Por Natalia Lima Amaral
GOVERNADOR VALADARES – Dia 13 de setembro é o Dia Mundial da Sepse (DMS). A Aliança Global para Sepse (Global Sepsis Alliance) propôs a criação da data, em 2012. Assim o objetivo é conscientizar a respeito da sua gravidade e do alto número de mortes causadas por ela em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs).
O curso de Enfermagem da Univale, em parceria com o Núcleo de Educação Permanente (NEP), do Hospital Municipal (HM), participa da Campanha. Assim a Univale realizou workshops, nos dias 12 e 13 de setembro, de 18h às 19h30, no HM. Aliás, os alunos e professores do 7º período desenvolvem pesquisas há três anos, centradas na temática da sepse, por meio da extensão curricular.
O que é a sepse?
Trata-se de uma infecção orgânica, que causa a disfunção dos órgãos no corpo humano, como pulmões, rins e fígado. Por isso, neste semestre, o curso de Enfermagem preparou um workshop focado como uma blitz educativa. O objetivo, entretanto, é sensibilizar os profissionais da saúde sobre a importância da prevenção. Além disso o workshop auxilia no reconhecimento, tratamento e reabilitação adequada à sepse, empoderando-os com informação e pesquisas dedicadas à área.
Aline Valéria de Souza, professora da Enfermagem, explica que ao tratar sobre a sepse é preciso pensar em alguns sinais.
“Precisamos pensar em pessoas que possuem algum tipo de infecção com alguns sinais e sintomas clássicos, como a febre. Por sua vez, a sepse é consequência de uma infecção [conhecida como] Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica (SRIS). A pessoa pode evoluir para uma situação mais grave, com sintomas variados. Taquicardia, taquipneia, hipotensão, queda da saturação de oxigênio, rebaixamento do nível de consciência e redução do volume da urina [são alguns exemplos]. Essas alterações [são] percebidas sem precisar de exames laboratoriais ou equipamentos sofisticados”, explica a professora.
Cuidados e prevenção à sepse
Dessa forma Aline explica alguns hábitos para se prevenir contra a sepse. Cultivar práticas saudáveis, como boa alimentação, prática de atividades físicas, boa higiene bucal e corporal, são formas de prevenção. Além disso é importante evitar o uso desnecessário de antibióticos e a lavagem frequente das mãos.
Já a nível hospitalar, porém, o uso dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI) é indispensável. Similarmente é preciso aplicar técnicas assépticas na realização de procedimentos, alta hospitalar o mais precocemente possível e a lavagem das mãos.
“A sepse é um grave problema de saúde pública. Há estudos que indicam que ela mata cerca de 11 milhões de pessoas no mundo, ou seja, mais que o câncer. Ela atinge pessoas nos extremos das idades, como recém-nascidos e idosos. [Cerca de] 60% dos pacientes que desenvolvem sepse nas UTIs Brasileiras vão a óbito e 80% dos que desenvolveram o choque séptico vão a óbito. As condições intrínsecas desses grupos são variadas, como imunidade, ausência de vacinas, comorbidades e outros”, explica Aline.
Campanha Mundial de Sobrevivência à Sepse
A parceria da Univale com o Núcleo de Educação Permanente (NEP) do Hospital Municipal é mais um bom fruto entre as duas instituições.
Ana Paula Ferreira Santos, enfermeira responsável pelo NEP e egressa da Universidade, explica que a qualificação dos profissionais da saúde é essencial. Dessa forma, as chances de sobrevivência dos pacientes e a melhora na qualidade de assistência prestada pelo serviço de saúde aumentam consideravelmente.
FOTO: Arquivo Pessoal
“É sempre importante trazer isso à tona. É um tema muito relevante no mundo inteiro e não poderia ser diferente aqui no nosso Hospital Municipal. O NEP trabalha em parceria com várias instituições de ensino da cidade. E a Univale, por meio do curso de Enfermagem, veio nos ajudar com esse tema extremamente relevante. Trazendo o conhecimento teórico adquirido ao longo da graduação acadêmica, e isso faz um diferencial. Eu, enquanto egressa da turma de 2010 da Univale, tenho um grande orgulho em poder trabalhar em equipe com a Instituição”, comenta Ana.
