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Vacinação contra covid de atletas que irão à Olimpíada começará nesta quarta

O Ministério da Saúde confirmou nesta terça-feira (11) que atletas olímpicos, comissões técnicas e jornalistas credenciados para acompanhar os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de Tóquio serão vacinados contra a covid.

A medida foi anunciada em entrevista coletiva e também consta de uma nota técnica da pasta. O cronograma de imunização está previsto para começar já a partir desta quarta-feira (12) em algumas capitais, como São Paulo, Rio de Janeiro e Fortaleza. Seis delas participarão da aplicação das doses.

“Vamos vacinar nossos atletas olímpicos e as comissões técnicas para garantir que esses atletas possam desempenhar muito bem suas capacidades e trazer bastante medalha”, disse o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.

Segundo ele, a vacinação ocorrerá com o apoio de farmacêuticas, que doarão doses extras ao Programa Nacional de Imunizações em contrapartida, como forma de não afetar a campanha de imunização em curso no país.

A estratégia deve ocorrer com o uso de vacinas da Pfizer e Sinovac. A escolha considerou a doação das doses e o intervalo entre a primeira e segunda aplicação antes dos Jogos, diz o ministério.

A estimativa da pasta é que sejam vacinadas 1.814 pessoas, entre atletas, demais membros da delegação brasileira e profissionais credenciados a acompanhar os jogos. O volume de doses doadas, no entanto, é maior, e envolve a aplicação da segunda dose e a quantidade extra que será redirecionada ao PNI.

A vacinação deve ocorrer em Fortaleza, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre e Brasília, em datas e locais específicos. Em São Paulo, por exemplo, ocorrerá dentro do centro de treinamento paraolímpico.

A inclusão da delegação brasileira no Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação Contra a Covid-19 havia sido revelada pelo Painel no dia 23 de abril, e os detalhes vinham sendo discutidos desde então.

No total, o Ministério da Saúde receberá 4.050 doses da Pfizer e cerca de 8.000 da Sinovac. Os números exatos não foram divulgados. Segundo Queiroga, o PNI deve separar o montante destinado aos atletas, e o restante será enviado para a campanha de vacinação no país.

As doses do laboratório Sinovac serão fornecidas ao governo federal pelo COI (Comitê Olímpico Internacional), que receberá doações do Comitê Olímpico da China. O país asiático se prepara para sediar os Jogos de Inverno, em fevereiro de 2022, e havia anunciado em março que se dispunha a auxiliar na imunização dos participantes tanto de Tóquio quanto de Pequim.

A princípio, o Ministério da Defesa procurou o COB (Comitê Olímpico do Brasil) e solicitou uma relação com a quantidade de doses necessárias para vacinar toda a delegação nos Jogos Olímpicos (23 de julho a 8 de agosto) e Paraolímpicos (24 de agosto a 5 de setembro).

O COB, por sua vez, informou ao órgão que havia recebido uma promessa de doação do COI, porém, precisaria de um acordo com o Ministério da Saúde para que fosse emitida a nota técnica.Isso porque uma legislação já em vigor permite que entidades privadas adquiram vacinas, mas precisam doar integralmente ao SUS enquanto os grupos prioritários não forem imunizados. Após esse período, poderão adquirir e usar 50% do montante, doando o restante.

Os organizadores de Tóquio-2020 já disseram que não será obrigatório estar vacinado para participar dos Jogos, mas incentivam e ajudarão para que o maior número de pessoas esteja, diminuindo assim os riscos de surtos durante a sua realização.

A Austrália iniciou a imunização de atletas como grupo prioritário nesta semana. Alguns países da Europa, como Alemanha, Espanha e Bélgica, também já começaram a vacinar atletas ou anunciaram essa intenção.

O avanço da campanha nos EUA permitirá que os representantes da maior potência olímpica cheguem ao Japão vacinados. Alguns atletas brasileiros que vivem ou mesmo passaram por período de treinos no país conseguiram receber a vacina.

São esperados cerca de 11 mil atletas no megaevento. Eles precisarão fazer testes diários durante sua participação.

Também será exigido de todos que viajarem ao Japão dois exames negativos de coronavírus antes do voo. Após a chegada ao país, as pessoas serão testadas diariamente por três dias. Depois desse período e ao longo da estada, a periodicidade dos exames será definida de acordo com a função e nível de contato com os atletas. NATÁLIA CANCIAN, CARLOS PETROCILO E DANIEL E. DE CASTROSÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

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