Vacinação de crianças contra poliomielite em Minas está abaixo da meta

Valadares registrou queda da porcentagem de crianças imunizadas no município

A vacinação contra a poliomelite – também conhecida como paralisia infantil – é a única forma de prevenção da doença. Por isso, a imunização contra pólio faz parte do calendário de rotina do Programa Nacional de Imunizações (PNI), de forma gratuita e amplamente disponível nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) em qualquer época do ano.

“A poliomielite acomete populações com baixa cobertura vacinal e o vírus tem a capacidade de causar paralisia e, eventualmente, a morte. Dessa forma, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a erradicação exige altas coberturas vacinais em todo o mundo, para que se consiga bloquear a transmissão do vírus, que é extremamente contagioso”, explica a coordenadora de Imunizações da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), Josianne Gusmão.

Cobertura vacinal no Estado

Até a última terça-feira (22), Minas Gerais registrou cobertura vacinal contra a poliomielite de 73,7%, para menores de um ano, de 66,38% para crianças de 15 meses de idade e de 59,67% para crianças com 4 anos de idade.

A meta recomendada pelo Ministério da Saúde é de 95% de cobertura do público elegível. Diante disso, a SES-MG reforça o pedido para que pais e/ou responsáveis se atentem às faixas etárias indicadas para recebimento das doses.

A referência técnica da Coordenação de Agravos Transmissíveis, Fabiana Cristina da Silva, destaca que, embora não haja registro de circulação do vírus da poliomielite no país, a doença permanece endêmica no Paquistão e no Afeganistão. Ao considerar este dado, Fabiana Cristina adverte que o Brasil pode ficar vulnerável à reinserção da poliomelite no país: “Além disso, o cenário de cobertura vacinal abaixo da meta preconizada eleva a preocupação de reintrodução da pólio no Brasil”, pontua.

Valadares registrou queda da cobertura vacinal no último ano

De acordo com dados disponibilizados pela Prefeitura de Valadares ao DRD, em 2020, foram imunizadas 77,57% das crianças menores de um ano, 68,96% das crianças com um ano de idade (1ª dose de reforço) e 65,33% das crianças com 4 anos de idade (2ª dose de reforço).

Já em 2021, receberam a vacina 69,53% das crianças com menos de um ano (-8,04% em relação a 2020), 54,66% das crianças com um ano de idade (-14,3% em relação a 2020) e 47,66% das crianças com 4 anos (-17,67 em relação a 2020).

A Prefeitura de Valadares ressalta que “as doses são consideradas de rotina e estão disponíveis durante o ano inteiro para a população nas unidades de saúde [localizadas nos bairros], de acordo com o horário de funcionamento de cada sala de vacina”.

Faixas etárias

O esquema vacinal contra a poliomielite é composto por três doses injetáveis no primeiro ano da criança, aplicadas aos 2, 4 e 6 meses de vida, com intervalo de 60 dias entre as doses.

“Depois, aos 15 meses de idade deve ser administrada a primeira dose de reforço da vacina, e o segundo reforço deverá acontecer aos 4 anos de idade. Para essas duas doses, é realizada a administração de duas gotas, exclusivamente pela via oral”, explica Josianne Gusmão.

Histórico

A poliomielite é uma doença contagiosa que, por meio do contato direto com fezes ou com secreções eliminadas pela boca de pessoas infectadas, pode contaminar crianças e adultos.

Fabiana Cristina da Silva ressalta que não há um tratamento específico para a pólio e que aproximadamente 1% das infecções causadas resulta em paralisia flácida, de início súbito e que afeta, em regra, um dos membros inferiores. “As sequelas da poliomielite normalmente são motoras e não têm cura”, esclarece a técnica.

Vacina contra poliomelite no Brasil

Em 1961 ocorreu a introdução da vacina contra a poliomielite oral (VOP) no Brasil, com a realização de vacinações em municípios de SP e do RJ.

Em 1980, no Brasil, foi estabelecida a estratégia dos dias nacionais de vacinação contra a poliomielite, realizados em 14 de junho e 16 de agosto.

Em 1986 foi criado o Zé Gotinha, marca-símbolo da erradicação da poliomielite, figura bastante conhecida na saúde pública brasileira. Desde então, o personagem aparece em todas as campanhas de imunização e, atualmente, é símbolo do Programa Nacional de Imunizações (PNI).

O último registro de poliomielite em Minas Gerais foi em 1985. Com informações da Agência Minas e Prefeitura de Valadares

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