SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Um grupo formado por Itaú, Marfrig, Rabobank, Santander, Suzano e Vale anunciou sábado (12) a criação de uma empresa exclusivamente dedicada às atividades de restauração de áreas degradadas e conservação de florestas no Brasil.
Chamada de Biomas, a companhia vai contar com um aporte inicial de R$ 120 milhões -R$ 20 milhões de cada uma das seis sócias. A ideia é que ela se mantenha nos anos seguintes por meio da venda de créditos de carbono.
A aliança entre as empresas foi lançada durante a COP27, conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas que acontece em Sharm el-Sheik, no Egito.
A Biomas prevê, ao longo de 20 anos, alcançar 4 milhões de hectares de matas nativas preservadas -área equivalente ao estado do Rio de Janeiro.
Desse total, 2 milhões de hectares serão restaurados por meio do plantio de árvores nativas, e outros 2 milhões serão conservados. A atuação ocorrerá em diferentes biomas brasileiros, principalmente Amazônia e Cerrado.
Entre remoções e emissões evitadas, a Biomas calcula reduzir aproximadamente 900 milhões de toneladas de carbono da atmosfera no período de duas décadas. Além disso, estima-se que a nova empresa contribuirá para a proteção de mais de 4.000 espécies de animais e plantas.
De acordo com a aliança de empresas, a primeira etapa do projeto consistirá na identificação de áreas e fomento a viveiros para produção de árvores nativas em larga escala.
As sócias ainda vão estruturar o corpo técnico da nova empresa, que não pretende adquirir áreas, mas fazer parcerias com proprietários de terras, a partir da geração de crédito de carbono e compartilhamento de parte dessa receita.
Os primeiros passos da Biomas também envolvem engajar comunidades locais nas atividades da empresa, discutir a aplicação do projeto em áreas públicas, buscar parcerias com plataformas de certificação de créditos de carbono e implementar projetos pilotos.
A conclusão da operação está sujeita a aprovações regulatórias. A expectativa é que as atividades de restauração e conservação comecem em 2023 e ganhem escala a partir de 2025, até alcançar a meta de 4 milhões de hectares.
Encabeçada pela Suzano, do setor de papel e celulose, a aliança também espera estimular o desenvolvimento das regiões onde a empresa atuar, gerando empregos a partir das atividades de plantio, do desenvolvimento de novos viveiros e do envolvimento das comunidades na cadeia de valor do projeto
“Reunimos a força dessas empresas em uma iniciativa inédita no mundo para promovermos um movimento de impacto positivo, com condições efetivas de gerar e compartilhar valor com comunidades locais e o meio ambiente a partir da promoção de ações de restauração, conservação e preservação”, disse Walter Schalka, presidente da Suzano, em nota.
Paulo Pianez, diretor de sustentabilidade e comunicação corporativa da Marfrig, afirma que a iniciativa contribui para tornar a cadeia de fornecimento do frigorífico mais sustentável.