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Vitória a Minas: 120 anos da estrada de ferro que interliga corações mineiros e capixabas

FOTO: Kissyla Pires

Entre as razões para encarar a estrada de ferro estão os mais variados motivos: visita a familiares, cuidados com a saúde, trabalho e, principalmente, o movimentado litoral capixaba

GOVERNADOR VALADARES – “Uma idosa com a alma jovem”. É assim que os colaboradores da Vale descrevem o espírito da empresa que há 120 anos interliga os corações mineiros e capixabas. Em 2023, por exemplo, as locomotivas da Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM) carregaram aproximadamente 750 mil pessoas em seus vagões. Com um trajeto de 664 quilômetros, percorridos em 13 horas e meia, o trem de passageiros auxiliou no crescimento de cidades abraçadas pela rota. Nesse tempo, histórias e costumes de pessoas que buscam um transporte seguro e de belas paisagens foram conectados.

A princípio, a EFVM foi construída para transportar café. Com o passar dos anos, o carregamento de minério de ferro e outros produtos se fizeram também necessários. A estrada mobiliza por ano cerca de 30% de toda a carga ferroviária do país. Toda essa movimentação continua trazendo resultados econômicos para alguns municípios da região. Contudo, ainda no passado, a evidência importância da EFVM foi transformadora.

Ainda que a história seja desconhecida por muitos moradores, um dos principais benefícios da operação da estrada foi a sua ligação direta com o crescimento de municípios da região do Vale do Rio Doce e Vale do Aço.

Central de controle da ferrovia – FOTO: Kissyla Pires

Passageiros

Alguns passageiros seguem pela estrada sozinhos, outros dividem a paisagem natural vista da janela. Seja mexendo no celular, trabalho pelo computador, assistindo um filme ou lendo um bom livro, a experiência é tida como única. Diariamente, um trem de passageiros parte às 7h da manhã – um trem parte de Belo Horizonte em direção à estação ferroviária Pedro Nolasco, em Cariacica, localizada na Região Metropolitana de Vitória, no Espírito Santo. Desse modo, no mesmo horário uma locomotiva sai do estado capixaba buscando a capital mineira. A chegada é prevista para acontecer sempre por volta de 20h30.

Entre as razões para encarar a estrada de ferro estão os mais variados motivos: visita a familiares, cuidados com a saúde, trabalho e, principalmente, o movimentado litoral capixaba.

Na última quarta-feira (8), entre as centenas de pessoas que embarcavam, um grupo de 63 pessoas chamou a atenção de alguns passageiros. A turma, composta, em sua maioria, por senhoras idosas, saiu Belo Horizonte vestindo um abadá escrito “Partiu Vitória!” A excursão, todavia, saiu de Goiânia, em Goiás, no dia anterior, em uma viagem de 12 horas até a capital mineira.

Aos 65 anos, a aposentada e integrante do grupo Maria do Carmo Costa conta que aquela foi a sua primeira viagem de trem. De acordo com ela, a curiosidade de sentir a experiência e também de conhecer as praias de Vitória torna a viagem pouco cansativa. “É bom vivermos momentos assim, né? Estamos entre amigos”, comenta.

Evolução tecnológica

Em suma, são 42 cidades percorridas e 30 pontos de parada durante o trajeto. Tido como uma opção de transporte seguro, a principal regra para a locomoção do trem é manter a velocidade abaixo de 65 Km. Esse número é supervisionado de forma automática e, com o auxílio da tecnologia, o maquinista possui recursos como de bordo e sistema de freio eletropneumático. Bem como, há também, um sistema de comunicação de dados via satélite e uma rede de rádio. Sobretudo, esse recurso serve para manter a comunicação direta e exclusiva entre o maquinista e a equipe de bordo, além da comunicação com o Centro de Controle de Operações (CCO).

Simulador utilizado para o treinamento de maquinistas – FOTO: Kissyla Pires

O gerente de operação dos trens de passageiros, Eduardo Soares, destaca a segurança pensada e posta em prática pela linha. “Até dentro da empresa priorizamos que os funcionários façam o deslocamento pelo trem de passageiros, para evitar utilizar as estradas. Sabemos que o risco é maior nas estradas”.
Para fazer a viagem são necessárias duas equipes. A troca acontece aqui em Valadares.

Posteriormente, outro ponto ressaltado por Eduardo foi o cuidado de proporcionar uma atenção e zelo para os passageiros. “Contamos com uma equipe com técnico de enfermagem, para eventuais questões de saúde que possam ocorrer com os passageiros”, disse.

Eduardo Soares, gerente de operação dos trens de passageiros – FOTO: Kissyla Pires

Valores da viagem

Os valores das passagens variam conforme as estações de embarque e desembarque e, primordialmente, as classes do vagão.

Classe Econômica Governador Valadares – Cariacica R$ 42 (Somente ida);

Classe Executiva Governador Valadares – Cariacica R$ 72 (Somente ida);

Classe Econômica Governador Valadares – Belo Horizonte R$ 42 (Somente ida);

Classe Executiva Governador Valadares – Belo Horizonte R$ 72 (Somente ida).

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