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Velório para Geraldo Carlos, Corredor da Paz, acontece neste sábado, em Newark (NJ)

Na madrugada desta terça feira, dia 05, os aparelhos que mantinham o corpo de Geraldo Carlos, funcionando foram desligados, noticiou o jornal Brazilian Voice, cujo editor, Roberto Lima, informou. Ele também está responsável para cuidar dos trâmites necessários para fazer o velório e o crematório. As cinzas serão distribuídas no mar, em sete diferentes praias do sul de New Jersey. Uma última porção será jogada do alto da ponte de Harrison, no rio Passaic.

“Ele sempre falava isso, pedindo que eu dissesse ‘Vai com Deus, Geraldo… Vai com Deus, Geraldo”, contou sua amiga Cláudia Cascardo, que se encarregará de fazer cumprir o último desejo do seu amigo.

Segundo ainda o jornal, Geraldo Carlos será velado neste sábado, dia 09 de abril, entre 3:00PM e 5:00PM, na Las Rosas Funeral Home: 1055, East Jersey Street, em Elizabeht (NJ).

Um vídeo rodou pela internet no dia 02 de Abril (sábado), onde e quando o médico responsável por Geraldo Carlos proferiu a sentença: Ele (Geraldo) está com o diagnóstico de morte encefálica, ou seja, morte baseada na ausência de todas as funções neurológicas. Acrescentando que este tipo de morte era irreversível.

A notícia se espalhou pela internet, já que Geraldo Carlos, parecendo ou não, é uma figura bastante conhecida na comunidade brasileira de Norte a Sul e de Leste a Oeste. Geraldo, viajou por todos os Estados Unidos, embora tenha concentrado mais no trecho entre as cidades de Boston (MA) e Newark (NJ), passando automaticamente por Nova York City (NY). Tempo em tempo perambulava por Miami e até São Francisco (CA). Sua terra natal, como muitos, jamais conseguiu voltar.

Nascido em Timóteo- MG, Geraldo foi criado em Governador Valadares, onde se destacou no atletismo, ganhando provas importantes em todo o interior do estado. O desejo de disputar a Maratona de Nova York o trouxe aos Estados Unidos, de onde nunca mais voltou ao país natal.

Na quinta-feira da semana passada, uma assistente social do Hospital Universitário de Newark entrou em contato telefônico com o editor do jornal Brazilian Voice, pedindo informações que levassem à família de Geraldo.

Uma vez estabelecida a conexão entre familiares no Brasil e os médicos, o editor Roberto Lima foi chamado pelos agentes sociais a comparecer ao hospital Universitário para reconhecer a pessoa que lá estava internada em estado inconsciente.

“Era ele”, conta Roberto.

Segundo os médicos, Geraldo sofreu um acidente vascular muito forte, o que causou a sua morte cerebral. Trata-se de um quadro irreversível, em que a pessoa é considerada legalmente morta, e os aparelhos que mantêm a respiração e os batimentos cardíacos serão desligados caso o paciente não seja doador de órgãos. Familiares de Geraldo no Brasil chegaram a liberar a doação de órgãos, mas não foi possível devido a ausência de recipiente 100% compatível.

“Meu Tio tinha o desejo de ser doador de órgãos e nós tentamos fazer isso para que assim ele continuasse a vida através de outras pessoas, mas infelizmente não foi possível. O organismo do (possível) recipiente era incompatível e assim encerramos nossa missão e nos despedimos desse ser humano incrível, que foi Geraldo da Silva Carlos, conta sua sobrinha Rayssa, que vive em Governador Valadares e foi a interlocutora da família junto ao Hospital Universitário de Newark.

“Sua missão foi cumprida na terra, descanse em paz”, disse Rayanny Silva, outra sobrinha de Geraldo e que reside em Portugal.

Morando em New Jersey, Geraldo que tinha 62 anos trabalhou durante alguns anos na construção civil e fez parte da lendária Adams Travel, empresa que foi fundamental no atendimento aos brasileiros na década de 1980.

