feijão, arroz, farinha, batata, legumes (tomate), pão francês, café em pó, frutas (banana), açúcar, óleo e manteiga.
A pesquisa foi feita em seis supermercados de Valadares, entre os dias 23 e 25 de março. Levando, então, em consideração esses dados coletados, o valor mínimo necessário para a alimentação básica em Valadares no mês de março foi de R$ 442,38, comprando produtos de menores preços em diferentes supermercados. Se as compras fossem feitas em apenas um supermercado, os preços poderiam variar de R$ 532,91 a R$ 595,00.
Ainda segundo o Procon, o valor da cesta básica no mês de março correspondeu a, aproximadamente, 36,5% do salário mínimo, estabelecido em R$ 1.212 em 2022. Esse mês foi o que registrou o maior valor nos preços dos produtos da cesta básica nos últimos seis meses da pesquisa. (Veja no gráfico abaixo).
Dos 16 itens da cesta básica pesquisados pelo Procon, 12 registraram aumento no preço médio, em comparação ao mês de fevereiro de 2022. No ranking de produtos que tiveram maior reajuste estão a margarina, em primeiro lugar, com uma variação de 27,25%; seguida do óleo de soja, com a variação de 22,32%; e fechando o pódio o tomate, com variação de 21,40%. Já bem distante do pódio, a banana prata e a batata foram os itens cuja média do preço ficou mais baixa. (Veja a lista completa dos produtos na tabela abaixo)
O aumento no preço da maioria dos produtos da cesta básica só reflete em números o que o consumidor habituado a fazer compras já percebeu há um tempo: encher o carrinho está mais difícil e a lista de compras está mais cara.
“Aumentou sem comparação com uns tempo atrás aí. Comprar a gente compra, porque a gente precisa mesmo. Eu faço antes a pesquisa, e depois eu faço a lista do que que dá pra comprar. Hoje eu tô comprando só o que preciso mesmo; tem que dar prioridade pra algumas coisas”, disse a dona Selma Rosa da Costa, enquanto conferia a lista de compras no supermercado.
Com a lista de compra cada vez mais pesando na despesa mensal, o jeito é planejar boas estratégias para garantir que não falte o essencial.
“A dica primordial ao consumidor é que ele pesquise antes de fazer as compras, e principalmente faça uma lista de quais são os produtos essenciais, para não comprar coisas que não são necessárias. Na nossa pesquisa nos supermercados a gente viu diferenças grandes, as vezes com o mesmo produto. No supermercado A o preço é três vezes maior que no supermercado B. Se o consumidor optar por pegar os produtos com os menores preços disponíveis em cada supermercado, a economia pode ser de até R$ 170, um valor bastante expressivo”, indica Matheus Sales.
