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Simpósio da Mulher discute ampliação da representatividade feminina e combate à violência doméstica

FOTO: Divulgação Univale

GOVERNADOR VALADARES – A UNIVALE sediou na terça-feira (2) o 1º Simpósio da Mulher e Para a Mulher do Século XXI, evento que reuniu palestrantes nacionalmente conhecidas – como a empresária Luiza Heleno Trajano e a atriz e ativista Luiza Brunet – para discutir pautas ligadas à igualdade de gênero, como o combate à violência doméstica e a ampliação da representatividade feminina em cargos de liderança nos meios político, judiciário e empresarial. Com participação de prefeitas e vereadoras de municípios da região, além de gestoras e outras autoridades, o Simpósio promoveu a conexão de mulheres empreendedoras nas mais diversas áreas.

O Simpósio da Mulher foi idealizado pela Associação dos Municípios da Microrregião do Leste de Minas (Assoleste), organizado em conjunto com o Sebrae e a cooperativa Sicoob Crediriodoce, e com apoio e patrocínio de diversas parceiras, incluindo a UNIVALE. “Temos um público muito eclético, com mulheres da política, incluindo prefeitas, mulheres da vereança e secretárias municipais. E temos várias mulheres que são lideranças, em cargos de chefia. Essa junção de mulheres tão empoderadas já faz toda a diferença”, comentou a secretária-executiva da Assoleste, Elidamárcia Lana da Silva.

A reitora da UNIVALE, professora Lissandra Lopes Coelho Rocha, destacou que toda a equipe gestora da universidade é composta por mulheres. A instituição também possui mulheres coordenando cursos e em funções de liderança em departamentos e setores técnico-administrativos. “Aqui a gente sempre valoriza o posicionamento feminino. A mulher tem um papel importante na UNIVALE, e discutir esse assunto é fundamental. Porque a mulher ainda precisa se impor nesse cenário e conquistar o respeito, e essas discussões nos ajudam nessa realidade. A gente sabe o quanto uma gestão de mulheres faz a diferença, a gente sabe o quanto podemos transformar as vidas das pessoas”, enfatizou a reitora.

Painéis e debates no 1º Simpósio da Mulher

Os painéis e debates do período da manhã contaram com a participação de Luiza Heleno Trajano, empresária que é presidente do grupo Magazine Luiza, e que também lidera o grupo Mulheres do Brasil, associação que defende a ampliação da presença de mulheres em cargos e funções de liderança, no poder público e na iniciativa privada. Uma das pautas do grupo é chamada de “Pula para 50”, em defesa de que 50% dos mandatos eletivos em cargos políticos sejam ocupados por mulheres.

“Eu digo para meus colegas homens que a gente ainda tem uma luta muito grande. Melhoramos muito, mudamos de ciclo, e minha luta agora não é mais para valorizar a mulher, porque a empresa que não fizer isso vai ficar para trás. Minha luta é para ter mais mulheres em altos cargos. Temos 16% de mulheres na política, e somos 52% da população. Nossa participação tem que pular para 50%. E não é favor nenhum colocar a mulher em cargos altos, é necessidade para a empresa”, afirmou Luiza Trajano.

Luiza Trajano (ao centro) – FOTO: Divulgação Univale

Parte desses 16% de mulheres eleitas, a prefeita de Sardoá, Ivania Maria, foi uma das participantes das conversas no 1º Simpósio da Mulher. “É muito importante participar de um evento como esse. A mulher tem ganhado seu espaço, mas a passos lentos. Mas, como ouvimos aqui hoje, a mulher empoderada está buscando esse espaço. A gente não quer ser igual, melhor, nem pior que os homens. A gente quer o espaço feminino. Essas mulheres que estão aqui conosco, como a Luiza Trajano e a Luiza Brunet, são mulheres empoderadas, sim. Mas aquela mulher que ajuda a família, cuida dos filhos, sai cedo, se arruma e vai para a faculdade, essa também é uma mulher empoderada, e esse também é nosso espaço”, considerou Ivania.

Dados de violência contra mulheres em Minas Gerais

O período da tarde foi focado em discussões de prevenção e combate à violência de gênero. Os primeiros painéis desse momento foram coordenados pela coordenadora do Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça de Combate à Violência Doméstica, a promotora Patrícia Habkouk, do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG).

Ao comentar dados sobre violência contra a mulher levantados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Patrícia disse que o número de casos de feminicídio triplicou desde 2015. Em Minas Gerais, do ano de 2022 para o ano de 2023, houve um aumento de 7% no número de casos. A promotora ressaltou ainda que em 2023 foram quase 155 mil ocorrências de violência doméstica registradas em Minas Gerais – neste ano, até o mês de fevereiro, já haviam sido mais de 24 mil.

“Uma parcela considerável de mulheres não faz o registro do Boletim de Ocorrências. Então, se os números são desafiadores, a realidade é ainda mais desafiadora. Compreender essa realidade vai nos auxiliar na construção de estratégias para parar esse fenômeno. Refletir sobre o direito a uma vida livre de violência faz com que a gente olhe para nossa realidade, para construir respostas para isso. É muito bom termos aqui prefeitas e vereadoras, para aproveitar o momento e avançar nesta pauta tão importante”, avaliou Patrícia, defendendo que as políticas públicas sejam focadas na prevenção, para que a violência não ocorra, e na garantia de acolhimento às vítimas.

FOTO: Divulgação Univale

Os últimos painéis do Simpósio foram liderados por uma mulher que já viveu situações de violência doméstica: a atriz, modelo, empresária e ativista Luiza Brunet relatou experiências desde a infância, quando a mãe era a vítima, até o momento em que, já casada, sofreu com agressões físicas e sequelas emocionais.

“A vítima de violência tem que ser olhada com muito amor e carinho, porque isso causa danos quase irreversíveis ao longo da vida. Talvez por essa razão também, nós, mulheres que sofremos violência, às vezes toleramos mais a violência dentro de casa, porque a gente naturaliza esse tipo de comportamento e não tem coragem de se expor. A gente precisa se libertar, através de histórias que a gente pode contar, e tenho certeza que cada uma aqui tem história para contar”, declarou Brunet.

FOTO: Divulgação Univale

Em sua fala, a atriz relatou que fatores como vergonha e morosidade da Justiça fazem com que algumas mulheres desistam de denunciar agressões, mas ela enfatizou a importância de não se calar diante da violência. “Quando eu perguntei quantas mulheres sofreram violência, poucas se manifestaram. Porque existe ainda a vergonha de se expor. Mas quando você começa a contar fatos, elas se reconhecem, e isso é muito importante. Compartilhar minha história impacta as meninas, elas se sentem confortáveis, protegidas e abraçadas. E elas podem de fato começar a tomar uma atitude diferente em relação à violência que elas estão sofrendo”, afirmou Luiza Brunet.

O 1º Simpósio da Mulher e Para a Mulher do Século XXI foi encerrado com festa, comandada pelos shows das cantoras Érica Timóteo e Tati Meira.

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