Geraldo tinha um apreço especial pela imprensa e frequentou diversas redações em diferentes Estados. Ultimamente ele trabalhava fazendo entrega para o jornal Brazilian Times e também tinha uma coluna semanal neste periódico. Também trabalhou no jornal Brazilian Voice em Newark (NJ) durante vários anos.

Vestia-se de maneira esdrúxula, sem se importar com a opinião alheia. Desta maneira, poderia sair às ruas vestido de soldado confederado, índio norte-americano – com um enorme cocar de penas -, Abraham Lincoln ou São Francisco. Na Páscoa vestia-se de coelho, distribuindo ovos de chocolate para as crianças e, no natal, encarnava o espírito de Papai Noel pelas ruas da cidade.

HOMENAGEM DA POLÍCIA

Geraldo era notívago e costumava caminhar pelas ruas do bairro do Ironbound, chegando mesmo a ajudar a polícia, evitando que alguns crimes fossem cometidos contra os residentes.

Sua coragem foi recompensada com uma placa de reconhecimento das autoridades municipais, entregue pelo então chefe de polícia Anthony Campos. Numa outra ocasião, Geraldo interrompeu um assalto, mas foi cruelmente agredido pelos bandidos, indo parar no hospital com várias contusões e o nariz quebrado.

Sobre Geraldo Carlos, O Corredor da Paz, a priori, escreveu Edirson Paiva, do Brazilian Times, em sua página no Facebook, ainda no sábado, dia 02 de abril, quando no vídeo viu e ouviu a informação sobre sua “morte cerebral”.

Seguidores do Face:

Foto recente de Geraldo Carlos, mas conhecido como “Peace Runner” ou Corredor da Paz. Este apelido se deu devido a uma de suas primeiras atividades esportivas como maratonista. Correu a Maratona de NY, pelo que sabemos no final da década de 80, mas segundo ele, uma vez somente. Gostava mesmo era de correr por ai (caminhar seria o termo usual), no dia a dia. E por onde passava deixava sua marca: os dedos das mãos em forma de V (de vitória) e uma indumentária própria! Cheio de medalhas no peito, boné estilo marinheiro, e casaco a la “Tio Sam” chamava a atenção por onde passava.

Sem dúvida era um sonhador, mas gostava de ajudar as pessoas e “caçar bandidos” também. Tanto que uma vez foi parar no hospital de tanto levar “pancadas” de um assaltante que ele tentou “pegar na boca na botija”.

Foi colunista dos jornais: Brazilian Times e Jornal dos Sports. Trabalhou como entregador de jornal no Brazilian Voice, Brazilian Press e outros jornais por ai. Gostava de estar enfiado no meio jornalístico comunitário.

Geraldo Carlos é bastante conhecido da comunidade brasileira aqui nos Estados Unidos. Era atencioso com todos e adorava tirar fotos, principalmente das donzelas. Por isso era também considerado, fotógrafo. Quanto a ser corredor, eu diria o termo correto seria “caminhador! Geraldo caminhava de Newark (NJ) até Nova York City (NY) sem problemas. Me disse uma vez que caminhou de Boston a Cape Cod (diz ele que queria fazer uma homenagem a família Kennedy).

Estive com ele nesta terça-feira, dia 29, entre 3.00PM e 7.00PM, na cidade de Newark, quando entregamos juntos alguns exemplares do Brazilian Times. Ele era colunista do jornal e gostava de mostrar suas colunas para os leitores. Nos despedimos! Ele estava bem como sempre dizia estar, mas no fundo ele sabia e nós também que algo não estava bem, já que ele Geraldo, o Corredor da Paz, escondido dentro de sua camisa, carregava um marca-passo. E que está “bombinha” que ele segurava com muita firmeza, fé e vontade de viver, um dia poderia falhar.

Geraldo, “Peace Runner”, que Deus o tenha!

Brazilian Times

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