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Trump chama imigrantes de terroristas e volta a dizer que fechará fronteira

FOTO: Redes sociais

BOA VISTA, RR (FOLHAPRESS) – O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump chamou imigrantes de terroristas e voltou a afirmar, na noite desta segunda-feira (15), que fechará a fronteira dos Estados Unidos com o México caso seja eleito presidente no pleito marcado para novembro.


“Nós vamos fechar a fronteira, porque agora temos uma invasão de milhões e milhões de pessoas que estão entrando no nosso país. Eu não sei por que acham que é uma boa coisa; é péssimo”, disse o republicano.


O empresário continuou com ataques enfáticos a esse grupo populacional que fazem parte de seu discurso político e agitam sua base de apoio desde a campanha para seu primeiro mandato, iniciado em 2017.


“[Imigrantes] estão vindo de prisões, de países que ninguém conhece, de manicômios. Nós vamos ter que deportá-los, temos que ter um nível de deportação que a gente não vê há um bom tempo nesse país”, afirmou no discurso. Em dezembro, Trump havia dito que imigrantes estão “envenenando o sangue da nação”.


O empresário falou sobre o assunto após a vitória com folga no caucus (reunião com hora marcada em que os presentes escolhem um candidato) do Partido Republicano em Iowa, a largada para as primárias que vão escolher os representantes de cada um dos partidos para a eleição do fim do ano.


O resultado no estado do meio-oeste do país, marcado por uma população conservadora, rural e religiosa, indica que a disputa tem chances altas de opor novamente Trump e Biden, cujas políticas migratórias têm recebido fogo intenso de governadores e figuras políticas republicanas, Trump incluso.


Segundo assessores do ex-presidente afirmaram ao jornal The New York Times, a equipe de Trump já prepara uma série de medidas para endurecer o sistema migratório americano, entre elas a prisão de indocumentados em campos para posterior deportação e o veto à entrada para qualquer cidadão vindo de algumas nações de maioria muçulmana.


O plano tem sido arquitetado, segundo esses assessores, para que não dependa de reformas substanciais nas leis migratórias dos EUA. Se posto em prática como a campanha do empresário planeja, no entanto, seria provavelmente contestado em tribunais não apenas com relação à legislação e aos direitos civis, como também quanto aos desafios logísticos e financeiros ao país, acostumado à mão de obra imigrante.


Trump foi eleito em 2016 com o discurso de que construiria um muro na fronteira com o México. Em 2018, durante reunião com legisladores, o então presidente criticou a política migratória do país xingando e desprezando países de origem de imigrantes.


Em 2019, o empresário chegou a declarar emergência nacional para contornar o Congresso e deslocar recursos para a construção da barreira -cuja estrutura já existia em partes e nunca foi de fato concluída em toda a extensão fronteiriça.


A questão migratória não afeta apenas a fronteira sul do país e vem sendo instrumentalizada por governadores republicanos e por congressistas do partido em negociações em Washington.


Biden iniciou seu mandato prometendo reverter as políticas de endurecimento da migração implementadas por Trump durante a pandemia da Covid-19 -usando do argumento sanitário, o ex-presidente implementou expulsões automáticas para migrantes em situação irregular.


Em 2023, no entanto, diante do aumento do fluxo migratório, Biden voltou a apertar as restrições, tornando, com uma nova norma bloqueada pela Justiça, inelegíveis para concessão de asilo qualquer pessoa que tenha entrado no país de forma irregular em vez de usar as vias legais disponíveis. Ainda assim, o número de solicitantes de asilo e imigrantes tem batido recordes.


Republicanos radicais no Congresso, muitos ligados a Trump, têm, por exemplo, vinculado eventual apoio a projetos de lei de novos auxílios militares à Ucrânia a mudanças na política migratória do governo federal.


No Texas, o governador republicano Greg Abbott enviou ônibus lotados com solicitantes de asilo para cidades e estados governados por democratas com objetivo de forçar Biden a agir de forma mais incisiva na fronteira. O estado também aprovou recentemente lei estadual que criminaliza a imigração e permite a prisão de migrantes – o governo Biden processou o estado dizendo que o texto é “claramente inconstitucional”.

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