Suicídio será tema da V Jornada da Psiquiatria em Valadares

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A Associação Mineira de Psiquiatria (AMP) realizará nos dias 17 a 19 de março, em Governador Valadares, a V Jornada da Psiquiatria. Maior evento voltado aos estudos de saúde mental no interior de Minas. O encontro, aliás, reunirá profissionais do Vale do Aço e do Leste de Minas (Governador Valadares, Vale do Aço, Teófilo Otoni e Caratinga).

Esta é a primeira vez, após a pandemia da covid-19, que a jornada volta a acontecer. O objetivo é reunir psiquiatras, psicólogos e demais profissionais da saúde, além de estudantes de Medicina, Psicologia e outros cursos interessados na temática do suicídio, considerado um dos principais problemas de saúde pública do Brasil.

Aula Magna

Assim sendo, na primeira noite, o presidente da AMP, Humberto Corrêa, abrirá o evento com uma Aula Magna do curso, que será ministrado nos outros dois dias e traz o tema ”Suicídio, da prevenção a pósvenção”. Além disso, antes mesmo da conferência, Humberto Côrrea lança seu livro “Tratado da Suicidologia”, Uma área interdisciplinar que congrega esforços de psiquiatras, médicos de outras especialidades, psicólogos, enfermeiros, assistentes sociais, economistas, entre outros.

Presidente da Associação Mineira de Psiquiatria, Humberto Corrêa, durante a III Jornada de Psiquiatria em 2018 – FOTO: Divulgação

A obra, de 54 capítulos, oferece contribuições de profissionais de diversas áreas do conhecimento, com grandes nomes em suicidologia do Brasil e de outros países. “É uma obra que pretende contribuir, mesmo que modestamente, com a prevenção do suicídio. Nesses quase 200 anos de construção teórica da suicidologia, temos hoje uma base sólida e científica onde podemos trabalhar desde saúde pública à individualizada. Acho de particular importância neste livro os capítulos abordando as interfaces dos comportamentos suicida com o Direito no Brasil. Aspectos que muitas vezes negligenciamos, mas acho importante ressaltar”, afirma Corrêa.

Criminalização do suicídio

Aliás outros temas como a criminalização do suicídio e transtornos psiquiátricos também serão abordados durante a jornada. “A atenção dos profissionais da área da saúde e uma ampla discussão sobre o tema podem fazer a diferença. Penso que falar sobre o suicídio sem tabus e sem preconceito é um caminho para entendermos o que leva a pessoa a esse extremo e a uma morte tão violenta”, explica o psiquiatra Pedro Colen, que participará do evento.

Psiquiatra Pedro Colen durante a III Jornada de Psiquiatria – FOTO: Divulgação

No segundo e terceiro dia acontece o curso “Cuidados de enlutados por suicídio e coordenação de grupo de apoio. A psicóloga Vivian Zicker vai ministrar o curso. Na formação serão apresentadas maneiras de ajudar os participantes a entender e tratar os enlutados que estão psicologicamente sensibilizados com a perda. “Diferente de perder uma pessoa por acidente ou causas naturais, o enlutado por suicídio apresenta uma série de características que os difere dos demais, pois experimenta sentimentos que antecedem a dor em si, principalmente de culpa, de raiva, de vergonha, de sensação de abandono. Além de se fazer muitas perguntas não respondidas. O luto é diferente de outros, pois o ato de tirar a própria vida não é socialmente aceitável. Assim, tanto o suicida quanto a família são extremamente julgados”, afirma Zicker.

Grupo de apoio

Por isso, na noite de sábado (18), haverá uma reunião de acolhimento às famílias enlutadas, no salão da Catedral de Santo Antônio, no Centro. Pessoas que perderam entes queridos terão a oportunidade de compartilhar emoções e sentimentos provocados pela perda com a psicóloga Vivian Zicker, os psiquiatras e os profissionais que inicialmente vão comandar esse trabalho.

Com a reunião, portanto, terá início um Grupo de Apoio, já existente em Belo Horizonte desde 2019. E agora chega a Valadares por iniciativa dos psiquiatras que compõem a Regional Vale do Aço e Leste de Minas da Associação Mineira de Psiquiatria, devido aos resultados positivos já alcançados na capital.

Pedro Colen afirma que está otimista com os resultados que serão alcançados para quem vive o problema e com a possibilidade de ajudar. “Temos que assumir uma responsabilidade que vai além da profissional e como cidadãos temos que ajudar as pessoas que estão vivendo esse luto tão difícil. Por isso buscamos trazer o grupo de apoio para Governador Valadares com o suporte e orientação de quem já faz isso com sucesso em Belo Horizonte”, reitera.

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